Nesta
sexta-feira(6), a Agência Lupa apresentou uma série de análises sobre as
declarações do ministro da Saúde, Ricardo Barros. Na verificação sobre a
reportagem o Ministério da Saúde faz os seguintes esclarecimentos:
1 –
LEITOS HOSPITALARES - Não é possível misturar os índices com os números
absolutos. São análises diferentes. Ao demonstrar que a Inglaterra tem o
mesmo número de leitos por habitante que o Brasil, o texto comete a incorreção
de afirmar que “Só que o Brasil têm três vezes mais habitantes que o Reino
Unido”. Se está se falando que são 2,3 leitos para cada mil habitantes, será
proporcional para qualquer número da população.
O
que a matéria não diz, com base nos números da OCDE (Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico), é que o próprio sistema inglês vem
reduzindo drasticamente o número de leitos em seu sistema de saúde, que também
é público como o brasileiro. Somente nos últimos 10 anos, a redução foi de 30%.
Comparado com a ocupação média dos leitos, o Brasil possui uma ineficiência de
45%. (Confira os números em: https://data.oecd.org/healtheqt/hospital-beds.htm)
No
Brasil, temos 11 milhões de internações para 150 milhões, ou seja, uma
proporção de 7,3%. O ministro tem baseado sua informação em um percentual de
10% ou uma elevação de 37% da assistência atual.
Sobre
o uso de hospitais de maior porte para conseguir alcançar essa meta (hospitais
com mais de 100 leitos), a matéria já traz: “os hospitais brasileiros são, em
sua maioria, pequenos demais para atuar com níveis de eficiência adequados,
sendo que 65% têm menos de 50 leitos”.
2 –
EXAMES DESNECESSÁRIOS - Sobre 80% dos exames solicitados ter resultado
desnecessário para o diagnóstico, o Ministério da Saúde forneceu o celular da
fonte primária das informações à Agência Lupa. O resultado é sobre o município
de São Paulo, que consome R$ 1,3 bilhão de recursos federais para média e alta
complexidade. O resultado é uma realidade que vem sendo enfrentada pelo
município em parceria com o ministério. O Banco Mundial em reunião realizada em
agosto apresentou os dados preliminares de um estudo que aponta uma
ineficiência superior a 70% dos recursos aplicados no setor hospitalar público
brasileiro. Situação que está sendo enfrentada pela União, com informatização,
transparência, análise de dados e comprometimento com a melhoria de gestão do
sistema.
3 –
AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE MEDICAMENTOS - A rede própria da Farmácia Popular é um
exemplo claro de melhoria de gestão. Além das 34 mil drogarias privadas
credenciadas ao programa, outras 400 eram próprias da rede pública. Elas, no
entanto, custavam R$ 100 milhões aos cofres públicos, sendo que 80% ia para
despesas como manutenção e pessoal, restando apenas R$ 20 milhões para a compra
efetiva de medicamentos. Com a mudança de repasse, os R$ 100 milhões serão
utilizados completamente para a compra dos produtos necessários para os
pacientes. A mudança amplia, portanto, a oferta na rede pública, onde estão
disponíveis todos os medicamentos da Farmácia Popular – Rede Própria, além do
complemento das 34 mil drogarias do Farmácia Popular – Aqui Tem Farmácia
Popular.
4 –
DOAÇÃO DE ÓRGÃOS – Sim, está correta a informação da Agência Lupa. É preciso
aumentar o número de doadores de órgãos. A conversa dentro das famílias e o
esclarecimento do desejo daqueles que querem doar órgãos após seu falecimento é
fundamental para ampliar o número de doações. O Ministério da Saúde lançou uma
campanha para essa sensibilização.
5 –
PROGRAMA MAIS MÉDICOS – O programa conta com 18.200 vagas. A cada três meses,
aproximadamente, é realizado um edital para preencher as vagas de saída dos
profissionais do programa. Um recorte temporal entre uma chamada e outra induz
ao erro do leitor.
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