Pela primeira vez, desde 2012,
quando passou a valer a Lei de Acesso a Informação, o Ministério da Saúde lança
Boletim Epidemiológico que reúne análises das principais doenças que atingem o
país
Foto: Erasmo Salomão / ASCOM
MS
Você sabia que a análise da
qualidade da água para consumo humano é feita pela área de Saúde Ambiental, do
Ministério da Saúde? Que a rubéola foi eliminada do Brasil em 2015 e que a
vacina contra sarampo, a tríplice viral, também previne contra a rubéola? Essas
e outras respostas relacionadas à vigilância em saúde constam na edição
especial do Boletim Epidemiológico SVS 16 anos (2013 a 2019), lançada nesta
quarta-feira (25), em Brasília, pelo ministro da Saúde interino, João Gabbardo,
e o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Kleber.
A publicação tem como objetivo
mostrar à população como a vigilância em Saúde está presente no dia a dia das
pessoas, extrapolando temas como dengue e sarampo. A edição especial também
busca trazer, pela primeira vez, desde 2012, quando entrou em vigor a Lei de
Acesso a Informação, em publicação única, dados e análises das principais
doenças que atingiu o país nos últimos 16 anos. “O Ministério da Saúde vai
retomar a divulgação semanal de uma única publicação, trazendo todas as doenças
de interesse epidemiológico e de vigilância em saúde. Antes, os informes
divulgavam informações, de forma individualizada, por doença. Esse
formato facilita o acesso e a leitura pela população”, disse o ministro da
Saúde interino, João Gabbardo.
A partir do Boletim
Epidemiológico 16 anos, o Ministério da Saúde passa a adotar um novo modelo de
divulgação das doenças em saúde pública. Semanalmente, a partir do dia 02 de
outubro, será divulgado um único boletim multitemático, com dados e análises de
diferentes doenças, de acordo com seus respectivos cronogramas de atualizações.
Esse novo modelo segue experiências mundiais.
“Estamos completando 16 anos
da nova estrutura da vigilância em saúde no Brasil, que tem a informação como
principal produto. A edição especial do boletim epidemiológico vem para marcar
essa data e é uma fonte oficial e transparente de informação, que mostra a
evolução histórica de 39 doenças e 16 agravos e eventos em saúde pública.
Trata-se de uma divulgação proativa de informação de interesse público, e uma
forma diferenciada de olhar para o passado para qualificar o futuro”, destacou
o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Kleber.
A edição especial reúne
esforços da pasta, juntamente com estados, municípios e unidades de saúde de
todo país, nos anos 2013 a 2019. Com caráter técnico, porém com linguagem
acessível, o documento conta com a participação de sanitaristas em diferentes
momentos, e tem como público-alvo, profissionais de saúde, estudantes e a
população em geral. Com esse documento em mãos, os gestores conseguem ter fácil
acesso ao cenário de diferentes doenças em seus estados, possibilitando agir de
forma mais eficiente na criação de políticas públicas.
DADOS ATUALIZADOS DE SARAMPO
O Brasil registra 4.507 casos
confirmados de sarampo em 19 estados, nos últimos 90 dias, o que representa um
crescimento de 13% em relação ao último monitoramento. Os dados estão no novo
boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, que corresponde ao período de
30/06/2019 a 21/09/2019 (SE 27-38). Ceará e Paraíba passaram a integrar a lista
de estados com transmissão ativa da doença e 97,5% dos registros estão
concentrados em 168 municípios de São Paulo, principalmente na região
metropolitana. O atual boletim apresenta, ainda, 21.711 casos em investigação e
5.818 que foram descartados. Não há novos registros de óbitos.
Os casos confirmados nesse
período representam 84,3% do total no ano de 2019. A maioria dos registros está
em São Paulo (4.374), seguido do Rio de Janeiro (22), Pernambuco (22), Minas
Gerais (22), Santa Catarina (12), Paraná (13), Rio Grande do Sul (7), Ceará
(5), Paraíba (5), Maranhão (4), Goiás (4), Rio Grande do Norte (4), Distrito
Federal (3), Pará (3), Mato Grosso do Sul (2), Piauí (2), Espírito Santo (1),
Bahia (1) e Sergipe (1).
O sarampo é uma doença viral
aguda similar a uma infecção do trato respiratório superior. É grave,
principalmente em crianças menores de cinco anos, desnutridos e
imunodeprimidos. A transmissão do vírus ocorre a partir de gotículas de pessoas
doentes ao espirrar, tossir, falar ou respirar próximo de pessoas sem imunidade
contra o vírus sarampo.
Apesar da faixa etária de 20 a
29 anos apresentar o maior número de casos confirmados registrados, a
incidência de casos em menores de 1 ano é 10 vezes maior em relação à população
em geral. A cada 100 mil habitantes, 64 crianças nessa faixa etária obtiveram
confirmação para o sarampo. A segunda faixa etária mais atingida é de 1 a 4
anos. Neste ano, foram confirmados quatro óbitos por sarampo: três óbitos
ocorreram em menores de 1 ano de idade; e um óbito em um indivíduo de 42 anos.
Nenhum dos quatro casos eram vacinados contra a doença.
ESTRATÉGIAS
O Ministério da Saúde adquiriu
114% a mais do número de doses da vacina tríplice viral, que protege contra
sarampo, caxumba e rubéola, para 2019 e 2020 em relação a 2018, passando de
30,6 milhões para 60,2 milhões e 65,4 milhões de doses. Para isso, a pasta
comprou recentemente 47,4 milhões de doses da vacina, quantitativo atualmente
disponível no mundo, representando a maior distribuição de tríplice viral feita
pelo Brasil nos últimos dez anos. A medida visa garantir a vacinação de 39
milhões de brasileiros, 20% da população, na faixa etária de 1 a 49 anos, que
hoje estão suscetíveis à doença porque não tomaram a vacina ou o quantitativo
de doses necessárias. O Ministério também trabalha para controlar o surto no
país, e eliminar, mais uma vez, o sarampo no Brasil.
Do total previsto para este
ano (60,2 milhões), já foram distribuídas 22,8 milhões e os outros 37
milhões serão até dezembro, para garantir a todos os estados, a vacinação de
rotina, as ações de interrupção da transmissão do vírus, e a dose extra chamada
de ‘dose zero’ a todas as crianças de seis meses a 11 meses e 29 dias. A maior
parte das doses para 2019 serão destinadas à Campanha Nacional de Vacinação
contra o Sarampo, que ocorrerá de forma seletiva e em duas etapas: de 7 a 25 de
outubro, para crianças de seis meses a menores de 5 anos. O dia D – dia de
mobilização nacional - acontecerá em 19 de outubro; e a segunda etapa, de 18 a
30 de novembro, com foco na população de 20 a 29 anos. O dia D ocorrerá em 30
de novembro.
Por Vanessa Aquino, daAgência Saúde
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