Na semana
em que a comunidade internacional lembra o Dia Mundial da Saúde Mental, 10 de
outubro, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS) pediu
que países ampliem a integração entre o atendimento para HIV e os serviços de
saúde mental. Estudos realizados em 38 países mostram que 15% dos adultos e 25%
dos adolescentes vivendo com o vírus relataram depressão ou se sentiram
sobrecarregados.
Depressão
pode dificultar busca por assistência médica para HIV. Foto: Flickr (CC)/ryan
melaugh
Na semana
em que a comunidade internacional lembra o Dia Mundial da Saúde Mental, 10 de
outubro, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS)
pediu que países ampliem a integração entre o atendimento para HIV e os
serviços de saúde mental. Estudos realizados em 38 países mostram que 15% dos
adultos e 25% dos adolescentes vivendo com o vírus relataram depressão ou se
sentiram sobrecarregados.
Segundo o
programa da ONU, indivíduos com HIV têm mais risco de desenvolver problemas de
saúde mental, que por sua vez, podem dificultar a busca por assistência médica
e a adesão à terapia antirretroviral.
Outro
problema são os efeitos colaterais do tratamento do vírus — remédios podem
provocar depressão, nervosismo, euforia, alucinações e psicose. Pesquisas na
África encontraram uma prevalência de 24% de depressão entre pessoas vivendo
com HIV.
“O HIV
afeta os mais vulneráveis e marginalizados da sociedade, que também são
desproporcionalmente afetados por problemas de saúde mental,” disse nesta
semana o diretor-executivo do UNAIDS, Michel Sidibé.
“Ao
integrar os serviços de HIV e de saúde mental, poderemos alcançar mais pessoas
com atendimento especializado e suporte capazes de salvar vidas dos quais elas
precisam urgentemente.”
Ao mesmo
tempo, pessoas com problemas de saúde mental também estão mais vulneráveis a
infecções pelo HIV. Os riscos, explica o UNAIDS, são agravados pelo acesso
reduzido a informações, incluindo sobre prevenção, pelo uso de drogas
injetáveis, por episódios de abuso sexual, pelo baixo uso de preservativos e
por relações sexuais sem proteção entre homens. Outro fator que contribui para
o problema são relações sexuais com usuários de drogas injetáveis.
Levantamentos
realizados em cinco continentes estimaram que a prevalência do HIV entre quem
vive com transtornos mentais graves pode variar de 1,5% na Ásia até 19% na
África.
O UNAIDS
lembra que muitos pacientes não têm seus problemas de saúde mental
diagnosticados ou tratados. Isso acontece por múltiplas razões: as pessoas
podem não querer revelar seu estado psicológico aos profissionais de saúde por
medo do estigma e da discriminação; os profissionais de saúde podem não ter as
habilidades para detectar sintomas ou também podem falhar em tomar as medidas
necessárias para avaliação e encaminhamento, quando os sintomas são detectados.
A
instituição da ONU defende que os serviços de saúde mental devem garantir o
acesso a testes voluntários e confidenciais de HIV, além de aconselhamento para
pessoas que podem estar em mais risco de infecção pelo vírus.
Segundo o
UNAIDS, os serviços de prevenção, testagem, tratamento e assistência para quem
tem HIV devem atender necessidades médicas complexas, psicológicas e sociais
das pessoas. Com programas integrados, esses problemas, incluindo transtornos
mentais, podem ser melhor gerenciados.
Para o
organismo das Nações Unidas, abordagens integradas precisam estar em todos os
setores e envolver serviços sociais, legais, de saúde e educacionais, com a
participação de organizações baseadas na comunidade.
0 comentários:
Postar um comentário