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quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Nova droga sintética é identificada pela Unicamp após casos de overdose


Estudo mostra que droga é mais potente que o MDMA e vem sendo consumida como o ecstasy

Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) descobriram casos de intoxicação e overdose provocados por uma nova droga sintética que contém a substância N-etilpentilona, também conhecida como efilona. Usada como se fosse ecstasy, ela circula em comprimidos semelhantes, tem poder estimulante, mas produz efeitos diferentes que podem resultar na morte dos usuários.

Durante os estudos na universidade, foram analisados sangue e urina de seis pacientes que ingeriram superdosagem de drogas sintéticas e, em todos os casos, a substância nova foi identificada. “Ela provoca o aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca, e isso desencadeia principalmente infarto agudo do miocárdio e, no caso mais grave, a gente observa também acidente vascular cerebral (AVC)”, explica o farmacêutico Rafael Lanaro.

As pesquisas tiveram início em 2017 e, como a droga era desconhecida, os cientistas precisaram desenvolver uma metodologia para identificar a substância. As análises de sangue mostraram que pequenas quantidades são suficientes para provocar danos no organismo. Um dos seis pacientes morreu, enquanto outro está em estado vegetativo por causa das sequelas de um AVC.

“Essa droga é considerada, possivelmente, mais potente que o MDMA. Ela atua no sistema de dopamina, responsável pelo efeito estimulante. O ecstasy atua mais no sistema nervoso central, tendo mais efeito de alucinação”, conta Lanaro. Dados da Polícia Federal indicam que a N-etilpentilona foi a segunda substância mais detectada entre as drogas sintéticas em 2017. A circulação foi identificada no ano anterior. De acordo com a instituição, também constam casos na Europa e Estados Unidos.



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