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sexta-feira, 1 de junho de 2018

Brasil copatrocinou resolução para o problema dos acidentes ofídicos no mundo


Medida visa reduzir o número de pessoas que são mortas ou sofrem sequelas devido aos acidentes ofídicos.

Delegados presentes na 71ª Assembleia Mundial de Saúde (WHA) ocorrida em Genebra, na Suíça, aprovaram, no último dia 24 de maio de 2018, uma resolução para que a Organização Mundial de Saúde (OMS) elabore um plano de ajuda a países, de modo a aumentar o acesso ao tratamento de envenenamentos por acidentes ofídicos. Esta medida visa reduzir o número de pessoas que são mortas ou sofrem sequelas devido aos acidentes ofídicos. O Brasil foi um dos signatários dessa resolução.

Em junho de 2017, os acidentes ofídicos voltaram a ser reconhecidos pela OMS como doença tropical negligenciada. Embora a importância destas doenças negligenciadas difira em níveis nacionais, regionais e globais, uma característica comum a elas é que afetam populações pobres e que moram em locais de difícil acesso. Anualmente, no mundo, estima-se a ocorrência de 1,8 a 2,7 milhões de acidentes ofídicos, com 81 mil a 138 mil óbitos em decorrências destes acidentes. Estima-se também que 400 mil pessoas sofram com sequelas como restrição de mobilidade, amputação, cegueira e stress pós-traumático. A maioria das vítimas é formada por trabalhadores rurais (muitos são mulheres e crianças) de países em desenvolvimento de regiões tropicais e subtropicais do mundo.

Tratamentos efetivos para os acidentes ofídicos estão indisponíveis em muitos países. E, onde o tratamento está disponível, o custo pode ser exorbitante. Sabendo-se da urgente necessidade de aumentar o acesso a antivenenos seguros, efetivos e acessíveis, os delegados reforçaram, junto à OMS, a aceleração e a coordenação de esforços globais para controlar os envenenamentos por acidentes ofídicos.

Em 2017, no Brasil, segundo dados do SINAN, foram notificados 28.636 acidentes ofídicos, dos quais 106 evoluíram para óbito. Quatro laboratórios públicos produzem os antivenenos disponíveis no Brasil. O Ministério da Saúde provê, na rede pública de saúde, o tratamento com os antivenenos para os casos de acidentes por animais peçonhentos, embora ainda exista o desafio de facilitar o acesso a estes antivenenos em certos locais isolados, sobretudo em estados da Região Norte. Só em 2018,  mais de 82 mil doses de soros antiofídicos já foram distribuídos para os 26 estados e para o Distrito Federal.

Em caso de acidentes com animais peçonhentos, o Ministério da Saúde recomenda que o serviço médico seja buscado imediatamente. É importante informar ao profissional de saúde, se possível, as características do animal, como cor e tamanho, entre outros detalhes. Outra recomendação é lavar bem o local da picada com água e sabão (exceto em acidentes por águas-vivas ou caravelas), e manter a vítima em repouso até a chegada ao pronto socorro. E lembre-se,  não tente “chupar o veneno”, essa ação apenas aumenta as chances de infecção local.

No Brasil os soros antiofídicos são produzidos pelo IVB – Instituto Vital Brazil do Rio de Janeiro, pelo Butantan, em São Paulo, pela Funed em Minas Gerais, todos laboratórios da rede pública de fabricantes de medicamentos e insumos estratégicos para o SUS.

Por Assessoria da OMS com Nucom SVS/MS


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