Por Lisandra Paraguassu- https://br.reuters.com
BRASÍLIA (Reuters) - O governo
federal vai mudar o protocolo de testagem para coronavírus e passará a testar
todos os profissionais de saúde em contato com a doença e todas as pessoas que
procurarem os postos de saúde com síndromes gripais, além dos casos graves e
óbitos, que já vêm sendo testados atualmente, disse à Reuters nesta
segunda-feira uma fonte que acompanha o tema.
A mudança no protocolo foi
decidida pela ampliação do acesso do governo a testes e novos testes rápidos,
com fabricantes e empresas colaborando para que os kits sejam adquiridos.
No domingo, a Vale anunciou a
compra de 5 milhões de testes rápidos na China, para doação ao governo federal.
Segundo o Ministério da Saúde, esses testes, cujos resultados saem em até 15
minutos, serão usados em profissionais de saúde.
A Vale estima que um primeiro
lote, de 1 milhão de kits, possa ser entregue no Brasil no início de abril.
A empresa Marfrig Global Foods
anunciou, nesta segunda-feira, a doação de 7,5 milhões de reais para o governo
federal comprar kits de testagem, o que permitiria a aquisição de 100 mil kits.
O ministro da Saúde, Luiz
Henrique Mandetta, afirmou, em entrevista coletiva no domingo, que o governo
federal tentaria fazer parcerias com a iniciativa privada para ampliar a
aquisição de kits de testes.
Na semana passada, o ministro
chegou a criticar a Organização Mundial de Saúde (OMS), que defende a testagem
da maior quantidade possível de pessoas que tiveram contato com doentes como
forma de controlar a epidemia, já que uma grande parte das transmissões vem de
pessoas assintomáticas.
Mandetta alegou que seria um
“desperdício, do ponto de vista sanitário” de recursos preciosos para os
países, e que a Coreia do Sul, que controlou a epidemia usando o recurso de
realizar testes em larga escala, era um país muito menor que o Brasil.
“Tudo que é comentado na
história das epidemias é fazer as testagens até que você tenha transmissão
sustentável. E a partir do momento que você tem transmissão sustentável, fazer
por sentinela e amostragem”, afirmou.
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