Deputada Lídice da Mata,
relatora da CPI Mista, senador Angelo Coronel, presidente, e deputado Ricardo
Barros, vice-presidente
A comissão parlamentar mista
de inquérito que investiga notícias falsas e assédio nas redes sociais (CPI
Mista das Fake News) aprovou nesta quarta-feira (5) a convocação de duas
pessoas ligadas ao movimento antivacinação. Os depoimentos ainda terão a data
marcada e os convocados não podem se recusar a comparecer.
O terapeuta holístico Jaime
Bruning, autor de um canal no YouTube, e a empresária Mayara Cristina Modesti,
dona da empresa de produtos naturais Tudo Saudável, são acusados de disseminar
informações falsas sobre a eficácia e os efeitos de vacinas. Os requerimentos
são do presidente da comissão, senador Angelo Coronel (PSD-BA).
— Nossa CPMI está muito
voltada para a questão política e deixando de lado um assunto muito grave, que
são os efeitos das fake news sobre a saúde pública e a confiança nas vacinas. É
de grande valia mudarmos um pouco o vetor para ouvir essas pessoas — destacou
Coronel.
O vice-presidente da comissão,
deputado Ricardo Barros (PP-PR), que foi ministro da Saúde entre 2016 e 2018, celebrou
a decisão de trazer o assunto para os trabalhos. Ele citou um levantamento
recente do Ministério da Cidadania, feito entre famílias de baixa renda que
serão incluídas no programa Criança Feliz, que indicou que 50% das crianças
dentro desse grupo não estão com a caderneta de vacinas em dia.
— Isso é realmente grave. A
vacinação é uma medida de saúde imprescindível para que possamos controlar as
epidemias que acontecem por contágio. De fato, precisamos enfrentar as fake
news e atingir nossa meta de 90% de crianças vacinadas, que é preconizada pela
Organização Mundial da Saúde.
Além das duas pessoas
convocadas, a CPI Mista também estendeu convite para que a Sociedade Brasileira
de Imunizações (SBIm) envie um representante para debater o tema.
Requerimentos
No total, a CPI Mista das Fake
News aprovou 21 requerimentos nesta terça-feira. A maioria deles é de pedidos
para que o Google, o Facebook e o Twitter identifiquem os proprietários de
diversos perfis. O deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) pediu as identidades dos
responsáveis por ataques virtuais contra desafetos do atual governo. O deputado
Túlio Gadêlha (PDT-PE) requisitou acesso judicial às mensagens trocadas em um
grupo fechado no Instagram. Já o deputado Rui Falcão (PT-SP) quer os endereços
de IP de computadores dos quais tenham partido ataques coordenados.
Todos esses pedidos têm como
base o depoimento da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), que
apontou a existência de milícias virtuais que contam com a participação de
aliados e subordinados do presidente Jair Bolsonaro.
A deputada Caroline de Toni
(PSL-SC) requisitou informações do Ministério Público e do Tribunal Superior
Eleitoral sobre influenciadores digitais que postavam mensagens elogiosas a
políticos mediante pagamentos, sem a discriminação de que as postagens eram
financiadas. O caso, revelado em 2018, ficou conhecido como “mensalinho do
Twitter”.
Próxima reunião
A CPI Mista se reunirá duas
vezes na próxima semana para retomar a coleta de depoimentos. Na terça-feira
(11), a comissão receberá Hans River do Rio Nascimento, ex-funcionário da
empresa Yacows, que trabalha com marketing digital. A companhia é uma das
apontadas como responsáveis por operar campanhas de mensagens direcionadas
durante as eleições de 2018.
Na quarta-feira (12), a
comissão promoverá audiência pública com representantes da Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel), de empresas telefônicas e do Sindicato Nacional das
Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil).
Fonte: Agência Senado
0 comentários:
Postar um comentário