Medida visa reduzir o número
de pessoas que são mortas ou sofrem sequelas devido aos acidentes ofídicos.
Delegados presentes na 71ª
Assembleia Mundial de Saúde (WHA) ocorrida em Genebra, na Suíça, aprovaram, no
último dia 24 de maio de 2018, uma resolução para que a Organização Mundial de
Saúde (OMS) elabore um plano de ajuda a países, de modo a aumentar o acesso ao
tratamento de envenenamentos por acidentes ofídicos. Esta medida visa reduzir o
número de pessoas que são mortas ou sofrem sequelas devido aos acidentes
ofídicos. O Brasil foi um dos signatários dessa resolução.
Em junho de 2017, os acidentes
ofídicos voltaram a ser reconhecidos pela OMS como doença tropical
negligenciada. Embora a importância destas doenças negligenciadas difira em
níveis nacionais, regionais e globais, uma característica comum a elas é que
afetam populações pobres e que moram em locais de difícil acesso. Anualmente,
no mundo, estima-se a ocorrência de 1,8 a 2,7 milhões de acidentes ofídicos,
com 81 mil a 138 mil óbitos em decorrências destes acidentes. Estima-se também
que 400 mil pessoas sofram com sequelas como restrição de mobilidade,
amputação, cegueira e stress pós-traumático. A maioria das vítimas é formada
por trabalhadores rurais (muitos são mulheres e crianças) de países em
desenvolvimento de regiões tropicais e subtropicais do mundo.
Tratamentos efetivos para os
acidentes ofídicos estão indisponíveis em muitos países. E, onde o tratamento
está disponível, o custo pode ser exorbitante. Sabendo-se da urgente necessidade
de aumentar o acesso a antivenenos seguros, efetivos e acessíveis, os delegados
reforçaram, junto à OMS, a aceleração e a coordenação de esforços globais para
controlar os envenenamentos por acidentes ofídicos.
Em 2017, no Brasil, segundo
dados do SINAN, foram notificados 28.636 acidentes ofídicos, dos quais 106
evoluíram para óbito. Quatro laboratórios públicos produzem os antivenenos
disponíveis no Brasil. O Ministério da Saúde provê, na rede pública de saúde, o
tratamento com os antivenenos para os casos de acidentes por animais
peçonhentos, embora ainda exista o desafio de facilitar o acesso a estes
antivenenos em certos locais isolados, sobretudo em estados da Região Norte. Só
em 2018, mais de 82 mil doses de soros antiofídicos já foram distribuídos
para os 26 estados e para o Distrito Federal.
Em caso de acidentes com
animais peçonhentos, o Ministério da Saúde recomenda que o serviço médico seja
buscado imediatamente. É importante informar ao profissional de saúde, se
possível, as características do animal, como cor e tamanho, entre outros
detalhes. Outra recomendação é lavar bem o local da picada com água e sabão
(exceto em acidentes por águas-vivas ou caravelas), e manter a vítima em
repouso até a chegada ao pronto socorro. E lembre-se, não tente “chupar o
veneno”, essa ação apenas aumenta as chances de infecção local.
No Brasil os soros
antiofídicos são produzidos pelo IVB – Instituto Vital Brazil do Rio de
Janeiro, pelo Butantan, em São Paulo, pela Funed em Minas Gerais, todos
laboratórios da rede pública de fabricantes de medicamentos e insumos
estratégicos para o SUS.
Por Assessoria da OMS com
Nucom SVS/MS
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