Os novos recursos foram
anunciados neste domingo (28), pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta,
durante o Congresso MEDTROP-PARASITO 2019, em Belo Horizonte (MG)
O ministro da Saúde, Luiz
Henrique Mandetta, lançou neste domingo (28), em Belo Horizonte (MG), durante a
abertura do MEDTROP-PARASITO edição 2019, três chamadas públicas de pesquisa
em doenças transmissíveis e negligenciadas, no valor total de R$ 50
milhões. Esse é o maior investimento já feito pela pasta nesta temática em um
mesmo ano. Serão R$ 24 milhões para pesquisas sobre doenças transmissíveis e
negligenciadas; R$ 10 milhões exclusivamente para pesquisas sobre malária; e R$
16 milhões para estudos destinados à tuberculose, no âmbito do BRICS (bloco
econômico de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
“Esse é um recurso destinado
às pesquisas sobre doenças que interessam ao Sistema Único de Saúde (SUS), mas
foram historicamente negligenciadas, como malária, leishmaniose e doença de
chagas. São doenças ainda muito presentes e nós temos que achar soluções para
elas”, afirmou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
As chamadas serão publicadas
no site do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq) ainda neste ano. Os projetos terão duração de 36 meses, e o apoio
financeiro do Ministério da Saúde pode variar entre R$ 500 mil e R$ 2 milhões.
Os três temas selecionados como objetos das pesquisas foram construídos com
base na agenda de prioridades do Ministério da Saúde. Dúvidas sobre as chamadas
públicas poderão ser enviadas para o e-mail pesquisa.decit@saude.gov.br
O MEDTROP-PARASITO 2019, pela
1ª vez, terá realização simultânea de três eventos: 55º Congresso da Sociedade
Brasileira de Medicina Tropical; XXVI Congresso Brasileiro de Parasitologia; e
34ª Reunião de Pesquisa Aplicada em Doença de Chagas e 22ª Reunião de Pesquisa
Aplicada em Leishmanioses, ambos conhecidos por CHAGASLEISH 2019. Com o tema
‘Convergência e inclusão: em busca de soluções sustentáveis para o diagnóstico,
tratamento e controle das doenças tropicais’, o evento deve reunir 3 mil
pessoas, entre pesquisadores, cientistas, profissionais da saúde e estudantes.
O encontro acontece até o dia 31 de julho.
CHAMADAS PÚBLICAS
A chamada voltada às Doenças
Transmissíveis e Negligenciadas terão incentivo total de R$ 24 milhões. O
objetivo é fomentar pesquisas que avaliem e aprimorem o manejo clínico e
esquemas terapêuticos e medicamentosos usados no tratamento das principais
doenças tropicais em circulação no Brasil, como tuberculose, leishmaniose,
zika, hanseníase e doença de chagas. A chamada pública deve ser publicada no
próximo mês de agosto.
Já as pesquisas voltadas
exclusivamente à malária, no valor de R$ 10 milhões, visam estimular o
desenvolvimento de estratégicas que ajudem na eliminação da doença. A
publicação da chamada também está prevista para agosto. Além desse valor, a
Fundação Bill e Melinda Gates prevê aporte adicional de U$ 1 milhão. No Brasil,
em 2018, foram notificados em todo o país, 194.271 casos da doença, sendo 99%
dos casos na região Amazônica. No primeiro trimestre deste ano, foram
notificados 31.872 novos casos da doença, 38% a menos em relação ao mesmo
período de 2018 (51.076).
A terceira chamada é voltada
para pesquisas sobre tuberculose. Para essa temática, ao todo, serão investidos
R$ 16 milhões, para fomentar novas intervenções, esquemas terapêuticos e
medicamentos, bem como novos métodos de diagnóstico e acesso ao tratamento da
doença. A previsão é que a publicação da chamada pública ocorra até o final
deste ano. O lançamento da chamada pública é voltado às instituições
brasileiras e deve estimular a abertura de iniciativas, além de subsidiar
intervenções nos sistemas de saúde dos países que compõe os BRICS (Rússia,
Índia, China e África do Sul).
Em maio deste ano, durante a
72ª Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra (Suíça), o Brasil defendeu a
colaboração entre pesquisadores de diferentes países em torno da construção de
técnicas inovadoras no diagnóstico, tratamento e atenção à tuberculose.
Atualmente, o Brasil está na presidência pro tempore dos BRICS
e também presidente a Rede de Pesquisa em Tuberculose, criada em 2017, no
âmbito dos BRICS.
MAIS INVESTIMENTOS/DOENÇAS
TROPICAIS
O Ministério da Saúde também financia,
com aporte de R$ 63 milhões, projetos estratégicos já em andamento nas áreas de
bloqueio da transmissão de dengue, zika e chikungunya. Além de inquérito
vacinal em crianças e monitoramento de doenças na população de Brumadinho (MG),
após rompimento de barragem. Desse total, são mais de R$ 50 milhões em recursos
novos que serão liberados a partir deste ano.
Da Agência Saúde
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