O Taffix, spray nasal que combate a covid-19, será importado e distribuído no Brasil com exclusividade pela Belcher Farmacêutica, de Maringá
Um spray nasal contra a
covid-19 poderá ser encontrado em breve nas farmácias de todo o Brasil. A
Belcher Farmacêutica, de Maringá teve pedido autorizado pela Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa) para importação e distribuição do Taffix, que
reduz a infecção por coronavírus. O spray é fabricado pela biofarmacêutica
israelense Nasus Pharma. Inicialmente, a distribuição será feita pela Belcher
com exclusividade.
Segundo o diretor-presidente
da Belcher Farmacêutica, Emanuel Catori, está comprovado cientificamente que o
Taffix bloqueia 97% dos vírus transportados pelo ar. O produto é apresentado em
pó, que se transforma em uma camada ultrafina de gel protetora na cavidade
nasal. Essa camada protetora atua em 50 segundos e oferece proteção por cinco horas.
O mecanismo de duplo efeito do
Taffix, composto por proteção mecânica e química, evita que os vírus entrem nas
células nasais, reduzindo significativamente o risco de infecção por vírus
frequentemente encontrados e transportados pelo ar, incluindo o SARS-CoV-2, que
provoca a covid-19.
O diretor-presidente destaca
que se trata de um spray inovador e extremamente eficaz, que age de maneira
simples, reduzindo o ph natural do nariz de 6,5 para 3,5, criando um ambiente
em que todos os vírus não conseguem sobreviver.
“A eficácia é justificada pela
união dos dois fatores, ou seja, é um produto em gel, que, ao contrário de uma
solução líquida, que evapora em alguns minutos, dura cinco horas, e tem ainda a
alta capacidade de criar um ambiente que elimina os vírus”.
Estudos comprovaram a eficácia
O mecanismo de proteção do
produto foi comprovado em inúmeros estudos de laboratório. Mais de 500
voluntários não vacinados foram acompanhados por seis semanas em um estudo
duplo-cego (quando nem os voluntários nem os pesquisadores sabem o que está
sendo administrado para cada voluntário). Ao todo, 260 receberam o tratamento e
257 receberam o placebo. No grupo placebo, houve 67 queixas de sintomas como
coriza, falta de ar, tosse e dificuldades respiratórias, contra 38 do grupo de
tratamento.
“Estudos realizados pela
fabricante mostraram que o produto reduziu a taxa de contaminação por covid-19.
Houve uma significativa redução estatística dos sintomas de resfriado comum e
infecção respiratória superior, havendo eficácia no bloqueio da covid”, diz
Catori.
Uso
Poderá ser utilizado por
qualquer pessoa, sendo necessária a recomendação médica para menores de 12 anos
e gestantes. A recomendação é de que seja utilizado minutos antes de entrar em
espaços públicos, como trabalho, transporte, escolas, bares, restaurantes e
qualquer outro lugar em que haja risco de infecção.
Trajetória
De uma união marcada pela
amizade e confiança, nasceu a Belcher Farmacêutica do Brasil há dez anos, com
sede em Maringá (PR). Foi na cidade de Tampa, na Flórida, que Catori, conheceu
Mihine Taneja, proprietário da empresa nos Estados Unidos, há cinco décadas, e
quem propôs a parceria.
Segundo Catori, o início
foi desafiador, visto que precisou abrir mão de uma vida consolidada nos
Estados Unidos para começar um negócio do zero no Brasil. Foi preciso enfrentar
barreiras como a burocracia, o que fez com a empresa começasse a atuar, de
fato, em 2013. “Gosto de desafios e assim encarei esse projeto. Montar equipe,
desenvolver processos, criar plano de ação e estudar o mercado são tarefas que
exigem bastante de qualquer empreendedor. Mas no ramo farmacêutico, as
dificuldades vão além. Dependemos de muitos documentos e licenças junto à
Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). É uma burocracia muito grande
e que demanda muito tempo. Mas valeu a pena. Atendemos aos requisitos, nos
estruturamos e chegamos fortes ao mercado”, afirma.
A Belcher é especializada no
desenvolvimento e fabricação de produtos com receita médica. A empresa
desenvolve, fabrica e distribui medicamentos genéricos, antibióticos
beta-lactama e cefalosporina e substâncias controladas. A empresa está presente
em grandes mercados, como a Índia, um grande produtor de medicamentos e de IFA
(insumo farmacêutico ativo), e os Estados Unidos, maior consumidor de
medicamentos do mundo. Lá, o carro-chefe é o Tacrolimus, medicamento
imunossupressor para transplantado – hoje a empresa é líder no mercado
norte-americano na venda desse tipo de genérico.
Catori destaca que, no Brasil,
a empresa começou a atuar com suplementos alimentares. Por esse trabalho
pioneiro, em 2014, 2015 e 2016, a companhia chegou a ser o maior e-commerce do
Sul do Brasil. ‘Isso é super satisfatório para uma empresa que, na prática,
havia acabado de se instalar em território brasileiro”, diz. Atualmente, há
forte presença no mercado interno, tanto com medicamentos como com produtos
para a saúde.
Pandemia
Com disseminação do novo
coronavírus, a Belcher atuou na linha de frente de um dos maiores desafios de
saúde pública já enfrentados no mundo. Os funcionários da planta em Maringá
(PR) trabalharam de forma concentrada para enviar para todo o Brasil os
produtos criados pela pandemia, como máscaras descartáveis, aventais,
termômetros, oxímetros e outros equipamentos de proteção.
No início da pandemia, em
novembro de 2019, a empresa nos Estados Unidos já notava falta no mercado de
toda linha de EPIs para hospitais, principalmente luvas e máscaras. O plano era
enviar para lá materiais comprados no Brasil, mas para evitar a falta do EPIs no
Brasil, as vendas foram feitas no mercado interno. “Como já temos um grande
relacionamento com hospitais e distribuidores, vendemos tudo em algumas
semanas. Com essa experiência, meu sócio, questionou: ‘por que não começar a
fabricar no Brasil?’. Foi assim que se iniciou nossa trajetória na linha de
EPIs durante a pandemia do novo coronavírus”, detalha Catori.
A Belcher já possuía a AFE [autorização de funcionamento], uma permissão da Anvisa para que uma empresa esteja apta a desenvolver atividades com medicamentos ou insumos farmacêuticos, caso dos EPIs. Comprou equipamentos e começou a linha de produção de máscaras, propés, toucas e aventais. Além disso, importou oxímetros e de termômetros. O negócio deu certo e se transformou em um departamento dentro da empresa, representando uma fatia expressiva do faturamento.
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