Economia não se recuperará sem
medidas de aumento da competitividade
É fundamental um ataque
frontal aos problemas que reduzem a competitividade, diz CNI
Reunião Fórum Nacional da
Indústria Presidentes de associações setoriais e de federações da indústria
expressaram ao ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,
Armando Monteiro Neto, preocupação com as perspectivas de recessão na economia.
A recuperação da economia
brasileira exige a adoção imediata de medidas em prol da competitividade, que
melhorem o ambiente de negócios e estimulem a retomada dos investimentos. A
sobrevivência da indústria está ameaçada. Com esse intuito, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e as 43 lideranças empresariais reunidas no Fórum
Nacional da Indústria (FNI) recomendam que, associado ao necessário ajuste das
contas públicas, sejam aplicadas medidas da agenda da competitividade
compatíveis com o ajuste, como redução da burocracia, eliminação da
cumulatividade e simplificação de tributos, ampliação do programa de concessões
e uma política ativa de apoio às exportações. Caminhar na agenda da
competitividade é especialmente importante nesse momento de impactos negativos
da política macroeconômica e de aumento dos custos para a sociedade como um
todo.
Reunidos no Fórum Nacional da
Indústria, nessa sexta-feira (6), para discutir o cenário político e econômico,
presidentes de associações setoriais e de federações da indústria expressaram
ao ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro
Neto, presente no encontro, extrema preocupação com as perspectivas de recessão
na economia e seus reflexos sobre o investimento e o nível de emprego. Para o
Fórum, o ajuste fiscal não pode prescindir de ações articuladas que concorram
para a retomada do crescimento da indústria e da economia. Sem isso, a
recuperação da credibilidade e dinamismo da economia pode ser comprometida.
As medidas defendidas pela
indústria visam a estimular a competitividade e garantir a sobrevivência das
empresas. O ataque ao excesso de burocracia é uma medida indissociável da
agenda de competitividade. Igualmente importante é a modernização das relações
do trabalho, condição necessária para elevar a produtividade e garantir o
crescimento da economia. A regulação do trabalho deve considerar a
sustentabilidade empresarial, a geração de emprego e renda e a proteção ao
trabalhador.
INVESTIMENTOS – A eliminação
do déficit histórico da infraestrutura é outro desafio a ser superado para a
retomada do crescimento da indústria e da economia. Sem oferta e capacidade
adequadas nas malhas de transportes e serviços de logística, o país voltará a
sofrer com as limitações de suas estradas, rodovias, ferrovias e portos,
impondo ao produto nacional custos adicionais que minam sua capacidade de
competir no mercado internacional.
Tal objetivo não será
alcançado sem a participação do setor privado, sobretudo no momento atual de
restrição fiscal. A ampliação do pacote de concessões, com aumento da
participação da iniciativa privada na execução de projetos e gestão da
infraestrutura de transportes é, na visão da CNI e dos membros do Fórum, o
melhor caminho para atingir esse objetivo. A clareza e previsibilidade de
regras no modelo de concessão, no entanto, são fatores determinantes para as
empresas para a tomada de decisão de investir, ou não, em um país.
AJUSTE FISCAL - O Fórum
Nacional da Indústria reconhece que as medidas de ajuste fiscal são necessárias
para garantir condições de crescimento de longo prazo, mas critica os efeitos
de algumas das iniciativas sobre a competitividade das empresas. As mudanças no
Reintegra e na elevação da alíquota da contribuição patronal alteram regras que
orientavam a operação das empresas e que atenuavam os problemas de
competitividade. A decisão faz com que o Brasil continue a ser um dos poucos países
do mundo que exportam tributos e faz reincidir um custo que vinha trazendo
alívio para o setor produtivo. Nessa mesma direção, o Fórum reiterou a
importância do Programa de Financiamento às Exportações (Proex) para a
manutenção da capacidade produtiva do Brasil.
O ajuste fiscal não pode ser
feito por meio do aumento da carga tributária. O Brasil já tem uma das mais
altas cargas tributárias do mundo. Adicione-se a isso o aumento dos juros e do
custo com energia. É imperativo avançar na redução do Custo Brasil. A agenda
deve colocar como objetivo a superação das restrições à competitividade das
empresas, que vêm se acumulando ao longo dos anos. Caso isso não aconteça,
ainda que as condições fiscais estejam reequilibradas, a retomada do
crescimento será prejudicada. A CNI e as lideranças industriais se articulam
para levar propostas aos Poderes Legislativo e Executivo.
Da Agência CNI de Notícias
0 comentários:
Postar um comentário