Nesta edição, a Revista Poli traz um debate sobre quais as medidas educacionais, econômicas e sanitárias que especialistas avaliam como importantes em um contexto em que governos municipais, estaduais e federal vêm discutindo a flexibilização das medidas de isolamento social adotadas para frear a escalada dos casos de contaminação por Covid-19 no país. Por um lado, economistas defendem a manutenção de programas como o auxílio emergencial de R$ 600 pago a trabalhadores informais desde abril, mas cobram medidas de cunho mais estrutural, como a ampliação da cobertura e dos valores pagos por programas de transferência de renda como o Bolsa Família, bem como mudanças na regressiva estrutura tributária brasileira que possam garantir recursos para as políticas sociais no longo prazo; na educação, analistas alertam que são necessários mais recursos para que municípios e estados possam implementar as medidas sanitárias e pedagógicas fundamentais para garantir um retorno gradual das aulas presenciais; por fim, especialistas em biossegurança discutem as medidas de higienização pessoal e distanciamento social que, pelo menos por um tempo, precisarão ser mantidas mesmo após o fim do isolamento.
A atuação de entidades
filantrópicas de origem empresarial na promoção de soluções para o ensino
remoto e o planejamento da volta às aulas é o foco de outra reportagem. Segundo
especialistas ouvidos pela Revista Poli, a pandemia vem acelerando
um processo que já vinha em curso, de ampliação do uso da tecnologia como
ferramenta pedagógica, que acarreta profundas transformações ao trabalho
docente e levanta questionamentos sobre as enormes desigualdades no acesso à
internet e às tecnologias da informação entre os estudantes das escolas
públicas.
O papel do Estado é um tema
subjacente a duas outras matérias presentes nesta edição. Uma delas discute a
dependência externa brasileira em relação a equipamentos e insumos essenciais
para o controle da pandemia, como respiradores e EPIs, entre outros, e a
necessidade de se fomentar a produção nacional. Nesse sentido, especialistas
ouvidos pela Revista Poli destacam que é preciso tocar um
processo de reconversão produtiva, colocando emergencialmente empresas de
outros produtos a serviço da fabricação de equipamentos e insumos para a saúde.
Mas cobram também mais investimentos públicos tanto no fortalecimento da
indústria quanto no desenvolvimento científico e tecnológico que antecede a
produção. Já na seção Dicionário, o verbete desta edição apresenta
os ‘Laboratórios de Saúde Pública’, instituições públicas que, a despeito de
sofrerem com uma crônica falta de recursos, vêm desempenhando papel fundamental
no monitoramento dos casos de Covid-19 no país.
A falta de EPIs e de
treinamento adequado são as principais queixas de entidades representativas dos
trabalhadores técnicos da saúde, que estão entre os mais vulneráveis à
Covid-19. É o que aponta outra reportagem da edição, que traz um levantamento
das mortes e casos de contaminação pelo novo coronavírus entre técnicos em
saúde.
Por fim, o entrevistado desta
edição é o vice-presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco)
Naomar de Almeida Filho, que fala sobre o Plano Nacional de Enfrentamento à
Covid-19, iniciativa da Frente pela Vida, que traz recomendações destinadas a
autoridades políticas e sanitárias, gestores públicos e sociedade em geral, que
foi entregue a parlamentares da Câmara dos Deputados e do Senado Federal no
início de julho.
A Revista Poli é uma publicação impressa editada pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz). A versão online pode ser acessada pelo site.
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