O
Instituto Butantan conseguiu patentear nos Estados Unidos o processo de
produção da vacina contra a dengue, que atualmente está na última fase dos
testes em humanos necessários para que o imunizante possa ser disponibilizado à
população.
Instituto
poderá exportar a tecnologia para o hemisfério Norte, que também vem
enfrentando casos da doença (foto: Camilla Carvalho / Acervo Instituto
Butantan)
A
patente foi conferida em maio pelo Escritório Americano de Patentes e Marcas
(USPTO, na sigla em inglês). Além de garantir visibilidade internacional ao
projeto, a conquista pode significar uma inversão da lógica tradicional de
importar tecnologia de países desenvolvidos, segundo comunicado distribuído
pela assessoria de imprensa do Butantan.
“Desta
vez, será o Instituto que poderá exportar a tecnologia para o hemisfério Norte,
que também vem enfrentando casos de dengue e irá demandar a vacina contra a
doença. Hoje, há uma corrida entre pesquisadores ao redor do mundo para
desenvolver uma vacina segura e eficaz, que possa ser produzida em larga
escala. O Instituto Butantan, com a patente nos EUA, deu um passo fundamental
para se estabelecer na vanguarda do processo”, diz a nota.
Desde
o início, o projeto para a vacina contra a dengue teve investimento total de R$
224 milhões oriundos da FAPESP,
do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Fundação
Butantan e do Ministério da Saúde.
A
terceira fase do estudo clínico começou em 2016 e está sendo realizada em 14
centros de pesquisa clínica, distribuídos em cinco regiões do país e envolverá
até o final 17 mil voluntários. O objetivo nesta etapa é comprovar a eficácia
do imunizante em proteger contra os quatro sorotipos do vírus da dengue. Ainda
não há data definida para a conclusão dos testes.
Dados
preliminares indicam que a vacina do Butantan é segura para pessoas de 2 a 59
anos, inclusive as que nunca tiveram a doença anteriormente, induzindo o
organismo a produzir anticorpos de maneira equilibrada contra os quatro
sorotipos. Terminada esta etapa, poderá ser feito o pedido de registro à
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“A
patente obtida nos Estados Unidos demonstra o nível de excelência do Instituto
Butantan, no panorama internacional, comparável aos melhores centros do mundo,
graças à competência obtida no desenvolvimento desta vacina. É mais um passo
importante no processo de internacionalização do Instituto”, disse Dimas Tadeu
Covas, diretor do Instituto Butantan.
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