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quinta-feira, 14 de março de 2019

FRENTE PARLAMENTAR EM PROL DA LUTA CONTRA O CÂNCER QUER INCENTIVAR PESQUISA DE NOVOS MEDICAMENTOS


Dados do Instituto Nacional do Câncer mostram que 600 mil novos casos da doença são registrados a cada ano no Brasil. A expectativa é que, até 2030, ela supere as doenças cardiovasculares como primeira causa de morte da população. Para tentar enfrentar as várias dificuldades de diagnóstico e tratamento, Câmara e Senado criaram (nesta quarta-feira, 13) a Frente Parlamentar em Prol da Luta contra o Câncer. Uma das prioridades da frente, segundo a coordenadora do grupo, deputada Silvia Cristina, do PDT, é incentivar a pesquisa de novos medicamentos. Vítima de câncer de mama, que já foi curado, ela se preocupa também com as barreiras que moradores do seu estado, Rondônia, e da Região Amazônica em geral, enfrentam:

"Nós ainda temos dificuldade de acesso à radioterapia, as filas ainda são grandes, já tivemos muitas dificuldades de leitos, mas, especialmente, na Região Norte, à qual eu represento, nós temos ainda muitas dificuldades com relação a diagnóstico e prevenção. Esses exames não chegam na rapidez que deveriam chegar pra que a pessoa descubra (o câncer) em estágio hábil para iniciar um tratamento."

O evento de lançamento da frente parlamentar contou com a presença de várias entidades da sociedade civil que combatem o câncer. Joana Jeker, da Associação de Mulheres Mastectomizadas de Brasília, levou um grupo grande de vítimas de câncer de mama para chamar a atenção para o projeto de lei (PLC 143/2018) que determina o máximo de 30 dias para que a suspeita de câncer seja confirmada por biópsia no Sistema Único de Saúde. A proposta já passou pela Câmara e está sendo analisada pelo Senado. Segundo ela, um relatório do Tribunal de Contas da União aponta que 60 por cento dos diagnósticos de câncer no SUS são feitos quando a doença já está avançada ou na fase de metástase, resultando em tratamentos mais longos, mais invasivos e mais caros:

"Nós sabemos que o câncer de mama tem até 95 por cento de chance de cura quando diagnosticado no estágio inicial, estágio onde o tumor está bem pequeno, menos de 1 centímetro. Então, é fundamental para salvar muitas e muitas vidas e pra também diminuir a mortalidade pelo câncer no Brasil."

Outra prioridade da frente parlamentar mista é a redistribuição orçamentária, para evitar que entidades de tratamento e apoio aos doentes de câncer vivam com as contas no vermelho. Para o oncologista Sérgio Petrilli, diretor superintendente do Grupo de Apoio a Adolescentes e Crianças com Câncer (Graacc), que mantém um hospital em São Paulo, o apoio de deputados e senadores é essencial:

"Cerca de 90 por cento dos nossos pacientes do Graacc são do SUS, fazem com que a nossa receita seja abaixo da metade do que a gente gasta. Então é fundamental que a gente consiga outros recursos, na linha de emendas parlamentares, na linha de renúncia fiscal, na linha de deixar com que a gente, sendo entidades filantrópicas, possa conseguir dinheiro dentro da sociedade civil."

Durante o lançamento da Frente Parlamentar em Prol da Luta contra o Câncer, a coordenadora, deputada Silvia Cristina, também propôs a criação de uma comissão permanente da Câmara para tratar exclusivamente dos assuntos de saúde, que hoje estão na esfera da Comissão de Seguridade Social e Família.

Reportagem - Cláudio Ferreira


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