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domingo, 13 de setembro de 2015

REUNIÃO SCTIE/MS e ALFOB, realizada em 10 de Setembro de 2015

A primeira reunião de trabalho entre a Diretoria Executiva da ALFOB e a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos -SCTIE/MS, realizada em Brasília, no último dia 10 de setembro, cumpriu uma extensa pauta passando pela avaliação do cenário até a atualização e alinhamento das políticas sobre o Complexo Industrial da Saúde, o novo marco regulatório para as PDPs, e, ainda, discutiu uma proposta de agenda para o biênio 2015/16.
Pelo Ministério da Saúde SCTIE, estiveram presentes o Secretário Adriano Massuda, o Chefe de Gabinete, Luiz Armando Erthal, o Diretor do DAF – José Miguel do Nascimento Jr., e a consultora Luciana Pimenta Barbosa.
Pela ALFOB estiveram presentes o Presidente Julio C. Felix, o Vice-Presidente Carlos José de Lima - Diretor do Nuplan. Representando o Iquego e a Vice-Presidente Andrea Vecci participou da reunião o Wellington Mattos. O Vice-Presidente Antonio Joaquim Werneck – Presidente do IVB foi representado pelo Luis Eduardo Cunha. Participou, também, o Secretário Executivo da Associação Mario Sergio Ramalho.

O Secretário fez questão de destacar o alinhamento do Governo, do Ministério da Saúde e o seu compromisso com a missão de aprimorar e consolidar as Políticas que envolvem o Complexo Industrial e Econômico da Saúde, com foco prioritário na equidade e ampliação do acesso da população brasileira aos medicamentos, produtos para saúde e serviços disponibilizados pelo SUS.

O Secretário ressaltou o êxito da Política, evidenciado pelos resultados já apresentados; medicamentos produzidos localmente, adicionado ao significativo impacto em toda cadeia, e, no SUS seja na redução de despesas ou no que mais importa que é a ampliação do acesso. Por outro lado não deixou de expressar sua preocupação com o necessário alinhamento de todo marco regulatório e sanitário aos modelos jurídicos existentes e aos ditames e regulamentações impostas pela legislação, especialmente, nas relações contratuais, e, na efetiva execução, absorção e perpetuação das tecnologias transferidas através das PDPs.

Reiterou seu objetivo em promover, estreitar e fortalecer as relações entre o SUS e os Laboratórios Oficiais, destacando a importância da REDE como “parceiros estratégicos e ferramentas de regulação do sistema”, não apenas na produção de medicamentos e insumos estratégicos, mas também no desenvolvimento e consolidação de conhecimento, pesquisa, inovação e formação de Recursos Humanos.

Durante a reunião foi proposto a atualização e a retomada das atividades do Comitê Gestor, coordenado pelo Ministério da Saúde, para o desenvolvimento das atribuições previstas na PORTARIA Nº 2.438, DE 07 DE DEZEMBRO DE 2005(em anexo), que criou a Rede Brasileira de Produção Pública de Medicamentos.

Em relação a PDPs enfatizou o trabalho árduo e profícuo desenvolvido pela Equipe da SCTIE na avaliação das novas propostas e, especialmente, na revisão dos antigos projetos reenquadrados no novo marco regulatório, destacando o compromisso dele e do Ministro em divulgar os resultados com a maior brevidade possível, iniciando pelos biológicos, já próxima reunião do GECIS, prevista para o final de setembro/início de outubro.

Outro tema abordado, dentro do atual cenário nacional, foi a questão dos investimentos necessários a atualização do parque tecnológico e seu enquadramento no marco regulatório que permita não só a Certificação de toda REDE, mas, também, a implementação das novas exigências sanitárias, em especial a questão da rastreabilidade.

A ALFOB enfatizou seu alinhamento à proposta do PLS 276/2015 do Exmo. Sen. Humberto Costa que altera os prazos preconizados pela Lei Nº 11.903, de 14 de janeiro de 2009, sobre o rastreamento da produção e do consumo de medicamentos, regulamentada na ANVISA através da RDC 54/2013. O Secretário se mostrou sensível ao tema, especialmente, pelo envolvimento de toda cadeia do SUS, mas também reforçou a necessidade da harmonização com os demais segmentos, além da manutenção do esforço junto ao Congresso Nacional para aprovação do PLS.

Durante a reunião a ALFOB entregou uma avaliação de macro cenários (em anexo) com algumas propostas de agenda, recebida pelo Secretário com entusiasmo, já destacando alguns pontos alinhados a sua missão, deixando claro que os temas serão objeto de próximas reuniões.

Apresentamos com muita preocupação a questão que envolve a abrupta descontinuidade de aquisição de alguns medicamentos monodrogas destinados ao Programa DST/AIDS, recentemente notificada à REDE e recebida com grande surpresa. A decisão causará grande impacto econômico e a potencial descontinuidade da produção, inclusive com risco de desabastecimento.

