O
Serrapilheira, instituto privado de apoio à ciência, recentemente constituído,
vai apoiar pesquisa nos campos das ciências da vida, das ciências físicas, das
engenharias e da matemática. Com sede no Rio de Janeiro, o instituto – uma
associação civil sem fins lucrativos – vai operar com recursos oriundos de um
fundo patrimonial constituído por doação de Branca e João Moreira Salles no
valor de R$ 350 milhões.
Seu
orçamento será de cerca de R$ 16 milhões anuais, correspondente ao ganho real
estimado da aplicação financeira dos recursos do fundo. “Se o instituto estiver
sendo útil à ciência, nossa intenção é fazer novos aportes dentro de quatro ou
cinco anos”, afirmou João Moreira Salles.
Constituído
por iniciativa de Branca e João Moreira Salles, o Serrapilheira apoiará
investigação nas áreas de ciências da vida, físicas, engenharias e matemática
(foto: Zanotto (esquerda), Aguilaniu (centro) e João Moreira Salles/Divulgação
O
instituto tem como diretor-presidente o geneticista francês Hugo Aguilaniu, do
Laboratório de Genética do Envelhecimento da Escola Normal Superior de Lyon, na
França. Em entrevista à Folha de S.Paulo Aguilaniu afirmou que
submeteu sua candidatura depois de tomar conhecimento da chamada por meio notícia publicada na Agência
FAPESP, em março de 2016.
O
presidente do Conselho Científico será o pesquisador Edgar Dutra Zanotto, do
Departamento de Engenharia de Materiais da Universidade Federal de São Carlos
(UFSCar), em São Paulo, pesquisador do Center for Research, Technology and
Education in Vitreous Materials (CeRTEV), um dos Centros de Pesquisa, Inovação
e Difusão (CEPIDs) apoiados para FAPESP.
O
instituto, segundo seu diretor-presidente, apoiará um “número reduzido de
projetos” de nível internacional, “com potencial para serem publicados em
periódicos científicos importantes, como Science e Nature”.
Os
projetos serão selecionados pelo Conselho Científico do instituto, formado por
12 cientistas. A previsão é de que o primeiro edital seja divulgado no segundo
semestre deste ano. “Acho que teremos disputas acirradíssimas”, prevê Zanotto.
“Estamos procurando pesquisas inovadoras, criativas, corajosas, que levem a
grandes descobertas.”
Outro
objetivo do instituto é o fomento a projetos de letramento científico, por meio
da divulgação ativa para públicos diferentes, seja por meio de televisão,
jornais, podcasts ou canais de vídeo.
Além
de Zanotto, integram o Conselho Científico do instituto:
· Oswaldo Luiz Alves,
professor titular do Departamento de Química Inorgânica do Instituto de Química
da Universidade de Campinas (Unicamp).
· Cristina
P. de Campos, geocientista brasileira/alemã, integra o GeoCenter, no
Departamento de Ciências Ambientais e da Terra da Universidade de Munique, na
Alemanha.
· Ana
Carolina Carnaval, bióloga, é professora da City College de Nova York.
· Luiz
Davidovich, presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), é professor do
Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
· Étienne
Ghys, matemático francês, é diretor de pesquisa do Centro Nacional de Pesquisa
Científica (CNRS, na sigla em francês) da Escola Normal Superior de Lyon e
pesquisador honorário do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), no
Rio.
· Paulo
J. M. Monteiro, professor do Departamento de Engenharia Civil e Meio Ambiente
da Universidade da Califórnia, em Berkeley, e pesquisador do Departamento de
Materiais no Laboratório Nacional Lawrence, em Berkeley.
· Stevens
Rehen, professor titular do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenador de pesquisa do Instituto D’Or de
Pesquisa e Ensino (IDOR).
· Marcelo Tabarelli,
engenheiro agrônomo, integra o Departamento de Botânica e o Programa de
Pós-Graduação em Biologia Vegetal da Universidade Federal de Pernambuco.
· Mayana Zatz, professora titular
de genética do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP) e
coordenadora do Centro de Pesquisa sobre o Genoma Humano e Células-Tronco
(CEGH-CEL), outro CEPID apoiado pela FAPESP.
FAPESP
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