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sábado, 10 de dezembro de 2016

Brasil e EUA discutem proteção de dados, transferência de tecnologia e combate ao zika

Delegação liderada pelo Conselho Empresarial Brasil-EUA se reuniu com representantes do MCTIC para debater proteção de dados, transferência de tecnologia na área de saúde e alternativas de combate ao vírus zika.

O secretário de Política de Informática, Maximiliano Martinhão, se reuniu com a delegação liderada pelo Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos.

O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) recebeu nesta quinta-feira (8) a delegação liderada pelo Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos (Cebeu) para discutir a proteção de dados pessoais em ambientas virtuais, transferência de tecnologia e combate ao vírus zika. No encontro, o MCTIC anunciou a realização de um workshop em 2017.

Na visita, a diretora de Políticas Públicas do Cebeu, Renata Vasconcellos, apresentou o posicionamento da entidade sobre o Projeto de Lei nº 4060/2012, que dispõe sobre o tratamento de dados pessoais com o objetivo de garantir e proteger os direitos da pessoa em ambientes virtuais.

"Tive a oportunidade de ver o material, e é muito importante para nós conhecermos as preocupações e considerações do Conselho Empresarial, pois estamos neste momento criando uma estratégia que envolva o desenvolvimento da economia digital no Brasil", comentou o secretário de Política de Informática do MCTIC, Maximiliano Martinhão.

Representando o grupo de inovação do Cebeu, o diretor de relações governamentais da IBM Brasil, Fabio Rua, destacou algumas questões relacionadas à proteção de dados consideradas relevantes para o Conselho. Um dos argumentos é que o debate deve ir além da privacidade do usuário e abordar, principalmente, a segurança cibernética, uma preocupação de empresas de múltiplos setores, e não somente do setor de TICs e inovação.

Outro tema é o consentimento do usuário, que deve ser mais claro e objetivo. Além disso, segundo o diretor, a transferência internacional de dados deve ser livre e irrestrita, o que, de outra maneira, afetaria serviços como nuvens de dados, big data e Internet das Coisas. Finalmente, Rua ponderou sobre a cultura da privacidade no Brasil, o que pode desestimular vulnerabilidades para os usuários de ambientes virtuais.

Para o secretário Maximiliano Martinhão, o mais importante, antes de tudo, é aprofundar o debate sobre a economia de dados. "Os dados aqui são gerados têm valor e implicam no desenvolvimento de uma economia. Precisamos entender qual é o valor, qual pode ser o impacto em nosso PIB e como pensar em legislação para apoiar o surgimento dessa indústria no Brasil", disse Martinhão. "Por isso, vamos realizar um workshop no início do próximo ano com a presença de especialistas para que tenhamos um diálogo das necessidades da indústria e dos interesses dos usuários."

Uma das propostas do grupo é a criação de uma agência governamental para tratar da questão de proteção de dados. "Ainda não há essa previsão, mas existe a discussão," disse Martinhão. "Principalmente, a possibilidade de aproveitar uma agência já existente por meio de adaptações para abordar esse assunto", acrescentou.

Saúde
Alguns temas relacionados à área de saúde também foram discutidos no encontro. A empresa Intrexon, representada pela diretora para assuntos governamentais Meredith Fenson, trouxe ao debate a implementação do método de combate ao mosquito Aedes aegypti por meio da inserção de mosquitos geneticamento modificados no ambiente, produzidos pela empresa Oxitec, que faz parte da Intrexon.

A entrada no mercado da solução ainda depende da aprovação da Anvisa, mas alguns experimentos já foram feitos no Brasil, e a empresa tem a aprovação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) desde 2014.

Segundo o coordenador-geral de Biotecnologia e Saúde da Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento (Seped) do MCTIC, Luiz Henrique Canto, o governo pretende dar agilidade à regulação.

Ao final do encontro, o diretor da Varian Medical Systems, Humberto Izidoro, também participante da delegação, ofereceu um canal de diálogo com o MCTIC sobre oportunidades de cooperação e transferência tecnológica. A empresa venceu licitação do Ministério da Saúde em 2013. No acordo, o governo federal irá investir R$ 500 milhões na compra de 80 aceleradores lineares que serão usados em tratamentos de radioterapia. A empresa, além de produzir os equipamentos, fará a manutenção de máquinas e a transferência de tecnologia para institutos de pesquisa brasileiros.

Fonte: MCTIC



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