Alguns pontos relevantes sobre o tema:
           i.   A REDE é amplamente favorável a atualização e modernização dos protocolos que facilitam a adesão do paciente e podem vir a proporcionar redução do custo na escala industrial dos novos medicamentos, combinados;
         ii.   A REDE acompanha com grande interesse o excelente trabalho desenvolvido pelo Programa, notadamente, direcionado para ampliação do acesso e ao aprimoramento da assistência aos pacientes;
        iii.   Os LOs são os principais produtores históricos de medicamentos, destinados ao Programa DST/AIDS, não protegidos por patentes;
        iv.   Os LOs estão capacitados para produzir os atuais e os novos medicamentos preconizados pelo Programa;
         v.   Os LOs não foram notificados sobre a eventual descontinuidade com a necessária previsibilidade que pudesse evitar tamanho impacto;
        vi.   A REDE produtora detém inventários e está produzindo os medicamentos para suprir o Programa, como historicamente;
       vii.   Qualquer novo medicamento combinado, levará (mesmo com uma potencial priorização na ANVISA) entre o desenvolvimento, estudos físico-químico, estabilidades, equivalências…. levará de pelo menos 1,5 a 2 anos para serem disponibilizados ao Programa, sem mencionar a necessidade de investimentos, notadamente, nos estudos;
     viii.   Priorizar medicamentos combinados que os LOs produtores não estejam previamente informados é equivalente a adquirir produtos no mercado privado;
        ix.   A REDE produtora não tem qualquer alternativa para aplicação dos medicamentos, em pauta, que não seja o MS/DST/AIDS;

Dentro deste cenário o Secretário se mostrou extremamente sensível ao imbróglio propondo a organização de uma agenda específica para tratar o tema, em conjunto com todos os atores do processo.

Quanto ao PROCIS o Secretário mostrou preocupação com a aplicação adequada dos recursos e lamentou a ausência de um plano diretor para realização dos investimentos da mesma forma que enfatizou a necessidade de conhecer a realidade do “chão de fábrica” de cada unidade produtora, não só para a adequada aplicação de recursos oriundos do MS, mas também, para conhecer a capacitação e a vocação de cada Laboratório. “já mencionei a nossa preocupação ao Ministro Chioro, quanto a necessidade de um acompanhamento independente” que nos subsidie informações consistentes, não se limitando apenas as PDPs.

A ALFOB questionada sobre a capacidade de realizar o trabalho, complementar ao levantamento entregue pela FGV, reiterou a proposta apresentada e aprovada pelo então Secretário Carlos Gadelha, reratificada pelo Jarbas Barbosa (que determinou o início imediato), cujo plano de trabalho se encontra no processo de adequação para o modelo OPAS e que ainda não foi submetida a aprovação interna do Conselho, mas destacando que gostaria de realizar o trabalho – utilizando Recursos Humanos Técnicos dos próprios LOs da REDE – em detrimento a contratação de terceiros, notadamente para a manutenção da confidencialidade do sistema.
Encerrando a reunião o Secretário destacou os pontos relevantes, determinando a assessoria alguns encaminhamentos, lembrando a ALFOB que precisamos incluir e explicitar a parceria do SUS em nossos laboratórios e em todos os canais de divulgação “é importante que toda cadeia perceba e reconheça a REDE com parceiros estratégicos do SUS, não apenas como um simples produtor público de medicamentos, paralelo e alheio ao sistema”.

Nossa expectativa de curto prazo:
           i.   Que o marco regulatório sanitário possa ser revisto e adequado ao desenvolvimento das PDPs, especialmente, os projetos autossustentáveis com recursos próprios resultantes do contrato de parceria enquadrado no cronograma aprovado no Projeto Executivo;
         ii.   Seja agendada, com brevidade, a reunião de todos os atores envolvidos na produção de ARVs;
        iii.   Que o Comitê Gestor da Rede seja reconstituído e de fato e de direito se torne operante e protagonista do processo;
        iv.   Se reestabeleça a articulação integrada com todo sistema, através da inclusão da ALFOB em todos os fóruns ligados a assistência farmacêutica;
         v.   Que o processo de levantamento e acompanhamento da REDE possa vir a ser realizado internamente com a participação de todos os LOs interessados no PROCIS e nas PDPs;
        vi.   Que as decisões que envolvam os LOs considerem o impacto, sejam comunicadas com a necessária antecedência e previsibilidade que permitam as mudanças sem prejuízos a toda cadeia envolvida;

Sem outro precedente a reunião transcorreu no mais elevado espírito de parceria, colaboração e cumplicidade, onde a REDE é colocada e reconhecida na condição de ferramenta, extensão responsável pela execução da política e que necessariamente precisa integrar o Sistema.

Anexos: 




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