Uma sessão solene na Câmara dos Deputados deu a partida para o Novembro Diabetes Azul, um mês de conscientização sobre a importância de se prevenir a doença. É uma campanha mundial, que este ano foca no tema Família e Diabetes. A ideia é destacar que o núcleo familiar do paciente tem papel importante no controle das duas formas da doença: o diabetes tipo 1, que surge na infância e na adolescência, e o diabetes tipo 2, que aparece na fase adulta. Controle de glicemia e alimentação saudável garantem qualidade de vida para quem tem o tipo 1. Evitar obesidade e sedentarismo melhora a condição de quem tem o tipo 2. O Brasil é o quarto país com maior número de casos - são 13 milhões de pessoas com diabetes. Alex Neves, presidente da Associação de Diabetes de Brasília, tem dois filhos com a doença e conta como é a rotina.
"A gente acorda às três horas da manhã para fazer uma ponta de dedo, para saber a taxa de açúcar no sangue e isso vai no decorrer do dia. Então tem que comer a cada três horas, tem que fazer a prática de exercício físico sempre pela manhã para evitar uma hipoglicemia noturna, que é onde a taxa de açúcar cai muito no sangue, a alimentação é mais moderada"
A presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, Hermelinda Pedrosa, acredita que o Novembro Diabetes Azul seja uma ótima oportunidade de lutar por melhores condições de rastreamento, tratamento e controle da doença. Segundo ela, campanhas como esta assumem uma importância maior quando se sabe que 6 milhões de brasileiros têm a doença, mas desconhecem o diagnóstico.
"Elas podem descobrir a doença já com algum grau de complicação, seja nos olhos, nos rins, nos nervos e também na parte cardiovascular. Não é à toa que 80 por cento das mortes das pessoas com diabetes tipo 2, que é a forma mais prevalente, morrem infelizmente por doenças cardiovasculares"
Para a deputada Carmen Zanotto, do PPS de Santa Catarina, que pediu a audiência pública na Câmara, ações coordenadas de combate ao diabetes podem minimizar os problemas decorrentes da doença.
"Se nós conseguirmos tratar adequadamente o paciente, nós vamos estar evitando as altas taxas de ocupação dos leitos hospitalares pelas consequências do diabetes, até o extremo de a gente ter pacientes que perdem um membro, que têm que amputar uma perna, em função da falta de tratamento ou da falta de informação adequada com relação à sua patologia"
A representante da Sociedade Brasileira de Diabetes lembra outra providência importante para os pacientes: garantir, junto ao Ministério da Saúde, a distribuição de insumos e medicamentos, como equipamentos para medir a glicemia. A deputada Carmen Zanotto ressalta o papel de deputados e senadores na próxima legislatura: apressar a tramitação de projetos sobre diabetes e garantir no Orçamento os recursos necessários para a compra de material e para campanhas educativas.
Reportagem - Cláudio Ferreira
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