36º Encontro Econômico Brasil
Alemanha (EEBA), organizado pela CNI e pela Federação das Indústrias Alemãs
(BDI), trata de projeto-piloto para o desenvolvimento de estratégias de
digitalização, disseminação de tecnologias digitais em pequenas e médias empresas
e criação de método de treinamento para manufatura avançada
Paulo Tigre: CNI defende
parceria no ensino dual, que inclui cursos técnicos e superiores, para
atualizar tecnológicas a serem usadas na indústria
O vice-presidente da Confederação
Nacional da Indústria (CNI) Paulo Tigre afirmou que uma cooperação
estratégica bilateral com os alemães deve prever a discussão de políticas
e a promoção do desenvolvimento da Indústria 4.0, durante a abertura do
36º Encontro Econômico Brasil Alemanha (EEBA). O evento reúne mais 500
empresários dois países entre 25 e 26 de junho, em Colônia, na Alemanha.
Em discussão estão a criação de um projeto-piloto para o desenvolvimento de planos estratégicos de digitalização, a disseminação de tecnologias digitais em pequenas e médias empresas (PMEs), e a criação de métodos de treinamento dentro do contexto da Indústria 4.0. “A CNI defende a continuidade da cooperação com a Alemanha na temática do ensino dual, tendo em vista o desenvolvimento de cursos técnicos e superiores para o atendimento das atualizações tecnológicas dos pressupostos da Indústria 4.0, e das necessidades das empresas internacionalizadas”, ressaltou Tigre.
Além disso, também serão discutidos avanços nas negociações de instrumentos que poderão oferecer benefícios para ambos os países, como a Convenção para Evitar a Dupla Tributação da Renda entre Brasil e Alemanha, com impacto direto na competitividade das multinacionais brasileiras. Tigre lembrou que o EEBA é o fórum internacional do qual a indústria brasileira participa há mais tempo e uma referência de diálogo empresarial. “Esta importante cooperação tem contribuído para ampliar o ambiente de negócios, para aumentar o fluxo de comércio e de investimentos e para construir parcerias estratégicas”, destacou.
PARCERIA IMPORTANTE – Segundo Tigre, a Alemanha foi, em 2017, o sétimo principal destino das exportações brasileiras no mundo e o quarto principal fornecedor de importações nacionais. “A importação de manufaturados da Alemanha correspondeu a quase 96% do total de produtos que foram importados desse país”, informou.
O EEBA é, para o embaixador Marcos Galvão, secretário-geral das Relações Exteriores do Ministério das Relações Exteriores (MRE), “um importante exercício de aproximação, que tem servido de instância de acompanhamento periódico do intercâmbio comercial, de investimentos e de negócios entre nossos países”. Segundo ele, Brasil e Alemanha são duas das dez maiores economias e democracias do mundo, “cujas vozes e posições, além sobretudo de nossas ações, se fazem ver, ouvir e sentir nos contextos regional e mundial”, disse.
Galvão destacou que a União Europeia é uma grande obra político-diplomática, fonte de inspiração para a criação do Mercosul e para a volta da democracia na Argentina, no Brasil, no Paraguai e no Uruguai. “Como na Europa, o Mercosul foi e é uma construção político-diplomática notável, que teve de enfrentar obstáculos de desconfiança e ceticismo, mas da qual temos justificados motivos de orgulho. O Mercosul, ao longo de muitos anos, voltou o seu ímpeto de integração pelos seus próprios membros e para a América do Sul”, ressaltou.
ACORDO COM UNIÃO EUROPEIA – Entretanto, Galvão defende uma integração mais profunda e eficaz na economia global, como acordos de associação com a União Europeia, Canadá, Coreia do Sul, e Singapura. Para o embaixador, a conclusão do acordo entre o Mercosul e a União Europeia nunca esteve tão próximo. “Pode ser questão de semanas, se todos os atores envolvidos reconhecerem, de verdade, o alcance e o significado do que está em jogo. O Mercosul, o Brasil e os nossos sócios temos demonstrado na prática a nossa vontade de alcançar a conclusão do acordo, e temos demonstrado também compreensão política em relação a sensibilidades do lado europeu”, explicou.
