O
Brasil quer reduzir 144 mil toneladas de açúcar de bolos, misturas para bolos,
produtos lácteos, achocolatados, bebidas açucaradas e biscoitos recheados. O
acordo foi assinado nesta segunda-feira (26/11) pelo ministro da Saúde,
Gilberto Occhi, e os presidentes de associações do setor produtivo de
alimentos. Ao estabelecer a meta até 2022, o Brasil se destaca como um dos
primeiros países do mundo a buscar a diminuição do açúcar nos alimentos
industrializados. O acordo segue o mesmo parâmetro do feito para a redução do
sódio, que foi capaz de retirar mais de 17 mil toneladas de sódio dos alimentos
processados em quatro anos.
O
monitoramento da redução será feito a cada dois anos pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa), sendo a primeira análise no final de 2020. Fazem
parte do acordo a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA), a
Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas
(ABIR), a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas
Alimentícias e Pães e Bolos Industrializados (ABIMAPI) e a Associação
Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos).
Para
estabelecer as metas das cinco categorias de alimentos, o Ministério da Saúde
analisou critérios que envolvem desde o consumo e distribuição dos teores de
açúcar dos alimentos até a necessidade de redução dos níveis máximos do
alimento; queda dos teores de açúcares livres não resultantes em aumento no
valor energético e de adição ou substituição por adoçantes, além do percentual
de produtos a serem reformulados para atingirem à meta.
Considerando
os produtos com maior quantidade de açúcar, os biscoitos e produtos lácteos
terão os maiores percentuais de meta para redução do alimento, com a meta de
retirar 62,4% e 53,9% de açúcar da composição, respectivamente. Para bolos, a
meta é de até 32,4% e para as misturas para bolos, até 46,1% do teor de açúcar.
Já os achocolatados, tem a meta de cair até 10,5% e as bebidas açucaradas até
33,8%.
Os
brasileiros consomem 50% a mais de açúcar do que o recomendado pela Organização
Mundial da Saúde (OMS). Isso significa que, por dia, cada brasileiro, consome
em média 18 colheres de chá do produto (o que corresponde a 80g de açúcar/dia),
quando o recomendado seria até 12. Desse total, 64% corresponde à açúcares
adicionados, aquela colherzinha a mais que você coloca nos alimentos. O
restante do consumo é o açúcar presente nos alimentos industrializados.
O
alto de açúcar já impacta no aumento de doenças crônicas não-transmissíveis. Na
última década, o diabetes cresceu 54% nos homens e 28,5% nas mulheres. Outra
doença que tem crescido entre os brasileiros, e que está relacionada com o alto
consumo de açúcar, é a obesidade. A condição clínica subiu mais de 60%.
MUDANÇA
DE HÁBITOS
O
incentivo para uma alimentação adequada e saudável e a prática de atividades
físicas é prioridade do Governo Federal. Em 2017, o Ministério da Saúde
adotou internacionalmente metas para frear o crescimento do excesso de peso e
obesidade no país. O compromisso foi de deter o crescimento da obesidade na
população adulta até 2019; reduzir o consumo regular de refrigerante e suco
artificial em pelo menos 30% na população adulta até 2019 e ampliar no mínimo
de 17,8% o percentual de adultos que consomem frutas e hortaliças regularmente
até 2019.
Outra
ação para a promoção da alimentação saudável é a publicação do Guia Alimentar
para a População Brasileira. Reconhecida mundialmente pela sua abordagem
integral, a publicação orienta a população com recomendações sobre alimentação
saudável baseada principalmente no consumo de alimentos in natura ou
minimamente processados.
Por
Victor Maciel, da Agência Saúde
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