No ano passado, foram
comercializadas mais de 732,5 milhões de caixas de medicamentos para doenças
cardiovasculares, com faturamento de R$ 6,1 bilhões.
Em 2017, os medicamentos para
o tratamento de doenças do coração foram líderes de vendas no Brasil. De acordo
com dados da Anvisa, a indústria farmacêutica comercializou mais de 732,5
milhões de caixas de produtos para tratar problemas cardiovasculares no ano
passado. Isso representou 16,5% do total de embalagens vendidas em todo o país
(4,4 bilhões).
Este volume de vendas rendeu
aos fabricantes desses medicamentos um faturamento de R$ 6,1 bilhões, o que
equivale a 8,8% do valor global comercializado em 2017 (R$ 69,5 bilhões).
De acordo com a Organização
Pan-americana da Saúde (Opas), as doenças cardiovasculares são a principal
causa de morte no mundo. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC),
elas são responsáveis por cerca de 30% dos óbitos no Brasil. Dados do
Ministério da Saúde mostram que, somente em 2017, houve mais de 1,1 milhão de
internações na rede pública provocadas por problemas do aparelho circulatório.
Sistema nervoso
O segundo lugar no ranking dos
tratamentos mais vendidos foi ocupado pelos medicamentos para doenças do
sistema nervoso central, com um total de 680,5 milhões de embalagens comercializadas.
O número representou 15,3% do total de caixas vendidas em 2017, além de um
faturamento de R$ 10 bilhões (14,4%).
Alguns exemplos de doenças
desse sistema são: doença de Alzheimer, doença de Parkinson, esclerose múltipla
e epilepsia, entre outras. De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2017
foram registradas 190 mil internações pelo conjunto das diversas enfermidades
relacionadas ao sistema nervoso.
Os medicamentos para tratar
doenças do aparelho digestivo e metabolismo aparecem em terceiro lugar, com
615,6 milhões de caixas vendidas (13,8% do total) e um faturamento de R$ 9
bilhões (13%).
Câncer
Os dados sobre o mercado
farmacêutico no Brasil também mostraram que, em termos de faturamento, os
medicamentos para tratamento de câncer ficaram em primeiro lugar. Em 2017, os
antineoplásicos e imunomoduladores foram responsáveis por mais de R$ 10,1
bilhões em vendas, o que correspondeu a 14,6% do total.
No entanto, a quantidade de
embalagens comercializadas foi uma das menores: 18,7 milhões de caixas ou 0,4%
do volume global. Isso ocorre porque os produtos destinados ao tratamento de
neoplasias são mais caros.
De acordo com informações do
Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa é de que o Brasil registre
cerca de 600 mil novos casos da doença, somente em 2018. Segundo o órgão, o
tipo mais incidente é o de pele não melanoma, que é um tumor menos letal (165,5
mil casos novos). Depois deste, os dois tipos com maior número de casos são o
de próstata (68,2 mil casos novos) e o de mama feminina (59,7 mil casos novos).
Princípios ativos
Segundo estatísticas da
Anvisa, 20 princípios ativos tiveram as maiores vendas no mercado nacional em
2017. De acordo com os dados divulgados, o trastuzumabe e o adalimumabe foram
as duas substâncias com maior destaque, com faturamento de mais de R$ 500
milhões cada.
O trastuzumabe é um anticorpo
monoclonal indicado para o tratamento de câncer de mama e câncer gástrico
avançado. Já o adalimumabe é um imunobiológico anti-TNF-alfa, indicado para o
tratamento de artrite reumatoide, artrite psoriásica, espondilite anquilosante
e doença de Crohn, entre outras enfermidades.
Na sequência do ranking,
estão os princípios ativo da vacina pneumocócica (terceira posição), o
infliximabe, usado para tratar algumas doenças autoimunes (quarta), e a vacina
trivalente contra gripe (quinta).
Tempo no mercado
De acordo com a Anvisa, o
nível de absorção das inovações da indústria farmacêutica pelo mercado pode ser
medido pelo número de moléculas novas disponibilizadas para compra. Para essa
análise, foram definidas três faixas de idade para as moléculas: até cinco
anos; de seis a dez anos; e 11 anos ou mais.
Partindo dessas faixas,
constatou-se que a maior parte dos princípios ativos e das associações
comercializadas em 2017 está presente no mercado há mais de uma década (11 anos
ou mais). Essas substâncias faturaram mais de R$ 55,2 bilhões (79,4% do total)
no ano passado e responderam por 4,2 bilhões (95,4% do total) de apresentações
comercializadas.
Em termos de faturamento,
houve um aumento expressivo na representatividade de medicamentos com menos de
seis anos no mercado. Entre 2016 e 2017, o percentual de participação desses
produtos subiu de 2,7% para 7,7%. O dado indica que há crescente nível de
absorção de inovações pelo mercado farmacêutico, em especial devido à entrada
de novos medicamentos biológicos no país.
Anuário
Os dados são da terceira
edição do Anuário Estatístico do Mercado Farmacêutico, produzido pela
Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) com base em informações
de 2017. A publicação traça o perfil da indústria brasileira e traz dados
detalhados sobre a quantidade de produtos farmacêuticos comercializados,
faturamento, tipos de medicamentos mais vendidos, principais finalidades de uso
dos produtos (tratamentos) e ranking das empresas produtoras, além de
características regionais do mercado, entre outros tópicos.
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