Prefeito Rafael Greca recebe representantes da Fiocruz, que apresentam projeto que pretende trazer para a cidade duas plantas para desenvolvimento e produção de vacinas, medicamentos e insumos com biotecnologia. Curitiba, 19/04/2022. Foto: Ricardo Marajó/SMCS
Curitiba pode ser a primeira
cidade do país a ter uma “fábrica” de vacinas de tecnologia de vetor viral e de
medicamentos para tratamento de doenças autoimunes, como o câncer. O prefeito
Rafael Greca afirmou que a cidade apoia o projeto da Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz) apresentado nesta terça-feira (19/4) por representantes da
instituição, em reunião no Palácio 29 de Março.
“Curitiba está de portas
abertas para este projeto. É um momento relevante para a cidade, que agora
começa a caminhada para uma fábrica de vacinas, para o bem de Curitiba, do
Paraná, do Brasil e da humanidade”, destacou o prefeito.
A Fiocruz pretende investir R$
100 milhões para a instalação de duas plantas da área de biotecnologia na CIC.
Uma é destinada ao desenvolvimento e produção de vacinas e insumos para
terapias avançadas a partir de terapia gênica (que utiliza vetores, como
moléculas de DNA do agente infeccioso para dentro da célula humana, para criar
anticorpos). A outra planta será para o desenvolvimento e produção de novos
medicamentos para doenças autoimunes a partir de proteínas terapêuticas, em uma
estrutura inédita no país.
A proposta alia-se aos
projetos da Prefeitura para tornar a cidade mais inteligente. A biotecnologia é
um dos setores contemplados pelo Tecnoparque, programa municipal relançado por
Greca em 2018 para atrair empresas de base tecnológica à cidade, com incentivo
fiscal e integração ao Vale do Pinhão.
Além disso, lembrou o
prefeito, o projeto da Fiocruz para a instalação das plantas na CIC contribui
para que o bairro siga se transformando de região industrial para polo de
empresas de desenvolvimento tecnológico.
Vanguarda biotecnológica
Com o know-how de quem já
produz e distribui vacinas de vetor viral – a Fiocruz é responsável pela
produção de parte do montante de imunizante da AstraZeneca contra a covid-19 –
a Fundação busca ampliar a produção de insumos com as mais novas técnicas no
campo da Imunologia, área que o país ainda é carente, mas vem avançando.
A sede da Fiocruz em Curitiba,
por exemplo, tornou-se a maior produtora nacional de testes para covid-19.
Durante a pandemia, foram produzidos dez milhões de testes do tipo RT-PCR e
37,5 milhões de teste de antígeno, em parceria com o Instituto de Biologia
Molecular do Paraná (IBMP). A sede fica junto ao Instituto de Tecnologia do
Paraná (Tecpar), na CIC, local projetado para receber as novas instalações.
“O Brasil ainda não tem
nenhuma fábrica que faça essa produção em biotecnologia. A pandemia mostrou que
ter a produção local é fundamental para o país. Vamos trazer essas duas
plantas, em um arranjo estratégico entre a Fiocruz, o Tecpar e a Prefeitura de
Curitiba para colocar a cidade na vanguarda também nesse campo”, disse o
vice-presidente de Produção da Fiocruz-PR, Marcos Krieger.
Participaram da reunião o secretário do Governo Municipal e presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Luiz Fernando Jamur; a procuradora-geral do município, Vanessa Volpi, a presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento, Cris Alessi; a secretária municipal da Saúde, Beatriz Battistella, o presidente da Curitiba S/A, Marcelo Linhares Frehse; o diretor do Instituto Carlos Chagas - Fiocruz-PR, Stenio Perdigão Fragoso; e o diretor presidente do IBMP, Pedro Ribeiro Barbosa.
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