O presidente da Federação das Indústrias Alemãs (BDI, na sigla em alemão), Prof. Dieter Kempf, pediu ao governo federal alemão e à Comissão Europeia uma decisão sobre novos acordos comerciais, como o Mercosul. “A conclusão de um acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul seria um forte sinal em um mundo cada vez mais protecionista”, disse. Para ele, o acordo vai além de Brasil e Alemanha apenas. “Trata-se da ordem global de comércio, que é crescentemente agitada pela lei do mais forte. A força do direito internacional está caindo, cada vez mais, no esquecimento, e isso para uma nação industrial como a Alemanha torna-se cada vez mais perigoso”, completou.
INVESTIMENTOS – Para a secretária-executiva do Ministério da Indústria, Comércio Internacional e Serviços (MDIC), Yana Dumaresq Sobral Alves, o EEBA permite a construção conjunta de caminhos mais profundos de integração entre Brasil e Alemanha. De acordo com ela, há 50 empresas brasileiras em solo alemão, enquanto os investimentos alemães no Brasil somam US$ 21 bilhões. “Temos amplas avenidas de oportunidade à nossa frente e precisamos agarrar essas oportunidades e transformá-las em realidade”, disse.
Além disso, Yana Alves destacou que o novo paradigma da indústria 4.0 deve ser o pavimento para uma nova onda de integração entre os dois países. “Certamente no âmbito desta cooperação com a Indústria 4.0, nós vamos ver também uma revolução no que diz respeito ao comércio e serviços entre Brasil e Alemanha, hoje ainda muito aquém do potencial de ambos países, e também diferente do padrão que se observa nas trocas comerciais de serviços entre Brasil e Europa”, ressaltou.
EEBA – O 36º Encontro Econômico Brasil Alemanha (EEBA) é organizado pela CNI e pela BDI, com apoio da Prefeitura de Colônia e da Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo (AHK São Paulo) de forma intercalada, entre os dois países. A edição de 2019 será no Rio Grande do Norte, com o apoio da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN).
Em discussão estão a criação de um projeto-piloto para o desenvolvimento de planos estratégicos de digitalização, a disseminação de tecnologias digitais em pequenas e médias empresas (PMEs), e a criação de métodos de treinamento dentro do contexto da Indústria 4.0. “A CNI defende a continuidade da cooperação com a Alemanha na temática do ensino dual, tendo em vista o desenvolvimento de cursos técnicos e superiores para o atendimento das atualizações tecnológicas dos pressupostos da Indústria 4.0, e das necessidades das empresas internacionalizadas”, ressaltou Tigre.
Além disso, também serão discutidos avanços nas negociações de instrumentos que poderão oferecer benefícios para ambos os países, como a Convenção para Evitar a Dupla Tributação da Renda entre Brasil e Alemanha, com impacto direto na competitividade das multinacionais brasileiras. Tigre lembrou que o EEBA é o fórum internacional do qual a indústria brasileira participa há mais tempo e uma referência de diálogo empresarial. “Esta importante cooperação tem contribuído para ampliar o ambiente de negócios, para aumentar o fluxo de comércio e de investimentos e para construir parcerias estratégicas”, destacou.
PARCERIA IMPORTANTE – Segundo Tigre, a Alemanha foi, em 2017, o sétimo principal destino das exportações brasileiras no mundo e o quarto principal fornecedor de importações nacionais. “A importação de manufaturados da Alemanha correspondeu a quase 96% do total de produtos que foram importados desse país”, informou.
O EEBA é, para o embaixador Marcos Galvão, secretário-geral das Relações Exteriores do Ministério das Relações Exteriores (MRE), “um importante exercício de aproximação, que tem servido de instância de acompanhamento periódico do intercâmbio comercial, de investimentos e de negócios entre nossos países”. Segundo ele, Brasil e Alemanha são duas das dez maiores economias e democracias do mundo, “cujas vozes e posições, além sobretudo de nossas ações, se fazem ver, ouvir e sentir nos contextos regional e mundial”, disse.
Galvão destacou que a União Europeia é uma grande obra político-diplomática, fonte de inspiração para a criação do Mercosul e para a volta da democracia na Argentina, no Brasil, no Paraguai e no Uruguai. “Como na Europa, o Mercosul foi e é uma construção político-diplomática notável, que teve de enfrentar obstáculos de desconfiança e ceticismo, mas da qual temos justificados motivos de orgulho. O Mercosul, ao longo de muitos anos, voltou o seu ímpeto de integração pelos seus próprios membros e para a América do Sul”, ressaltou.
