Brasil é maior mercado de
defensivos agrícolas do mundo, segundo entidade sanitária
A Câmara deve instalar nos
próximos dias comissão especial para analisar o projeto (projeto de lei 6670/2016) que cria a Política Nacional de
Redução de Agrotóxicos. A proposta foi uma sugestão da Abrasco, Associação
Brasileira de Saúde Coletiva, à Comissão de Legislação Participativa. De acordo
com a associação, o Brasil é o maior mercado de agrotóxicos do mundo,
ultrapassando a marca de um milhão de toneladas por ano, o que equivale a um
consumo médio de 5,2 kg de veneno agrícola por habitante. A média dos Estados
Unidos em 2012 era de 1,8 kg por habitante. O Instituto Nacional do Câncer
também tem alertado para o perigo da situação para a saúde das pessoas.
O deputado Bohn Gass (PT-RS)
disse que vai defender a aprovação do projeto.
"Nós temos que reduzir os
agroquímicos na produção de alimentos que nós consumimos e que provocam
doenças. Nunca há recursos suficientes para pagar tratamentos de câncer. É
preciso evitar isso. Infelizmente, no Brasil, de 2001 a 2011, a venda de
agrotóxicos subiu de US$ dois bilhões para US$ 8,5 bilhões."
A política nacional proposta
pretende monitorar o uso de agrotóxicos no país e estimular o uso de sistemas
de produção orgânicos e de base agroecológica. Também seriam privilegiadas
técnicas de manejo sustentável para o controle dos problemas fitossanitários. O
texto determina ainda a proibição do uso de agrotóxicos nas proximidades de
moradias, escolas, recursos hídricos, áreas ambientalmente protegidas e áreas
de produção agrícola orgânica ou agroecológica. E procura tornar mais
transparente o uso de organismos geneticamente modificados.
Reportagem - Sílvia Mugnatto
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