Eduardo Pazuello disse que
informações não podem ser simplórias quando se fala do Brasil e lança
plataforma online mais robusta para auxiliar gestores e população no combate à
pandemia
O ministro interino da Saúde,
Eduardo Pazuello, afirmou nesta terça-feira (9), durante videoconferência com a
Comissão Externa da Câmara dos Deputados, que “nunca houve, não há e nunca
haverá omissão de dados”. Durante sua apresentação, Pazuello explicou aos
parlamentares e reforçou à população que tem trabalhado com total transparência
e que há 20 dias está debruçado com a equipe técnica da pasta na produção de
uma plataforma online mais robusta, que traz dados mais fidedignos à realidade
e com os detalhamentos necessários das informações sobre o coronavírus para
auxiliar gestores e população no combate à pandemia.
“Independentemente se o
registro foi colocado de um jeito ou outro, os dados que chegam para nós são
dados de registro. Não há, nunca houve e não haverá discussão se o dado (de
casos e óbitos) será lançado. Todos serão lançados, sempre foram e sempre serão
assim que chegarem“, reforçou Pazuello. Em seu discurso, o ministro disse ainda
que para se ter um panorama verdadeiro sobre a situação da evolução do
coronavírus no Brasil não se pode usar tabelas simples.
Durante sua apresentação, o
ministro explicou que a ideia é divulgar dados que mostrem a curva de todas as
regiões do país, incluindo estados, capitais e regiões metropolitanas e
municípios. A divulgação do novo formato com a estruturação dessa nova
plataforma deve ser concluída até esta quarta-feira (10) e terá todos os dados
inclusos.
“As informações não podem ser
simplórias quando se fala do Brasil. Nós queremos o mesmo que vocês:
transparência e verdade e estamos trabalhando por isso. Não fizemos qualquer
omissão de dados, mas buscamos capacidade de melhorar o dado. Estávamos
fabricando essa ferramenta fantástica para dar todos os dados necessários. Não
deixamos e não vamos deixar de apresentar o registro de casos e óbitos”,
reforçou o ministro.
BALANÇO DAS AÇÕES
Além de responder às perguntas
feitas por parlamentares que representam todas as Unidades da Federação, sobre
recursos, medidas de distanciamento social, envio e distribuição de
respiradores, Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e curva da pandemia,
Pazuello fez uma apresentação com resultados concretos de ações tomadas pelo
Governo do Brasil no enfrentamento à pandemia.
Entre as medidas estão, por
exemplo, o envio de R$ 48,8 bilhões aos estados e municípios desde o início do
ano, sendo R$ 9,5 bilhões exclusivos para combate à COVID-19, além da liberação
de R$ 1,183 bilhões direcionados ao custeio de 8.247 leitos de UTI habilitados
exclusivamente para pacientes graves e gravíssimos do coronavírus e envio de
11,3 milhões de medicamentos, como cloroquina e oseltamivir.
O reforço nos Equipamentos de
Proteção Individual para os profissionais de saúde também chegou em todos os
estados do Brasil, atualmente são 115,2 milhões de itens já distribuídos. São
litros de álcool em gel, máscaras cirúrgicas e N95, toucas, luvas, sapatilhas,
óculos e protetores faciais e aventais, que ajudam a amenizar o risco de
contaminação daqueles que estão na linha de frente atendendo a população.
VENTILADORES PULMONARES
Outro ponto são os
ventiladores pulmonares. Até o momento, a pasta já adquiriu e entregou 3.854
ventiladores para auxílio no atendimento aos pacientes com COVID-19. Os
ventiladores ajudam pacientes que não conseguem respirar sozinhos e seu uso é
indicado nos casos graves de coronavírus (COVID-19), que apresentem
dificuldades respiratórias.
“Nossa produção nacional hoje
é excepcional, não estamos comprando nada do mercado externo e estamos focados
no mercado interno. Vamos conseguir suprir toda a nossa demanda com a nossa
produção interna, com as nossas indústrias. Temos recebido o material direto da
linha de proteção e o número de itens fabricados na indústria nacional vai dar
a tranquilidade que precisamos para apoiar os gestores no que for necessário”,
disse o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello.
PARCERIA COM ESTADOS,
MUNICÍPIOS E PARLAMENTARES
Todas as medidas tomadas estão
sendo discutidas e pactuadas entre o Ministério da Saúde, estados e municípios.
As decisões precisam ser tripartite, tal qual determina a Constituição Federal,
uma vez que o Sistema Único de Saúde é composto pela União, estados e
municípios. Essa característica foi explicada pelo ministro durante a comissão
e colocada como um dos principais pilares para o avanço das medidas de
enfrentamento à COVID-19 e melhoria da saúde como um todo.
“Tenho trabalhado todos esses
dias com o CONASS e CONASEMS pela simples razão de que esses dois órgãos,
juntos com o Ministério da Saúde, compõem o SUS. O nosso SUS é a melhor
ferramenta que o Brasil poderia ter para combater a pandemia, é um exemplo para
o mundo”, ressaltou o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello.
Durante sua fala, Pazuello
também fez questão de buscar aproximação com o Congresso Nacional e convocar os
parlamentares a fazerem suas partes. Além de responder a todos os
questionamentos feitos pelos deputados, o ministro disse que busca
transparência e portas abertas, assim como mantém as do ministério.
“Jamais vamos deixar de mandar
equipamentos, recursos ou materiais para os estados. Vamos atender todo mundo,
100%, de acordo com a necessidade. Podem olhar para mim como “o cara” que vai
atender a todos. É ótimo trabalhar em conjunto, ouvir sugestões que ajudem a
trabalhar. Decisões a gente toma rapidamente”, ponderou o ministro.
TRANSPARÊNCIA
Além de anunciar a nova
plataforma com os novos métodos e estratégias de análise, divulgação e dizer
que todos os dados de casos e óbitos, acumulados e registrados no dia e por
milhão da população, o ministro também ressaltou, inúmeras vezes, que a
transparência é um dos principais pilares da sua gestão.
Para isso, todos os órgãos de
controle estão sendo chamados para acompanhar o que é feito dentro da estrutura
do Ministério da Saúde, com transparência total e acompanhamento do que está
sendo discutido e decidido in loco.
O registro de casos e óbitos
continuarão sendo exibidos, como sempre foram, assim como todos os registros
que forem enviados pelos estados e municípios. “Isso não muda em hipótese
alguma, nunca mudou. Todos os registros oficiais permanecerão”, ressaltou
Pazuello.
Em seu discurso final, o
ministro disse que todo o trabalho está sendo feito com base em vidas e que
busca sempre a verdade para evitar a subnotificação e a hipernotificação.
“Estamos falando de vidas. A gente tem que ganhar a guerra sem perder ninguém e
para não perder ninguém temos que atender imediatamente”, concluiu o ministro.
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Por Gustavo Frasão, da Agência
Saúde
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