Comissão
especial da Câmara debateu a incorporação de tecnologias na área de
medicamentos e vacinas no âmbito do SUS
O
vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz), Marco Aurélio Krieger, destacou nesta terça-feira (6), em debate na
Câmara dos Deputados, que a empresa está ampliando a sua planta industrial e
investindo em parcerias com laboratórios no Brasil e no exterior.
Assim,
segundo ele, a Fiocruz tem conseguido aumentar a fabricação de medicamentos e
vacinas e investir em novos produtos, ao mesmo tempo que busca reduzir os
custos de produção.
A
incorporação de tecnologias na área de medicamentos e vacinas no âmbito do
Sistema Único de Saúde (SUS) foi o tema da audiência pública realizada pela
Comissão Especial sobre Inovação Tecnológica
da Saúde. Entende-se por tecnologia em saúde qualquer medicamento,
equipamento, procedimento ou protocolo desenvolvido para atender aos pacientes.
Testes
de diagnósticos
Para
Marco Aurélio Krieger, é importante fornecer não apenas medicamentos, mas
produtos que melhoram o atendimento, como os testes rápidos de diagnóstico.
"Nós
tivemos um modelo de projeto 100% público para fazer o teste de todas as bolsas
de sangue da rede pública brasileira de coleta de sangue. Esse projeto foi
desenvolvido no Brasil e foi implementado num conceito que a Fundação Oswaldo
Cruz fornece um serviço para o sistema público”, disse Krieger.
Segundo
ele, a Fiocruz não está vendendo só reagentes que produz, “mas está entregando
as máquinas, a assistência técnica, o treinamento, garantindo todos os insumos
necessários para a execução do teste, de tal forma que, todo dia, 20 mil bolsas
de sangue são testadas no Brasil há sete anos, sem nenhuma falha".
Krieger
lembra que os pacientes do SUS normalmente já chegam doentes ao atendimento, e
que investir em testes que garantam um diagnóstico rápido pode realmente
melhorar a eficácia e a eficiência dos gastos da saúde.
Novo
teste
Krieger
informou também que a Fiocruz está desenvolvendo outro teste para as pessoas
que chegam aos hospitais com sintomas como dor de cabeça e febre. "A gente
vai ser capaz de fornecer esse teste a um custo bem baixo e num tempo muito
rápido. Então, enquanto a pessoa está esperando para ser atendida, ela já vai
ter o seu resultado”, explicou.
“E
a ideia é a gente desenvolver, num primeiro momento, três condições: síndromes
respiratórias, síndromes febris e síndromes gastrointestinais. Isso já está em
processo de validação", ressaltou.
Adoção
de tecnologias
O
processo pelo qual novas tecnologias são adotadas pelo sistema de saúde, foi
detalhado por Fabiana Raynal, representante da Comissão Nacional de
Incorporação de Tecnologias no SUS, do Ministério da Saúde.
Ela
explicou que a adoção de uma inovação leva em conta a aplicação clínica, o
benefício para o paciente, e os aspectos econômico e organizacional.
Segundo
Fabiana, a demanda para incorporação de novas vacinas é pequena, uma vez que o
programa nacional de imunização já oferece todas as vacinas indicadas pela
Organização Mundial de Saúde (OMS).
Mais
esclarecimentos
O
autor do pedido de audiência, deputado Jorge Solla (PT-BA), quer mais
esclarecimentos sobre as políticas de desenvolvimento produtivo para a área de
medicamentos e vacinas para auxiliar nos trabalhos da comissão.
"Inclusive
hoje, foram sinalizados resultados vitoriosos, como foi do kit para testagem do
sangue, que dá garantia do sangue livre de risco de contaminação, e outros
investimentos que foram desenvolvidos na área de vacinas, de medicamentos, de
testes diagnósticos”, observou o parlamentar.
“A
ideia é que a gente possa dar sequência, fazendo esse balanço e buscando ver
que contribuição também a Câmara pode dar no aperfeiçoamento orçamentário,
legislativo, que dão suporte a essas políticas", acrescentou.
Deputados
da comissão sugeriram que seja realizada visita às instalações da Fiocruz, em
parceria com as comissões de Finanças e Tributação e de Seguridade Social e
Família.
Reportagem
– Mônica Thaty, Edição – Newton Araújo, Foto - Alex Ferreira, Agência
Câmara Notícias
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