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quarta-feira, 10 de junho de 2020

“Nunca houve, não há e nunca haverá omissão de dados”, diz ministro da Saúde em Comissão da Câmara dos Deputados

Eduardo Pazuello disse que informações não podem ser simplórias quando se fala do Brasil e lança plataforma online mais robusta para auxiliar gestores e população no combate à pandemia

O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nesta terça-feira (9), durante videoconferência com a Comissão Externa da Câmara dos Deputados, que “nunca houve, não há e nunca haverá omissão de dados”. Durante sua apresentação, Pazuello explicou aos parlamentares e reforçou à população que tem trabalhado com total transparência e que há 20 dias está debruçado com a equipe técnica da pasta na produção de uma plataforma online mais robusta, que traz dados mais fidedignos à realidade e com os detalhamentos necessários das informações sobre o coronavírus para auxiliar gestores e população no combate à pandemia.

“Independentemente se o registro foi colocado de um jeito ou outro, os dados que chegam para nós são dados de registro. Não há, nunca houve e não haverá discussão se o dado (de casos e óbitos) será lançado. Todos serão lançados, sempre foram e sempre serão assim que chegarem“, reforçou Pazuello. Em seu discurso, o ministro disse ainda que para se ter um panorama verdadeiro sobre a situação da evolução do coronavírus no Brasil não se pode usar tabelas simples.

Durante sua apresentação, o ministro explicou que a ideia é divulgar dados que mostrem a curva de todas as regiões do país, incluindo estados, capitais e regiões metropolitanas e municípios. A divulgação do novo formato com a estruturação dessa nova plataforma deve ser concluída até esta quarta-feira (10) e terá todos os dados inclusos.

“As informações não podem ser simplórias quando se fala do Brasil. Nós queremos o mesmo que vocês: transparência e verdade e estamos trabalhando por isso. Não fizemos qualquer omissão de dados, mas buscamos capacidade de melhorar o dado. Estávamos fabricando essa ferramenta fantástica para dar todos os dados necessários. Não deixamos e não vamos deixar de apresentar o registro de casos e óbitos”, reforçou o ministro.

BALANÇO DAS AÇÕES

Além de responder às perguntas feitas por parlamentares que representam todas as Unidades da Federação, sobre recursos, medidas de distanciamento social, envio e distribuição de respiradores, Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e curva da pandemia, Pazuello fez uma apresentação com resultados concretos de ações tomadas pelo Governo do Brasil no enfrentamento à pandemia.

Entre as medidas estão, por exemplo, o envio de R$ 48,8 bilhões aos estados e municípios desde o início do ano, sendo R$ 9,5 bilhões exclusivos para combate à COVID-19, além da liberação de R$ 1,183 bilhões direcionados ao custeio de 8.247 leitos de UTI habilitados exclusivamente para pacientes graves e gravíssimos do coronavírus e envio de 11,3 milhões de medicamentos, como cloroquina e oseltamivir.

O reforço nos Equipamentos de Proteção Individual para os profissionais de saúde também chegou em todos os estados do Brasil, atualmente são 115,2 milhões de itens já distribuídos. São litros de álcool em gel, máscaras cirúrgicas e N95, toucas, luvas, sapatilhas, óculos e protetores faciais e aventais, que ajudam a amenizar o risco de contaminação daqueles que estão na linha de frente atendendo a população.

VENTILADORES PULMONARES

Outro ponto  são os ventiladores pulmonares. Até o momento, a pasta já adquiriu e entregou 3.854 ventiladores para auxílio no atendimento aos pacientes com COVID-19. Os ventiladores ajudam pacientes que não conseguem respirar sozinhos e seu uso é indicado nos casos graves de coronavírus (COVID-19), que apresentem dificuldades respiratórias.

“Nossa produção nacional hoje é excepcional, não estamos comprando nada do mercado externo e estamos focados no mercado interno. Vamos conseguir suprir toda a nossa demanda com a nossa produção interna, com as nossas indústrias. Temos recebido o material direto da linha de proteção e o número de itens fabricados na indústria nacional vai dar a tranquilidade que precisamos para apoiar os gestores no que for necessário”, disse o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello.

PARCERIA COM ESTADOS, MUNICÍPIOS E PARLAMENTARES

Todas as medidas tomadas estão sendo discutidas e pactuadas entre o Ministério da Saúde, estados e municípios. As decisões precisam ser tripartite, tal qual determina a Constituição Federal, uma vez que o Sistema Único de Saúde é composto pela União, estados e municípios. Essa característica foi explicada pelo ministro durante a comissão e colocada como um dos principais pilares para o avanço das medidas de enfrentamento à COVID-19 e melhoria da saúde como um todo.

“Tenho trabalhado todos esses dias com o CONASS e CONASEMS pela simples razão de que esses dois órgãos, juntos com o Ministério da Saúde, compõem o SUS. O nosso SUS é a melhor ferramenta que o Brasil poderia ter para combater a pandemia, é um exemplo para o mundo”, ressaltou o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello.

Durante sua fala, Pazuello também fez questão de buscar aproximação com o Congresso Nacional e convocar os parlamentares a fazerem suas partes. Além de responder a todos os questionamentos feitos pelos deputados, o ministro disse que busca transparência e portas abertas, assim como mantém as do ministério.

“Jamais vamos deixar de mandar equipamentos, recursos ou materiais para os estados. Vamos atender todo mundo, 100%, de acordo com a necessidade. Podem olhar para mim como “o cara” que vai atender a todos. É ótimo trabalhar em conjunto, ouvir sugestões que ajudem a trabalhar. Decisões a gente toma rapidamente”, ponderou o ministro.

TRANSPARÊNCIA

Além de anunciar a nova plataforma com os novos métodos e estratégias de análise, divulgação e dizer que todos os dados de casos e óbitos, acumulados e registrados no dia e por milhão da população, o ministro também ressaltou, inúmeras vezes, que a transparência é um dos principais pilares da sua gestão.

Para isso, todos os órgãos de controle estão sendo chamados para acompanhar o que é feito dentro da estrutura do Ministério da Saúde, com transparência total e acompanhamento do que está sendo discutido e decidido in loco.

O registro de casos e óbitos continuarão sendo exibidos, como sempre foram, assim como todos os registros que forem enviados pelos estados e municípios. “Isso não muda em hipótese alguma, nunca mudou. Todos os registros oficiais permanecerão”, ressaltou Pazuello.

Em seu discurso final, o ministro disse que todo o trabalho está sendo feito com base em vidas e que busca sempre a verdade para evitar a subnotificação e a hipernotificação. “Estamos falando de vidas. A gente tem que ganhar a guerra sem perder ninguém e para não perder ninguém temos que atender imediatamente”, concluiu o ministro.

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Por Gustavo Frasão, da Agência Saúde
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