Aproveitando a alta colheita
de eucalipto no Mato Grosso do Sul, pesquisadores do estado estão produzindo
combustíveis renováveis por meio do resíduo, que, além de ter alto desempenho,
são bastante sustentáveis, pois evitam a emissão de gases de efeito estufa
Os pesquisadores industriais
fazem parte do Instituto Senai de Inovação em Biomassa (ISI Biomassa),
localizado em Três Lagoas, em virtude do grande volume de áreas plantadas para
atender à demanda das indústrias de papel e celulose na região.
O estado do Mato Grosso do Sul
produz 5 milhões de toneladas de celulose por ano – o equivalente a 25% da
produção de todo o Brasil – e possui 1,135 milhão de hectares de eucalipto,
segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
ComexStat e Ibá.
Considerando o grande
potencial do eucalipto como combustível renovável, os pesquisadores fecharam
uma parceria com a Eldorado Brasil com o objetivo de fabricar um combustível
chamado diesel verde e outro conhecido como biocarvão. Ambos podem ser usados
em processos do ciclo de produção da celulose de eucalipto, desde o
abastecimento das máquinas até a geração de energia térmica.
Sob o nome “Forest4fuel”, o
projeto foi aprovado em um edital da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento de
Ensino, Ciência e Tecnologia do Mato Grosso do Sul (Fundect).
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DE HIDROGÊNIO
Um dos pesquisadores e
idealizadores do projeto, Thiago Hendrigo de Almeida explica que as raízes e os
tocos do eucalipto são ricos em lignina, o que fornece resistência mecânica à
planta. Sabe-se que, a partir da pirólise desses materiais, são fabricados biocarvão
e bio-óleo pesado e, assim, a pesquisa propõe uma prova de conceito, isto é,
tornar real algo que já é conhecido em teoria.
O combustível de eucalipto
oferece benefícios que vão além da redução da emissão de GEE. Quando o talhão
fica livre de resíduos, o próximo ciclo do plantio é ainda mais rápido.
A Fundect oferecerá R$ 610 mil
em recursos para o desenvolvimento do projeto, que ocorrerá ao longo de dois
anos.
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