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domingo, 26 de março de 2017

Medicamento de R$ 5 mil está em falta há dois meses em farmácia

O medicamento Remicade (infliximabe), que custa por volta de R$ 5 mil a ampola, está em falta na Farmácia de Alto Custo há cerca de dois meses. Com o desabastecimento, pacientes diagnosticados com problemas crônicos no intestino sofrem de cólicas e sangramentos. De repouso por conta das dores, o motorista Liel Barbosa, de 46 anos, lamenta a falta de atenção das autoridades com os pacientes dependentes do tratamento de saúde na rede pública.

“Se não buscamos apoio da imprensa, a coisa não anda. Quando a gente interrompe o tratamento vem as dores, febre. Estou desde o final de janeiro sem o medicamento, não é fácil”, lamentou. Barbosa possui a doença de Crohn, que afeta predominantemente a parte inferior do intestino delgado e intestino grosso. Ela causa diarreia, cólica abdominal, febre e, às vezes, sangramento retal. 

“Há seis anos retiro o medicamento na farmácia de Alto Custo. Nos últimos meses preciso de seis ampolas, mas não tenho condições financeiras de comprar.” No caso do motorista, após a retirada na farmácia do Estado, ele vai até o Centro de Infusão, na rua Mato Grosso, onde o líquido é aplicado gratuitamente nas pessoas com a doença de Crohn. “Mais de 100 pacientes estão nessa situação. Não recebem a medicação. A gente liga, vai até a farmácia, mas nunca dão previsão”, disse.

CUIDADOS
De acordo com o coloproctologista Renê José Rebellato, que atende pacientes com a doença de Crohn e retocolite ulcerativa (doença inflamatória intestinal), sem os medicamentos usados no controle dessas enfermidades, elas evoluem, danificando o intestino, causando sintomas iniciais, como diarreia. “Tem pacientes que chegam a evacuar mais de 20 vezes ao dia”, disse o profissional, ao ressaltar que, se a demora for muito longa, a pessoa precisa operar.

Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde, por meio do Núcleo de Assistência Farmacêutica, informou que houve um atraso por parte do fornecedor na entrega do medicamento Remicade. “A empresa, inclusive, está sujeita à multa por descumprimento de prazo”, disse o órgão, em nota enviada pela assessoria de imprensa. Segundo o Estado, a situação deverá ser normalizada na próxima semana.


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