Por: Vinícius Lisboa (Agência
Brasil)
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
vai enviar uma equipe de profissionais a países lusófonos da África para ajudar
a organizar a resposta à pandemia do novo coronavírus. A cooperação se dá a
partir de um pedido do escritório regional da Organização Mundial da Saúde
(OMS) na África, que chegou à Fiocruz no último domingo (15/3).
Segundo o diretor do Centro de
Relações Internacionais em Saúde da Fiocruz, Paulo Buss, os profissionais
brasileiros atuarão em parceria com portugueses para difundir informações e
inovações sobre a doença e preparar equipes locais para a resposta em
diferentes níveis, como atenção básica, educação em saúde e atendimento a casos
graves.
"Vamos, com Portugal,
para ajudar no esforço de países muito mais pobres e em situação institucional
muito mais séria que a nossa, e com epidemias que poderão adquirir tons muito
trágicos talvez", disse o médico sanitarista, que afirma que as
comunidades anglófona e francófona também estão sendo mobilizadas
internacionalmente pela OMS.
A equipe a ser enviada pela
Fiocruz deve contar com um epidemiologista, uma pessoa da área clínica, alguém
com formação em gestão de sistemas de saúde e um profissional de laboratório. O
time pode ter ainda um profissional de comunicação, para ajudar a organizar um
processo claro de divulgação das informações.
"Nossa ideia é deslocar
técnicos para lá assim que eles definirem qual é a demanda, com as necessidades
claramente definidas. Vamos mobilizar profissionais que têm capacidade de
formar profissionais de laboratório e epidemiologistas na própria região
africana", explicou Buss, defendendo que a melhor forma de multiplicar
esse conhecimento é enviar os profissionais ao continente africano. "Uma
equipe nossa lá forma um monte de gente, e se eu tirar cinco ou seis de lá, eu
já vou deixar um déficit para eles".
O pedido de cooperação seria
assinado formalmente no último dia 9, quando a diretora-geral da OMS na África,
Matshidiso Moeti, viria à Fiocruz. A viagem foi cancelada pelo avanço da doença
no continente africano, cujo país com mais casos é o Egito, com 166 doentes
confirmados.
Entre os membros da Comunidade
de Países de Língua Portuguesa (CPLP), Angola, Moçambique, Guiné Bissau e São
Tomé e Príncipe não têm casos confirmados da doença. Já Guiné Equatorial tem um
caso, segundo mapa atualizado diariamente pela OMS.
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