ACORDO COM UNIÃO EUROPEIA – Entretanto, Galvão defende uma integração mais profunda e eficaz na economia global, como acordos de associação com a União Europeia, Canadá, Coreia do Sul, e Singapura. Para o embaixador, a conclusão do acordo entre o Mercosul e a União Europeia nunca esteve tão próximo. “Pode ser questão de semanas, se todos os atores envolvidos reconhecerem, de verdade, o alcance e o significado do que está em jogo. O Mercosul, o Brasil e os nossos sócios temos demonstrado na prática a nossa vontade de alcançar a conclusão do acordo, e temos demonstrado também compreensão política em relação a sensibilidades do lado europeu”, explicou.
O presidente da Federação das Indústrias Alemãs (BDI, na sigla em alemão), Prof. Dieter Kempf, pediu ao governo federal alemão e à Comissão Europeia uma decisão sobre novos acordos comerciais, como o Mercosul. “A conclusão de um acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul seria um forte sinal em um mundo cada vez mais protecionista”, disse. Para ele, o acordo vai além de Brasil e Alemanha apenas. “Trata-se da ordem global de comércio, que é crescentemente agitada pela lei do mais forte. A força do direito internacional está caindo, cada vez mais, no esquecimento, e isso para uma nação industrial como a Alemanha torna-se cada vez mais perigoso”, completou.
INVESTIMENTOS – Para a secretária-executiva do Ministério da Indústria, Comércio Internacional e Serviços (MDIC), Yana Dumaresq Sobral Alves, o EEBA permite a construção conjunta de caminhos mais profundos de integração entre Brasil e Alemanha. De acordo com ela, há 50 empresas brasileiras em solo alemão, enquanto os investimentos alemães no Brasil somam US$ 21 bilhões. “Temos amplas avenidas de oportunidade à nossa frente e precisamos agarrar essas oportunidades e transformá-las em realidade”, disse.
Além disso, Yana Alves destacou que o novo paradigma da indústria 4.0 deve ser o pavimento para uma nova onda de integração entre os dois países. “Certamente no âmbito desta cooperação com a Indústria 4.0, nós vamos ver também uma revolução no que diz respeito ao comércio e serviços entre Brasil e Alemanha, hoje ainda muito aquém do potencial de ambos países, e também diferente do padrão que se observa nas trocas comerciais de serviços entre Brasil e Europa”, ressaltou.
EEBA – O 36º Encontro Econômico Brasil Alemanha (EEBA) é organizado pela CNI e pela BDI, com apoio da Prefeitura de Colônia e da Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo (AHK São Paulo) de forma intercalada, entre os dois países. A edição de 2019 será no Rio Grande do Norte, com o apoio da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN).
Neste ano, cerca de 260
participantes brasileiros estão em Colônia. A delegação empresarial
brasileira é liderada pelo vice-presidente da CNI Paulo Tigre e tem a
participação dos presidentes das Federações Estaduais das Indústrias do Rio
Grande do Norte (FIERN), Amaro Sales; de Santa Catarina (FIESC), Glauco
José Côrte; do Rio Grande do Sul (FIERGS), Gilberto Petry; de Roraima (FIER),
Rivaldo Neves; do Maranhão (FIEA), Edílson Baldez; e de Minas Gerais (FIEMG), Flavio
Nogueira.
O governo brasileiro é
representado pelo Secretário-Geral do Itamaraty, embaixador Marcos
Galvão; pela Secretária Executiva do Ministério da Indústrica, Comércio
Exterior e Serviços (MDIC), Yana Alves; e pelo Presidente da Apex-Brasil,
embaixador Roberto Jaguaribe. Pelo lado alemão, participaram da cerimônia de
abertura a prefeita de Colônia, Henriette Reker; o ministro de Assuntos
Federais e Europeus e de Assuntos Internacionais do Estado da Renânia do
Norte-Vestefália, Dr. Stephan Holthoff-Pförtner; e o membro do Parlamento
Alemão e secretário de Estado Parlamentar do Ministério Federal da Economia e
Energia (BMWi), Oliver Wittke.
Texto e foto: Wagner Arratia
Concha, de Colônia, na Alemanha
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