Detecção
ocorreu nesta semana, na Bahia. Após confirmação por sequenciamento genético,
Anvisa emitiu alerta de risco para serviços de saúde de todo o país.
Foi
confirmado o primeiro caso de Candida auris (C. auris) no
país, em um paciente de 59 anos, do sexo
masculino, internado em uma unidade
de terapia intensiva (UTI) no estado da Bahia. A
confirmação ocorreu na quarta-feira (9/12),
após análise do sequenciamento genético realizada pelo
Laboratório Especial de Micologia da Escola Paulista de Medicina (Lemi–Unifesp).
Ainda
na quarta-feira, a Agência publicou o detalhamento do caso no Alerta de Risco 02/2020, destinado
aos serviços de saúde, Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIHs)
e laboratórios de microbiologia.
A
suspeita desse primeiro caso positivo de infecção por Candida auris foi notificada
à Anvisa na segunda-feira (7/12), data na qual a Gerência de Vigilância e
Monitoramento em Serviços de Saúde (GVIMS), vinculada à Gerência-Geral de
Tecnologia em Serviços de Saúde (GGTES), publicou o Alerta de Risco 01/2020.
Resistência
a medicamentos
A C. auris é
um fungo emergente que representa uma grave ameaça à saúde global, pois algumas
de suas cepas podem apresentar resistência aos medicamentos comumente
utilizados para tratar infecções por Candida, sendo que alguns estudos
apontam que até 90% dos isolados de C. auris são resistentes a
fluconazol, anfotericina B ou equinocandinas.
Esse
fungo pode causar infecção na corrente sanguínea e outras infecções
invasivas que podem ser fatais, principalmente em pacientes
imunocomprometidos ou com comorbidades.
Outro
aspecto negativo é que os pacientes podem permanecer colonizados por
esse microrganismo por muito tempo, sem infecção, favorecendo a propagação para
outras pessoas e a ocorrências de surtos em serviços de saúde.
Força-tarefa
Desde
o início do caso, foi organizada uma força-tarefa nacional para
acompanhar e implementar medidas para conter a disseminação de C. auris no
país. O grupo é formado por representantes da Superintendência de
Vigilância e Proteção da Saúde (Suvisa) da Bahia, da Coordenação
Estadual de Controle de Infecção Hospitalar (CECIH) da Bahia, do Centro
de Informações Estratégicas e Resposta de Vigilância em Saúde (Cievs nacional) da Bahia
e de Salvador e da Secretaria de Estado de
Saúde (SES/BA).
Também
compõem a força-tarefa representantes da Secretaria Municipal de
Saúde (SMS) de Salvador, da Diretoria de Vigilância
Epidemiológica (Divep-BA), do Ministério da Saúde
(CGLAB/SVS, Cievs nacional), do Laboratório Central de
Saúde Pública (Lacen-BA), dos laboratórios da rede nacional para
identificação de C. auris e da GVIMS/GGTES/Anvisa.
A
investigação do caso e as ações imediatas estão sendo coordenadas diretamente
pelo nível local (estado e município). A Anvisa está acompanhando ativamente
todas as ações e atuando junto às Coordenações Estaduais/Distrital de Prevenção
e Controle de Infecção Hospitalar (CECIH/CDCIH) para reforçar a vigilância e as
medidas de prevenção e controle de infecções nos serviços de saúde do país.
Diante
da situação, a Anvisa recomenda aos serviços de saúde e aos laboratórios
de microbiologia que estejam alertas às orientações previstas nos
documentos publicados pela Anvisa, para que as ações nacionais sejam
adotadas de forma oportuna e segura.
Leia
abaixo:
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