Tecnologia reduz a capacidade
de transmissão do vírus da dengue, Zika e chikungunya
O Ministério da Saúde, em
parceria com a Fundação Oswaldo Cruz, o World Mosquito Program, e os governos
estadual de Pernambuco e municipal de Petrolina, assinaram nesta sexta-feira
(4), em Recife (PE), um termo de cooperação técnica para o início das operações
do Método Wolbachia no sertão pernambucano. A partir dessa iniciativa, fica
firmado a implementação das ações estratégicas do Método Wolbachia na região, o
que irá garantir a expansão da tecnologia, formalizando novos estudos e modelagens
da técnica.
Participando remotamente do
evento, o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo de Medeiros, ressaltou a
importância do projeto Wolbachia. “Os dados já apresentados na iniciativa
pioneira em Niterói (RJ) são promissores. Nossa intenção é expandir para outras
localidades do Brasil, como acontece hoje em Petrolina reforçando, assim, o
enfrentamento de controle das arboviroses”, disse.
Para o diretor do Departamento
de Imunização e Doenças Transmissíveis (DEIDT), Laurício Monteiro, a expansão é
um grande avanço na luta contra o mosquito. “Estamos dando um passo importante
no enfrentamento das arboviroses de transmissão pelo Aedes aegypti.
Trazer o Método Wolbachia para o Nordeste irá nos ajudar a entender melhor o
comportamento dessa estratégia nas condições climáticas locais, podendo
expandir posteriormente essa tecnologia para outras localidades da região”,
ressaltou.
Ao falar dos desafios
enfrentados na luta contra as doenças transmitidas pelo Aedes, a coordenadora
de Vigilância das Arboviroses do Ministério da Saúde, Noely Moura, destacou as
dificuldades de 2020 decorrentes da pandemia de Covid-19 no país e reforçou a
necessidade de diferentes ações para enfrentar o mosquito. “É preciso trabalhar
estratégias diferenciadas de enfrentamento das arboviroses, e nós do Ministério
da Saúde apoiamos diversas ações. O Projeto Wolbachia é uma delas e estamos com
ótimas expectativas para os resultados dessa ação em Petrolina”, reforçou.
Já o secretário de Saúde de
Pernambuco, André Longo, agradeceu pelo Estado ter sido contemplado com a
iniciativa e destacou o alinhamento das diversas esferas para a diminuição dos
casos das arboviroses. “Ter mais esse projeto em desenvolvimento é um motivo de
grande satisfação. O SUS pode dar certo todas as vezes que a gente articular de
forma adequada a academia, a pesquisa, a inovação, a tecnologia, com os três
entes trabalhando no mesmo sentido", disse Longo.
As atividades de engajamento
comunitário para implementação do Método Wolbachia em Petrolina começarão em
janeiro do próximo ano. “O engajamento é o momento em que dialogamos com a
população, apresentamos o Método, tiramos as dúvidas e explicamos como será
feita a liberação do Wolbito, o Aedes aegypti com Wolbachia”, explica o líder
da iniciativa no país, Luciano Moreira. Após o engajamento comunitário,
ocorrerá a liberação dos mosquitos.
A estratégia do Método
Wolbachia, iniciativa do World Mosquito Program (WMP), é conduzida no país pela
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com apoio financeiro do Ministério da Saúde. O
método utiliza a bactéria Wolbachia para o controle de arboviroses, doenças que
são transmitidas por mosquitos. Em Petrolina, a implementação da iniciativa
será realizada em parceria com a Prefeitura, com apoio do Governo do Estado do
Pernambuco.
Além dos representantes do
Ministério da Saúde, estiveram presentes o líder do Método Wolbachia e
pesquisador da Fiocruz, Luciano Moreira, a gerente da VIII Gerência Regional de
Saúde (Geres), Aline Jerônimo, e a secretária-executiva de Vigilância em Saúde
de Petrolina, Marlene Leandro dos Santos Peixoto.
MÉTODO WOLBACHIA
O Método Wolbachia tem
eficácia comprovada. Um Estudo Clínico Controlado Randomizado (RCT, sigla em
inglês), realizado em Yogyakarta, Indonésia, aponta uma redução de 77% na
incidência de dengue em áreas tratadas com Wolbachia em
comparação com áreas não tratadas. No Brasil, dados preliminares observacionais
apontam redução de 75% dos casos de chikungunya em Niterói.
A Wolbachia é
um microrganismo intracelular presente em 60% dos insetos da natureza, mas que
não estava presente no Aedes aegypti, e foi introduzida por
pesquisadores do WMP, iniciativa global sem fins-lucrativos que trabalha para
proteger a comunidade global das doenças transmitidas por mosquitos.
Quando presente no Aedes
aegypti, a Wolbachia impede que os vírus da dengue, Zika,
chikungunya e febre amarela se desenvolvam dentro do inseto, contribuindo para
a redução destas doenças. Não existe modificação genética neste
processo.
O Método Wolbachia consiste na
liberação de Aedes aegypti com Wolbachia para
que se reproduzam com os Aedes aegypti locais e seja
estabelecida uma população destes mosquitos, todos com Wolbachia.
Veja ilustração abaixo:
O Método Wolbachia é complementar às demais ações de controle das arboviroses realizadas pela prefeitura. A população deve continuar a realizar as ações de combate à dengue, Zika e chikungunya que já realizam em suas casas e estabelecimentos comerciais.
Luiza Barufi com informações
do Nucom SVS
(61) 3315-3435
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