Municípios registram
infestação de Aedes Aegypti ; Estado passou por epidemia em
2016, mas Secretaria descarta repetição nas mesmas proporções
Pernambuco, que passou por
epidemia de zika em 2016, corre o risco de sofrer novamente
com essa e outras doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti,
como dengue e chikungunya.
O chamado Levantamento Rápido
de Índices de Infestação pelo Aedes Aegypti (LIRAa), divulgado
pelo Ministério da Saúde, mostra que 80 entre os 185 municípios do
Estado estão em risco de surto dessas doenças.
Além da infestação do
mosquito, Pernambuco registrou aumento nas notificações de zika e dengue este
ano. Segundo a Secretaria de Saúde de Pernambuco, até abril foram 4.147
notificações de casos de dengue e 457 de zika, o que representa um
aumento de 45% e 20%, respectivamente, em comparação com o ano passado.
Para Claudenice Pontes,
gerente de Controle das Arboviroses da Secretaria de Saúde de Pernambuco, isso
se deve ao diagnóstico mais preciso da doença realizado atualmente. "Temos
21 casos confirmados de zika em Pernambuco esse ano, porém apenas um deles foi
confirmado em laboratório por meio de biologia molecular, que realmente
comprova a presença do vírus. Os demais foram analisados somente por sorologia
IGM, que pode dar reação cruzada com dengue e vice-versa. Esse resultado terá
que ser complementado com a análise clínica de cada paciente", afirma.
Ela afirma que existe o risco
de surtos isolados, mas não de uma epidemia no Estado "nas proporções da
epidemia de 2016". "A maioria das pessoas em Pernambuco já teve
contato com o vírus e, portanto, estão imunes a essa ocorrência. O que pode
acontecer são surtos em localidades que não tiveram explosão de casos, como
municípios na região do sertão. Quem não adoeceu corre o risco de adoecer com
uma dessas arborviroses. Lembrando que Pernambuco tem os 4 tipos de dengue,
zika e chichungunya", afirma.
Segundo ela, dois fatores
contribuem para o alto índice de infestação de Aedes Aegyptino
Estado: condições climáticas e hábitos da população. "Diferentemente das
regiões Sudeste e Sul, onde realmente existe o frio, o Nordeste tem uma
condição climática que favorece a multiplicação de mosquitos. Estamos ainda em
período de chuvas, o que facilita a proliferação do mosquito", afirma.
Claudenice explica que,
principalmente no sertão, o hábito de armazenar água em casa de forma
inadequada é a principal fonte de criadouros de mosquitos. "Fora os
reservatórios superiores, as caixas d' água e cisternas, as pessoas improvisam
esse abastecimento com baldes e garrafas pet", explica.
"O que precisa ser feito
é aquela velha tarefa de educar a população para que a água seja armazenada
adequadamente. A gente só vê a população tomando algum cuidado quando tem
muitos casos, quando a epidemia está instalada", completa.
Entre as ações de controle da
doença, ela cita como alternativas possíveis o uso de mosquitos transgênicos,
que interrompem o ciclo do Aedes Aegypti, até o uso de peixes que
se alimentam de larvas, mas ressalta que a decisão sobre a estratégia sobre a
adoção dessas medidas está a cargo dos municípios.
"As ações de controle são
municipais. Ao Estado cabe fazer o monitoramento, analisar a situação e buscar
soluções".
R7
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