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sexta-feira, 26 de julho de 2019

Fiocruz Rondônia avança na pesquisa de vetores da leishmaniose



Pesquisadores do Laboratório de Entomologia da Fiocruz Rondônia identificaram a presença do parasito causador da leishmaniose em pelo menos três espécies de flebotomíneos consideradas abundantes em unidades de conservação e em áreas rurais do estado. Os resultados encontrados serão apresentados durante o 55º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (de 29 a 31 de julho), na cidade de Belo Horizonte (MG), e podem direcionar novas pesquisas envolvendo os flebotomíneos na região, uma vez que são poucos os estudos desenvolvidos em Rondônia sobre essas espécies. A pesquisa pode contribuir para um melhor entendimento do ciclo de transmissão e da epidemiologia da leishmaniose. 

Pesquisa pode contribuir para um melhor entendimento do ciclo de transmissão e da epidemiologia da leishmaniose (foto: Fiocruz Rondônia)

Algumas espécies de flebotomíneos têm importância na transmissão de parasitas, pois são vetores de protozoários que causam as leishmanioses. Entre os principais resultados das pesquisas realizadas pelo grupo, foi verificada maior diversidade desses insetos no ambiente de unidades de conservação. Também foi observada a presença das espécies coletadas em áreas com animais de criação e próximas a ambientes de mata, em regiões não preservadas nos municípios de Cacaulândia, Cacoal, Guajará-Mirim, Ji-Paraná, Monte Negro, Porto Velho e Vilhena.

"A presença do DNA do parasito causador da leishmaniose, mais especificamente as espécies Leishmania braziliensis e Leishmania guyanensis, foram observadas em alguns exemplares, sendo que a espécie do parasito Leishmania brasiliensis é predominante nos casos humanos de leishmaniose tegumentar", explica o pesquisador Antonio Marques Pereira Júnior. 

O registro ainda demonstra a circulação do parasito no ambiente pesquisado, o que requer continuidade nos estudos com flebotomíneos na Amazônia Ocidental. “Dadas as dificuldades de se realizar pesquisas com esses insetos, como falta de especialistas, e o tempo que cada estudo demanda, pode-se concluir que certamente qualquer pessoa ao acessar regiões de mata e áreas de conservação estará exposta ao contato com o vetor causador da leishmaniose”, alerta o pesquisador.

Ainda segundo Antonio, também foi detectada no intestino de fêmeas de flebotomíneos, por meio de procedimentos de biologia molecular, a presença do DNA de alguns organismos, como Bos taurus (boi) e Homo sapiens (humano), e de animais silvestres, como Dasypus novemcinctus (tatu), Pecari tajacu (porco do mato) e Tamanduá Tetradacyla (tamanduá), evidenciando que esses insetos podem se alimentar do sangue de variados animais no ambiente. 


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