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Tote Nunes, com informações da Fapesp
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Professor da FEEC José Antenor Pomilio, coordenador da equipe de pesquisadores da Unicamp: duas linhas para o desenvolvimento de veículos aéreos eletrificados
A Unicamp será parceira do ITA
(Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e da Embraer no Centro de Pesquisa em
Engenharia (CPE), criado com financiamento da Fapesp (Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo), em projeto que pretende preparar a mobilidade
aérea de zero carbono.
A Faculdade de Engenharia
Elétrica e de Computação (FEEC) irá desenvolver motores elétricos especiais
para a aviação e sistemas eletrônicos que os controlem. De acordo com o
professor da FEEC José Antenor Pomilio - que coordenará a equipe de
pesquisadores da universidade - existem duas linhas para o desenvolvimento de
veículos aéreos eletrificados. Em uma delas, o veículo seria semelhante a um
helicóptero, de decolagem vertical, tipicamente de uso urbano. Na outra, um
modelo mais próximo do avião, para distâncias um pouco mais longas, com decolagem
horizontal.
Segundo Pomilio, o CPE criado
no ITA direciona-se a essa segunda linha. "O mundo inteiro pesquisa essas
duas vertentes, mas nada está feito ainda, apenas alguns protótipos. Estamos
iniciando essa atividade no momento certo", disse o professor. Pomilio
lembra que, no ITA, outros grupos irão estudar a parte de estrutura, de
materiais e aerodinâmica. "Não sabemos exatamente como, mas
certamente será um avião muito diferente dos aviões a jato e mesmo dos atuais
turboélices", diz Pomilio.
"Será um avião com
hélices. Possivelmente terá dezenas de motores, o que muda a estrutura e a
própria concepção do veículo", projeta ele. "Tudo está por fazer.
Será um aprendizado para todos nós", conclui. O grupo da Unicamp
conta com três professores. Pomilio será o responsável pela área de eletrônica
de potência; Matheus Giesbrecht, pela parte de máquinas elétricas, isto é, dos
motores propriamente ditos, e José Pissolato Filho pela compatibilidade
eletromagnética. Haverá também estudantes de mestrado e doutorado.
"Esperamos que a Unicamp tenha uma equipe entre 15 e 20
pesquisadores", diz Pomilio.
O Centro de Pesquisa em
Engenharia
Com investimento previsto de
R$ 48 milhões nos próximos cinco anos, o Centro de Pesquisa em Engenharia para
a Mobilidade Aérea do Futuro (CPE-MAF), constituído em parceria com a Embraer,
será instalado no ITA, em São José dos Campos.
Os projetos serão conduzidos
por pesquisadores da instituição e da empresa, em parceria com a Unicamp e a
Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP). O
professor Domingos Rade (ITA) - que esteve nessa quinta-feira (26) na Unicamp,
para encontro com os pesquisadores da FEEC - explica que, ao todo, foram
definidas cinco linhas de pesquisa. A Unicamp assumirá a linha relacionada à
propulsão elétrica e eletrificação de aeronaves.
"É uma pesquisa voltada
para o controle de máquinas elétricas, com aplicação futura em propulsão
aeronáutica", explica. "Estamos pensando na aviação do futuro, por
propulsão elétrica, em substituição aos motores de combustão interna, ou
turbinas a gás. Queremos reduzir as emissões, o que hoje é uma
necessidade", afirma o professor.
“Vivemos um momento especial,
dado o imperativo da sustentabilidade, e com tantas tecnologias
emergentes", disse o vice-presidente de Engenharia, Tecnologia e
Planejamento Estratégico da Embraer, Luis Carlos Affonso, à Agência
Fapesp. "Acreditamos que o nosso CPE será um bom exemplo de
cooperação entre empresa, governo e Academia, e que iremos ajudar a definir o
futuro da aviação zero carbono", concluiu ele.
CPE em Redes e Serviço
Inteligente
Além da participação no CPE da
Aviação do Futuro, a Unicamp obteve da Fapesp um financiamento para a criação
do Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) em Redes e Serviços Inteligentes
2030, que será constituído em parceria com a Ericsson.
O CPE terá o objetivo de
desenvolver pesquisas de ponta em redes de computadores e serviços de
aplicações digitais em áreas estratégicas, nas quais impactos científicos e
tecnológicos podem ser alcançados até 2030.
Com a implantação da quinta
geração para redes móveis e de banda larga (5G) e o desenvolvimento do 6G, os
principais desafios do novo centro serão projetar e operar infraestruturas de
computação em nuvem e rede com capacidade para alavancar a próxima geração de
serviços de internet.
"As áreas de comunicação
em rede e de computação de borda são críticas em qualquer sistema de engenharia
moderno, como indústria 4.0, internet das coisas [IoT] e inteligência
artificial”, disse Christian Rothenberg, professor da Faculdade de Engenharia
Elétrica e de Computação da Unicamp e pesquisador responsável pelo Smartness.
O foco de pesquisa do centro
será as áreas de computação de borda, programabilidade de redes, arquiteturas
cognitivas, segurança e sustentabilidade. “O Smartness representa a união de
importantes atores para a pesquisa aplicada de altíssima qualidade no Estado de
São Paulo no campo das telecomunicações”, disse Edvaldo dos Santos, diretor de
pesquisa, desenvolvimento e inovação da Ericsson para o Cone Sul da América
Latina.
O centro terá a participação de pesquisadores do Instituto de Computação (IC) da Unicamp, das universidades de São Paulo (USP), Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), São Carlos (UFSCar), ABC (UFABC), Amazonas (UFAM), Espírito Santo (UFES), Goiás (UFG), do Pará (UFPA), Rio Grande do Norte (UFRN), Campina Grande (UFCG), do Ceará (UECE), Uberlândia (UFU), Bahia (UFBA), Minas Gerais (UFMG), Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Pampa (Unipampa). O centro contará ainda com a colaboração de pesquisadores da Ericsson Research.
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