Todos os estados do país
começam a receber testes rápidos que deverão ser usados para diagnóstico de
coronavírus em profissionais de saúde e segurança pública
Já estão em solo brasileiro as
primeiras 500 mil unidades de testes rápidos para diagnosticar o coronavírus
(Covid-19). É o primeiro lote de um total de 5 milhões adquiridos pela Vale e
doados ao Ministério da Saúde. Os testes serão usados em profissionais que
atuam na área de saúde que atuam nos postos de saúde e hospitais de todo o
país, além de agentes de segurança, como policiais, bombeiros e guardas civis
que estejam com sintomas da Covid-19. A ideia é que estes profissionais que
estão na linha de frente do atendimento à população, garantindo cuidados
médicos e de segurança, recebam o diagnóstico e tenham a oportunidade de
retornar, de forma segura, as suas atividades, que são consideradas essenciais.
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O teste rápido é indicado
apenas entre o sétimo e décimo dia do início dos sintomas, como febre e tosse.
Não é recomendado para uso em toda a população, uma vez que não consegue
diagnosticar o início da doença, como explica o ministro da Saúde, Luiz
Henrique Mandetta. “É um teste rápido, mas ele mede o anticorpo. Você teve a
gripe, que pode ser de qualquer vírus e, no sétimo dia, a gente fala que a
gripe que você está ou que já acabou era causada pelo coronavírus. Esse teste
vai ser fundamental para a gente saber se aquela enfermeira, aquele médico ou o
profissional de segurança, que teve uma gripe ou que está com uma gripe, testou
positivo para coronavírus. Se sim, vamos tratar de um jeito. Se não, poderá
retornar ao trabalho”, esclareceu Mandeta.
Funciona assim: entre o sétimo
e décimo dia do surgimento dos sintomas de coronavírus coleta-se uma gota de
sangue, a exemplo da medição de glicemia (taxa de açúcar no sangue). A partir
desta gota de sangue é possível detectar a presença de anticorpos (IgG e IgM),
que são defesas produzidas pelo corpo humano contra o vírus SARS-CoV-2, que
causa a Covid-19. Os resultados deste teste saem praticamente na mesma hora,
duram cerca de 15 a 30 minutos.
Antes de começarem a ser
distribuídos para o país os testes passam agora por análise da qualidade pelo
Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), da Fiocruz. A
análise de qualidade de todos os insumos adquiridos pelo Ministério da Saúde é
praxe para garantir a segurança do produto. A expectativa é de que já a partir
da próxima semana comecem a ser distribuídos para todos os estados do país.
O restante dos testes rápidos
doados pela Vale (4,5 milhões) deve chegar ao Brasil ainda no mês de abril.
TESTES EM CASOS GRAVES
O Ministério da Saúde já
distribuiu para laboratórios públicos de todo o país mais de 54 mil testes de
biologia molecular, chamados de RT-PCR. Este tipo de teste identifica o vírus
que provoca o coronavírus logo no início, ou seja, no período em que ainda está
agindo no organismo. O uso desses testes é feito para diagnosticar casos graves
internados. Além disso é utilizado na Rede Sentinela, ou seja, para acompanhar
a evolução da doença no Brasil, como os sintomas dos casos mais graves
associados ao vírus. Assim, para a vigilância os testes são feitos em casos
graves e amostragem de casos leves, como Síndrome Respiratória Aguda Grave
(SRAG).
Já para esta semana está
prevista a entrega pela Fiocruz ao Ministério da Saúde de outros 40 mil testes
RT-PCR. Devido a escassez mundial de insumos, a Fiocruz readequou o calendário
de entregas ao Ministério da Saúde. Serão 1,5 milhão de testes por mês, entre
os rápidos e moleculares.
Ao todo, juntando testes
rápidos e de biologia molecular (RT-PCR), o Ministério da Saúde irá distribuir
quase 23 milhões de testes para diagnosticar a Covid-19, seja por aquisição
direta ou por meio de doações.
Da Agência Saúde
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