“Fazer
qualquer prognóstico no Brasil para os próximos 90 dias é muito arriscado”. Foi
com esse tom que Nelson Mussolini, presidente do Sindicato da
Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo
(Sindusfarma) abriu o Fórum Expectativas 2019. O evento analisou o cenário
econômico e político do próximo ano e contou com a participação de analistas e
consultores.
O
evento contou com importantes formadores de opinião no segmento. Na Foto o João
Sanches da Novartis.
Andreas
Strakos, consultor do Sindusfarma, apresentou as expectativas da indústria e os
caminhos para enfrentar o ambiente de incerteza que o país está passando.
“Víamos um cenário otimista demais antes da greve dos caminhoneiros, ocorrida
em maio, e agora de certa mudança no padrão de otimismo”, ressalta. Segundo o
executivo, a indústria projeta um crescimento de 6,7% em unidades e 8,3% em
valores para 2018, e de 7,19% em unidades e 9,02% em valores para 2019. “Apesar
disso, todos devem se preparar para trabalhar com números menores”, afirma
Strakos.
Bruno
Abreu, diretor do Sindusfarma, apresentou os prognósticos sobre a política
de preços e regulação econômica do setor, entre eles a alta incidência de
impostos sobre medicamentos no Brasil (31,3%) contra 6% no resto do mundo. Já o
CEO da Ipsos, Marcos Calliari, apontou aos presentes os
principais resultados da pesquisa Pulso Brasil, de maio de 2018, na qual 60%
dos entrevistados demonstram preocupação em relação ao futuro do país.
A
pesquisa também revelou que a hipertensão é a principal doença em tratamento
nos domicílios pesquisados, com 39%. Do total de entrevistados, 48% afirmam
utilizar medicamentos de uso contínuo. A classe C é a que menos utiliza
medicamentos de uso contínuo (27%) e é a que mais utiliza remédios distribuídos
de forma gratuita (79%). No que diz respeito aos medicamentos de uso contínuo
por faixa etária, os de 50 anos ou mais são os que mais consomem (61%).
Paulo
Paiva, vice-presidente da Close-Up International, destacou as médias
e pequenas farmácias têm como desafio contrapor o crescimento das grandes redes
e do associativismo, que por sua vez, está conseguindo se posicionar como canal
estratégico. Serviços adicionais, além da venda de medicamento, aparecem como
opção para as grandes redes, mas o maior desafio é crescer no âmbito de
medicamentos, pois demanda alcance geográfico e oferta de mix.
“Falta alinhamento de estratégia promocional com as estratégias de trade dentro
da cadeia, que envolva distribuição e o varejo”, afirma Paiva.
Felipe
Abdo, diretor da IQVIA, ressaltou que o crescimento do mercado
farmacêutico se manteve na casa dos 10% nos últimos quatro anos e que os
diferentes momentos da crise econômica alteraram de forma importante o perfil
de compra de medicamentos. Além disso, observa-se, cada vez mais, os canais de
contato com a indústria sendo direcionados preferencialmente para os meios
digitais, tais como webinar, congressos e consultas virtuais.
Fonte:
Redação Panorama Farmacêutico
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