Em alusão à Semana Mundial de
Aleitamento Materno, celebrada entre 1 e 7 de agosto, a Organização
Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), o Ministério da
Saúde do Brasil e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) se uniram em
Brasília (DF) para reforçar a importância da amamentação não só para as
crianças e para suas mães, mas para a sociedade como um todo.
“Gostaria de destacar o papel
de cada um de nós no apoio às famílias, lembrando que o sucesso da amamentação
não é responsabilidade exclusiva da mãe, mas uma responsabilidade social de
todos nós”, afirmou a representante da OPAS/OMS no Brasil, Socorro Gross. Ela
ressaltou que vários setores, além da saúde, precisam unir esforços para apoiar
e proteger o aleitamento materno. “O trabalho intersetorial se torna necessário
para garantir o exercício do direito que todas as mães têm de amamentar e o
direito que todas as crianças têm de receber o melhor alimento que existe,
indispensável e insubstituível para seu perfeito desenvolvimento”.
Gross disse ainda que, apesar
de já existir ampla evidência sobre os benefícios do aleitamento materno,
países das Américas ainda enfrentam desafios para construir um ambiente ideal para
a amamentação. “Na Região, temos taxas de aleitamento materno inaceitavelmente
baixas. Apenas metade das crianças, ou seja, uma em cada duas, começam a ser
amamentadas na primeira hora de vida. Além disso, apenas quatro em cada 10
crianças são amamentadas exclusivamente até os seis meses de idade e só três em
cada 10 continuam sendo amamentadas até os dois 2 anos de vida”. Segundo a
representante da OPAS/OMS no Brasil, “é necessário superar todos os obstáculos
que interferem na decisão das mães de amamentarem seus filhos”, citando como
exemplos a comercialização excessiva de substitutos de leite materno e a falta
de apoio e de condições propícias à amamentação nos ambientes de trabalho.
O ministro da Saúde, Luiz
Henrique Mandetta, ressaltou o importante papel desempenhado pela atenção
primária à saúde no apoio e na proteção ao aleitamento materno e reiterou que o
Brasil continua cooperando com mais de 40 países na transferência de
conhecimentos sobre bancos de leite humano e na construção de políticas que
apoiam a amamentação. Na ocasião, lançou a nova campanha do Ministério da
Saúde, cujo lema é “Amamentação. Incentive a família, alimente a vida”.
Segundo Luciano Santiago,
presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da SBP, investir
em aleitamento materno é investir em um “padrão ouro” de alimentação. “É um
momento de programação metabólica da criança, que fará diferença para o resto
de sua vida. O bebê que amamenta terá saúde, inteligência e desenvolvimento
psicomotor diferenciados. Não existe investimento em saúde que dê mais retorno
financeiro que o investimento em aleitamento materno”, finalizou.
Panorama mundial
O leite materno é o melhor
alimento para os recém-nascidos e crianças com até os dois anos. No entanto,
cinco em cada 20 bebês (52%) na América Latina e no Caribe não são amamentados
em sua primeira hora de vida, o que é uma medida essencial para salvar vidas.
Estima-se que, em 2017, 78
milhões de recém-nascidos no mundo tiveram que esperar por mais de uma hora
para serem colocados no peito de suas mães, segundo o relatório publicado pelo
Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pela OMS, “Capture the
moment”, que analisa dados de 76 países.
A OPAS/OMS recomenda iniciar a
amamentação nos primeiros 60 minutos de vida, assim como o aleitamento materno
como forma exclusiva de alimentação até os seis meses de idade e, de maneira
completar, até os dois anos.
Fonte:OPAS/OMS Brasil
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