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sábado, 12 de dezembro de 2020

Brasil confirma primeiro caso de Candida auris

Detecção ocorreu nesta semana, na Bahia. Após confirmação por sequenciamento genético, Anvisa emitiu alerta de risco para serviços de saúde de todo o país.

Foi confirmado o primeiro caso de Candida auris (C. auris) no país, em um paciente de 59 anos, do sexo masculino, internado em uma unidade de terapia intensiva (UTI) no estado da Bahia. A confirmação ocorreu na quarta-feira (9/12), após análise do sequenciamento genético realizada pelo Laboratório Especial de Micologia da Escola Paulista de Medicina (Lemi–Unifesp).   

Ainda na quarta-feira, a Agência publicou o detalhamento do caso no Alerta de Risco 02/2020, destinado aos serviços de saúde, Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIHs) e laboratórios de microbiologia.  

A suspeita desse primeiro caso positivo de infecção por Candida auris foi notificada à Anvisa na segunda-feira (7/12), data na qual a Gerência de Vigilância e Monitoramento em Serviços de Saúde (GVIMS), vinculada à Gerência-Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde (GGTES), publicou o Alerta de Risco 01/2020.    

Resistência a medicamentos  

A C. auris é um fungo emergente que representa uma grave ameaça à saúde global, pois algumas de suas cepas podem apresentar resistência aos medicamentos comumente utilizados para tratar infecções por Candida, sendo que alguns estudos apontam que até 90% dos isolados de C. auris são resistentes a fluconazol, anfotericina B ou equinocandinas.  

Esse fungo pode causar infecção na corrente sanguínea e outras infecções invasivas que podem ser fatais, principalmente em pacientes imunocomprometidos ou com comorbidades.   

Outro aspecto negativo é que os pacientes podem permanecer colonizados por esse microrganismo por muito tempo, sem infecção, favorecendo a propagação para outras pessoas e a ocorrências de surtos em serviços de saúde.  

Força-tarefa 

Desde o início do caso, foi organizada uma força-tarefa nacional para acompanhar e implementar medidas para conter a disseminação de C. auris no país. O grupo é formado por representantes da Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde (Suvisa) da Bahia, da Coordenação Estadual de Controle de Infecção Hospitalar (CECIH) da Bahia, do Centro de Informações Estratégicas e Resposta de Vigilância em Saúde (Cievs nacional) da Bahia e de Salvador e da Secretaria de Estado de Saúde (SES/BA).   

Também compõem a força-tarefa representantes da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Salvador, da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep-BA), do Ministério da Saúde (CGLAB/SVS, Cievs nacional), do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-BA), dos laboratórios da rede nacional para identificação de C. auris e da GVIMS/GGTES/Anvisa.   

A investigação do caso e as ações imediatas estão sendo coordenadas diretamente pelo nível local (estado e município). A Anvisa está acompanhando ativamente todas as ações e atuando junto às Coordenações Estaduais/Distrital de Prevenção e Controle de Infecção Hospitalar (CECIH/CDCIH) para reforçar a vigilância e as medidas de prevenção e controle de infecções nos serviços de saúde do país.   

Diante da situação, a Anvisa recomenda aos serviços de saúde e aos laboratórios de microbiologia que estejam alertas às orientações previstas nos documentos publicados pela Anvisa, para que as ações nacionais sejam adotadas de forma oportuna e segura.  

Leia abaixo:   

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