Anderson Vieira |
Presidente da comissão mista, o senador Confúcio Moura anunciou que na próxima terça-feira (30) o colegiado deve ouvir representantes dos prefeitos
Reprodução TV Senado
Saiba mais
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diz governador de MT
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pandemia
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à covid
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Os governadores do Espírito
Santo, Renato Casagrande, e do Mato Grosso, Mauro Mendes, pediram mais
coordenação e liderança do governo federal no combate à pandemia do novo coronavírus.
Eles participaram, nesta quinta-feira (25), de uma audiência via internet
da comissão mista que acompanha as ações do Executivo no combate à
Covid-19.
A comissão recebeu os
governadores na condição de representantes dos consórcios regionais, criados a
partir de 2015, quando estados estavam e situação de calamidade fiscal, que têm
atuado agora na busca de soluções conjuntas neste momento de crise.
Presidente do consórcio que
abrange a região central do Brasil, o governador Mauro Mendes lembrou que
dinheiro não é tudo e disse ser necessário uma liderança que una o país na
criação de soluções coletivas:
— O governo federal faz
esforço, mas dinheiro não é tudo. Precisamos de uma articulação mais presente e
mais próxima, uma liderança para o país. A interinidade do atual ministro da
Saúde, por exemplo, gera instabilidade. Além disso, trocar três ministros em um
período tão crítico da história da saúde pública brasileira não é algo
razoável. Espero que o governo possa pacificar isso. Se é para continuar com o
atual, que o confirme definitivamente, para que ele possa liderar este
país — opinou.
Comitê gestor
O governador do Espírito
Santo, Renato Casagrande, do consórcio das regiões Sul e Sudeste, também
reclamou da instabilidade no comando do Ministério da Saúde. Na opinião dele,
não há má vontade, mas dificuldades causadas pelas constantes mudanças na
pasta.
— O comportamento do
presidente deixa dúvida na cabeça das pessoas. Além disso, há uma politização
da pandemia, aliás, tudo está sendo politizado no Brasil de hoje. O ideal seria
seguirmos outros países, com a coordenação central para que os entes federados
estivessem juntos nesse enfrentamento, enviando à população a mesma mensagem:
distanciamento social, isolamento e uso de máscara.
Indagado pela senadora
Eliziane Gama (Cidadania-MA), vice-presidente da comissão, se ainda haveria
tempo para a criação de um comitê gestor da crise, o governador capixaba disse
que não só haveria tempo, como seria algo necessário, visto que o Brasil ainda
está na fase crescente da doença e não chegou ao platô.
— No Brasil temos visões
diferentes que têm atrapalhado o trabalho nos estados. Por isso, pedimos uma
coordenação nacional que envie mensagens que reconheçam a letalidade e a
importância dessa pandemia — afirmou.
Demora
Já o terceiro governador a
participar da audiência desta quinta-feira, Waldez Góes, do Amapá, lamentou o
atraso inicial na articulação para o enfrentamento da crise.
— As coisas foram muito
demoradas. A bem da verdade, por quase 60 dias os estados individualmente
tiveram que adotar uma série de providências para fazer o enfrentamento à covid
— constatou o representante do consórcio da Amazônia Legal.
Prefeituras
Na fase de debates, o senador
Esperidião Amin (PP-SC) lembrou que o problema da integração não diz respeito
somente ao governo federal com estados, mas a governadores com prefeitos, visto
que têm havido muitas controvérsias entre eles:
— Quero oferecer a minha
solidariedade e sugerir que os governadores se reúnam para o diálogo
construtivo. Há muitos antagonismos: entre prefeitos, entre prefeitos e
unidades federadas e a própria União. Divididos não sobreviveremos, mas unidos
temos chance e escapar — concluiu.
Dificuldades
Outras dificuldades apontadas
pelos governadores na reunião foram a falta de medicamentos, a alta nos preços
de remédios e equipamentos e a escassez de mão de obra. Segundo os
governadores, os preços dispararam, os gestores têm dificuldade de fazer
compras e os profissionais de saúde são obrigados a se afastar por conta de
contaminações.
— Temos aí uma realidade
dura. Os preços explodiram e os administradores estão com medo de comprar para
depois responderem eternamente por ação de improbidade. Isso cria um ambiente
muito hostil e que depõe contra o interesse de tomar providencias contra a
população — avaliou Mauro Mendes.
No fim da reunião, o
presidente da comissão mista, senador Confúcio Moura (MDB-RO), anunciou que o
próximo encontro do colegiado está marcado para terça-feira (30), às 10h.
Senadores e deputados pretendem ouvir agora representantes dos prefeitos.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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