Infecção
pelo vírus perdura no sistema nervoso mesmo após tratamento
Pacientes
adultos que contraíram encefalite e outras complicações neurológicas após a
infecção por zika se tornaram o centro das preocupações da equipe do médico e
cientista Osvaldo Nascimento, professor titular de Neurologia e coordenador de
pesquisa e pós-graduação em Neurologia da Universidade Federal Fluminense
(UFF).
Jovens,
eles começaram a apresentar síndromes neurológicas variadas, como tremores
(semelhantes os característicos do mal de Parkinson, perdas cognitivas típicas
de demências e perda de memória.
Nascimento
e seu grupo estão entre os pioneiros no Brasil na identificação da ligação
entre o zika e a síndrome de Guillain-Barré e complicações como encefalites,
encefalomielite disseminada aguda, meningoencefalite e encefalomielite.
Agora,
um ano após o atendimento dos primeiros casos, os mesmos médicos se deparam com
outro desafio. “Cerca de 40% dos pacientes que acompanhamos apresentaram
síndromes neurológicas variadas depois de sofrer encefalomielite ou
meningoencefalite. A infecção pelo vírus zika continua um grande mistério. Não
sabemos ainda que reações o vírus é capaz de produzir para afetar os pacientes
dessa maneira” destaca Nascimento.
Em
2016, cerca de 50 pacientes com Guillain-Barré e encefalites associadas ao
vírus zika foram atendidos no serviço de neurologia do Hospital Universitário
Antônio Pedro. Destes, 20 apresentaram sintomas inesperados. “Nossa amostra
ainda é pequena, mas estamos preocupados e intrigados. É perturbador ver um
adulto jovem ter sintomas semelhantes, por exemplo, aos da doença de Parkinson.
Mas não se trata de Parkinson, e, sim, de uma síndrome neurológica distinta. O
vírus zika parece permanecer no sistema nervoso como um terrível desafio”,
afirma o neurocientista.
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