O Instituto Butantan esclarece
que a produção da CoronaVac não foi suspensa, e que a interrupção na fabricação
da vacina contra a Covid-19 desenvolvida em parceria com a farmacêutica chinesa
Sinovac não tem qualquer relação com a qualidade do imunizante. O Instituto
garante a eficácia e eficiência da CoronaVac e reafirma o acerto de sua escolha
pela tecnologia de vírus inativado – que trouxe ao Brasil, no momento mais
crítico da pandemia, uma das vacinas mais eficazes e seguras dentre todas as
que estão em uso no mundo contra a Covid-19.
O calendário de fabricação dos
imunobiológicos do Butantan envolve um equilíbrio entre as necessidades da
saúde pública do Brasil e as leis do mercado. Na ausência de novos pedidos de
compra pelo Ministério da Saúde, a produção da vacina foi interrompida
temporariamente. Isso não significa a descontinuidade da fabricação da
CoronaVac, muito pelo contrário: o Instituto continua trabalhando, junto a seus
parceiros chineses, na transferência de tecnologia do imunizante e inaugurou,
em março, as obras do Centro de Produção Multipropósito de Vacinas, que
fabricará, entre outros imunobiológicos, a CoronaVac.
Desse mesmo processo faz parte
a atuação ativa do Instituto para a obtenção do registro definitivo da
CoronaVac junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O Butantan
protocolou na última quinta (30/6) o termo de compromisso e está finalizando a
documentação para solicitar oficialmente o registro definitivo da vacina. A
agência regulatória agora tem em mãos informações sobre a imunogenicidade da
CoronaVac, e o Butantan espera obter o registro definitivo e a aprovação para
uso da vacina na população de 3 a 5 anos ainda em julho. Já foram enviados
ofícios ao Ministério da Saúde oferecendo a vacina e, havendo interesse de
compra, antes ou após a aprovação para o público mais jovem, o Butantan pode
reiniciar a produção imediatamente.
Vale ressaltar também que a
utilização da CoronaVac em determinados grupos populacionais é uma decisão do
Ministério da Saúde. A vacina já comprovou sua eficácia e eficiência em todos
os públicos, de todas as idades – seja no esquema vacinal primário, seja nas
doses de reforço. Essas conclusões estão descritas em estudos feitos no Brasil
e no exterior por centenas de pesquisadores de universidades renomadas e foram
publicadas em revistas científicas como Aging, Frontiers in Immunology,
Emerging Microbes & Infections e The Lancet Global Health, entre diversas
outras. Mais informações sobre essas e outras pesquisas podem ser consultadas
em matérias no Portal do Butantan e no Dossiê CoronaVac.
Em idosos, a proteção real da
vacina, registrada no estudo de efetividade Projeto S, realizado em Serrana,
foi de 86,4% para casos sintomáticos, 96,9% contra hospitalizações
e 96,9% contra mortes. Em indivíduos com comorbidades, a vacina também
foi segura e eficaz: a soroconversão foi de 100% em pacientes com doença hepática gordurosa associada ao
metabolismo (DHGM), 97% em pessoas com HIV, 87% em pacientes com hepatite B, 85,2% em pacientes com câncer, 70,4% em pessoas com doenças reumatológicas e 64,9% em indivíduos com miopatias autoimunes sistêmicas.
Nas crianças, o imunizante já se mostrou seguro a partir dos seis meses de idade, e efetivo a
partir dos três anos, com proteção comprovada de 69% contra internação em
Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 64,6% contra hospitalização pela Covid-19.
Além disso, dados de farmacovigilância mostram que a CoronaVac tem a menor taxa de eventos adversos no público
infantil.
É consenso que o combate à Covid-19 começou no Brasil com a chegada da CoronaVac aos braços dos brasileiros e brasileiras e o início da imunização da população mais idosa, em janeiro de 2021. De lá para cá, novas vacinas e novas tecnologias foram aprovadas para serem usadas no combate à Covid-19, e cada uma teve sua importância para reduzir o número de mortes causadas pela pandemia. O Butantan tem orgulho de ter se posicionado, desde o início, a favor da ciência e da vida, e continua fazendo isso todos os dias – não só fabricando vacinas e lutando para ampliar o público atendido por elas, mas também esclarecendo boatos e inverdades relacionadas à CoronaVac.
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