O
Brasil dispõe de dados suficientes para comprovar o avanço da produção
científica no século 21, mas os números ainda não confirmam o aumento do nível
de inovação no período.
A
avaliação é do consultor legislativo do Senado Federal Eduardo Viotti,
palestrante desta quarta-feira (22), ao lado do analista Roberto de Pinho, em
ciclo de seminários promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações
e Comunicações (MCTIC).
Segundo
Viotti, se comparado à solidez dos indicadores de produção científica, o
consenso em torno da falta de dinamismo da inovação brasileira nem sempre pode
ser comprovado em números, apesar da contribuição da Pesquisa de Inovação
(Pintec), realizada desde 2000 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), com apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
"As
políticas tradicionais de ciência e tecnologia [C&T] acreditavam que o
aumento da oferta de conhecimentos científicos teria como sua consequência
natural o avanço da inovação", ponderou o consultor. "Mas o caso
brasileiro é a prova cabal de que essa forma de entender a gênese da inovação,
chamada de modelo linear, não funciona. Desde o início do século, o país vem
progressivamente evoluindo de uma política tradicional e linear de C&T para
uma política de inovação inspirada na abordagem de sistemas de inovação, na
qual a política de inovação se confunde com a política industrial."
Viotti
destacou que a inovação já aparecia como objetivo central tanto da primeira
Estratégia Nacional de Ciência Tecnologia e Inovação (Encti), válida de 2012 a
2015, quanto do Plano Brasil Maior, vigente de 2011 a 2014.
Pinho
apresentou conclusões do relatório Indicadores de resultado da inovação,
ANEXO, publicado em 2015 pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE).
"O estudo lançou, pela primeira vez, uma luz sobre a participação na
economia brasileira daquele núcleo duro do setor produtivo, que é formado pelas
empresas que são simultaneamente de alto crescimento e inovadoras", disse,
ao lembrar que o documento propõe uma nova família de indicadores.
Os
palestrantes discutiram no ciclo de seminário ideias geradas pelo relatório do
CGEE, do qual participam como autores. O estudo contou com parceria do IBGE e
da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e apoio técnico do
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do MCTIC.
Anexo:
Fonte:
MCTIC
0 comentários:
Postar um comentário