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sábado, 4 de abril de 2015

Sérgio Côrtes é indiciado pela Polícia Federal

A Polícia Federal indiciou o médico Sérgio Côrtes, ex-diretor do órgão e ex-secretário estadual de Saúde, e outras três pessoas, após encontrar falhas em contrato do Instituto Nacional de Traumato-Ortopedia (Into) com a empresa Toesa Service, celebrado em 2005. O contrato sofreu dois aditivos em setembro. No total, o Into pagou R$ 2 milhões à Toesa.

As acusações encaminhadas ao Ministério Público Federal incluem peculato (desvio por servidor público), concurso de pessoas (cometimento da infração penal por mais de um pessoa) e comunicação ao particular da elementar do crime (quando as circunstâncias do crime são atribuídas a todos os envolvidos) no contrato para manutenção de 72 ambulâncias do Samu, que, segundo a PF, custou R$ 1 milhão a mais do que deveria.

Por causa de outros contratos com a mesma Toesa, celebrados quando Côrtes comandava a Secretaria Estadual de Saúde, o então subsecretário, Cesar Romero Vianna Júnior (também cunhado do secretário), é réu com outras duas pessoas em ação penal que tramita na 2ª Vara Federal Criminal do Rio e está em fase de alegações finais.

Em 2005, a saúde pública do Rio sofreu intervenção federal. Sérgio Côrtes contratou a Toesa Service, com dispensa de licitação, para garantir a manutenção por 205 dias. Sérgio Côrtes afirma contudo que como diretor-geral do Into, não foi “nem requisitante e nem fiscal do contrato”, não tendo recebido à época qualquer comunicação dos responsáveis sobre problemas com a Toesa.

Em 2006, ao assumir a Secretaria de Saúde no estado, Côrtes teria a missão de colocar ordem na rede pública, que vivia um caos. Pouco depois, vieram as notícias de que estaria sendo alvo de atentados justamente por conta das ações promovidas na saúde. Passou a receber escolta constante da Polícia Federal. Virou uma espécie de "xerife" do governador Sérgio Cabral, que chegou a anunciar que ele seria o novo ministro da Saúde - declaração que não mereceu nenhum comentário por parte de Dilma Rousseff e o governo federal. Na sequência, Côrtes passou a ser alvo de uma série de investigações e acusações.

Ao assumir a secretaria, Côrtes levou Cesar Romero Vianna Júnior, que vem a ser sobrinho do ex-senador Tião Viana, governador do Acre.
Há ainda um caso nebuloso sobre a compra de um apartamento de luxo duplex por parte de Côrtes, na Lagoa Rodrigo de Freitas. Côrtes teria pago R$ 1,3 milhão à vista e em espécie, numa negociação pouco usual.

Em 2013, o então secretário de Saúde do Rio foi condenado pela Justiça por desvio de verba pública. A sentença da juíza Simone Lopes da Costa, da 8ª Vara de Fazenda Pública, teve como objeto a ação pública movida pelo Sindicato dos Médicos do Rio e cita movimentações que totalizam R$ 100 milhões.

Jornal do Brasil

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