O glaucoma é considerado a
segunda causa de cegueira no mundo, de acordo com a Organização Mundial da
Saúde (OMS), e acomete aproximadamente 70 milhões de pessoas em âmbito global.
Doença silenciosa e causada
principalmente por uma elevação da pressão intraocular, caso não seja tratada
imediatamente, pode levar a cegueira irreversível.
Não existem dados específicos
a respeito da quantidade de pessoas com a doença no Brasil, porém, de acordo
com o Ministério da Saúde, estima-se que aproximadamente 900 mil brasileiros
possuem a condição.
Segundo o estudo Global
Prevalence Of Glaucoma And Projections Of Glaucoma Burden Through 2040: a
Systematic Review and Meta-Analysis (prevalência global de glaucoma e projeções
de carga até 2040: uma revisão sistemática e metanálise, em tradução livre), a
faixa etária mais atingida pela doença é entre os 40 e 80 anos.
Em 2013, de acordo com o
relatório, 64,3 milhões destas pessoas possuíam a condição.
A projeção para 2020 é de 76
milhões e, em 2040, 111,8 milhões. Estes números mostram que o glaucoma é um
problema crescente, porém o tratamento só será eficaz se a doença for
diagnosticada precocemente.
Diagnóstico
Para que não haja um
diagnóstico tardio, de acordo com o presidente do XVIII Congresso Internacional
de Catarata e Cirurgia Refrativa, que ocorreu em São Paulo entre os dias 16 e
19 de maio, Prof. Dr. Gustavo Victor de Paula, é necessário que a população
insira idas ao oftalmologista na rotina ao menos uma vez ao ano.
“Atualmente as pessoas estão
acostumadas a procurar um médico apenas em casos nos quais precisam utilizar
óculos de grau. Porém isso é perigoso. O glaucoma é uma doença silenciosa, vai
tirando a visão do indivíduo aos poucos e ele sequer percebe. Por essa razão,
por meio de exames mais profundos, os profissionais conseguem identificar
qualquer tendência à doença e já iniciar um tratamento para poder prevenir sua
expansão e, consequentemente, a cegueira”, disse o especialista.
Em alguns casos, o glaucoma é
causado pelo aumento da pressão intraocular do indivíduo. Porém as causas ainda
não são totalmente conhecidas pelos especialistas. Por outro lado, de acordo
com alguns estudos, má circulação, redução sanguínea no nervo óptico ou uso de
corticoides podem influenciar para seu desenvolvimento.
Segundo Dr. Gustavo, uma das
maneiras para brecar o aumento de pessoas com a doença seria a inserção de idas
ao oftalmologista na rotina, porém a prática de políticas públicas e ações frequentes
para que haja a conscientização também são considerados itens primordiais.
Prevenção
O ministro da Saúde, Gilberto
Occhi, marcou presença no penúltimo dia do congresso e, em entrevista exclusiva
ao A TARDE, ressaltou as ações de políticas públicas que o ministério possui no
Brasil inteiro para prevenção da doença.
“Nós, além de ressarcirmos e
financiarmos qualquer tipo de tratamento, também fornecemos aos estados o
colírio para que essas pessoas possam continuar se cuidando. Esta é uma ação que
está dentro de todas as demais ações de atendimento do Sistema Único de Saúde
(SUS)”, disse o ministro Occhi.
No último dia 26, foi
celebrado o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma. Em comemoração à data, foram
realizados exames oftalmológicos gratuitos no Shopping Center Lapa, no centro
de Salvador.
Segundo Dr. Gustavo, ações
como esta são extremamente importantes e não apenas em dias específicos, mas no
decorrer de todo o ano.
“Apesar de demandar toda uma
logística, a população ainda não tem plena ciência de que problemas oculares
vão muito além de astigmatismo e miopia, os problemas mais comuns. Então quanto
mais ações visando à conscientização da sociedade, melhor”, afirmou.
Amanda Silva A TARDE SP
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