O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando
Monteiro, disse acreditar que as exportações são a chave para a retomada do
crescimento econômico do Brasil. "Exportar nada mais é do que contratar
demanda externa", explicou. O ministro participou nesta quarta-feira (5)
da cerimônia de lançamento do Plano Nacional da Cultura Exportadora, em Belo
Horizonte, com a presença do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, e
do presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado
Junior.
A ação é o braço regional do Plano Nacional de
Exportações – lançado pelo Governo Federal em junho deste ano – e tem o
objetivo de aumentar o número de empresas mineiras que operam no comércio
exterior e, consequentemente, aumentar as exportações de produtos e serviços do
Estado.
Minas Gerais foi o primeiro estado a receber o Comitê Gestor do PNCE,
que será responsável por monitorar a performance do programa com as empresas do
estado. Inicialmente, 2 mil empresas de 15 setores econômicos estão aptas a
participar do programa. A meta é cobrir todos os estados brasileiros até o
final de 2016. Os próximos estados a receber comitê gestor são Rio Grande do
Sul e Pernambuco.
Minas Gerais é o segundo maior exportador do País. Armando Monteiro
ressaltou a importância das empresas do estado para o comércio exterior
brasileiro . "Minas Gerais já realizou exportações na casa dos US$ 40
bilhões", disse o ministro enfatizando que a pauta do estado é muito
concentrada em minério de ferro e que, no momento, os preços internacionais têm
prejudicado o desempenho do estado. "Se estivéssemos com os preços de um
ano atrás, nos primeiros sete meses do ano, Minas Gerais teria
exportado US $ 4 bilhões a mais".
O secretário de Comércio Exterior do MDIC, Daniel Godinho, explicou que
o principal objetivo do plano é aumentar e diversificar as exportações.
"Vamos focar em três frentes: identificação das empresas com potencial
exportador; trabalhar para que o comércio exterior se torne uma atividade
habitual dessas empresas; e incentivar a diversificação - tanto da pauta quanto
de destinos - de empresas que já exportam com regularidade", disse.
Godinho explicou ainda que as empresas participantes do PNCE contarão
com uma gama de ferramentas de treinamento, capacitação, consultoria para
adequação de produtos, e identificação de mercados. “Estaremos bem próximos das
empresas de Minas Gerais, oferecendo as ferramentas necessárias para que
consigam fazer com que a exportação passe a fazer parte do dia a dia delas”.
As empresas participantes do PNCE vão contar também com apoio dos
parceiros na elaboração de avaliação de seus produtos e serviços, consultoria
de inteligência comercial (que avalia em quais mercados aquele produto ou
serviço tem potencial de venda), participação em missões comerciais e rodada de
negócios com compradores estrangeiros; e outros.
O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, disse que vê uma grande
oportunidade para as empresas mineiras. "Vejo com muita alegria e
esperança Minas Gerais ter sido o estado escolhido para o lançamento do
PNCE".
Para Olavo Machado Junior, o plano abre mercado nos quatro cantos do
mundo para as empresas do estado. "Mas entendemos que é muito importante
nos aproximar de mercados como o do Paraguai, que tem muita complementação com
o nosso estado". Olavo citou como exemplo o custo da energia elétrica no
Paraguai, que segundo ele, é menor que no Brasil.
Em Minas, o programa conta com o apoio de 20 parceiros – entre regionais
e nacionais – como os ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior (MDIC); das Relações Exteriores (MRE); da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Mapa); e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI); a Fiemg;
Governo do Estado; Sebrae; Apex-Brasil; ABDI; Correios; Banco do Brasil; Caixa
Econômica; ACMinas e outros. As empresas participantes do PNCE contarão com uma
cesta de produtos e serviços, voltados para o aumento da competitividade em
mercados estrangeiros.
O PNCE é desenvolvido em cinco etapas bem definidas – sensibilização,
inteligência comercial, adequação de produtos e processos, promoção comercial e
comercialização. O programa conta ainda com três temas transversais para o
direcionamento das empresas: financiamento, qualificação e gestão. Algumas das
ações previstas:
Sensibilização
Banco do Brasil: capacitação em negócios internacionais. Fundamentos de
comércio exterior, exportação, financiamento à exportação, câmbio, entre
outros;
Correios: palestra, curso e consultoria sobre o programa Exporta Fácil;
CNI/Fiemg: eventos de sensibilização em internacionalização de
empresas;
MDIC: promoção de treinamento em exportação para empresas pequeno porte.
Oficina sobre os programas Vitrine do Exportador, Aliceweb e Radar Comercial.
Inteligência comercial
Apex-Brasil: apresentação do perfil exportador de Minas Gerais;
Inmetro: treinamento sobre barreiras técnicas no Mercosul;
MDIC: treinamento do Capta – para que as empresas aprendam a utilizar as
preferências tarifárias previstas em acordos comerciais assinados pelo Brasil.
Adequação de produtos e processos
INPI: Propriedade Intelectual para empresas exportadoras;
Sebrae: SEBRAEtec - promove o acesso de pequenos negócios a
soluções em sete áreas de conhecimento da inovação: design; produtividade;
propriedade intelectual; qualidade; inovação; sustentabilidade; e tecnologia da
informação e comunicação.
MCTI: Sibratec – o Sistema Brasileiro de Tecnologia tem como objetivo
apoiar o desenvolvimento tecnológico das empresas brasileiras, bem como melhorar
a qualidade dos produtos colocados nos mercados interno e externo. Dá condições
para o aumento da taxa de inovação dessas empresas e, assim, contribui para o
aumento do valor agregado de faturamento, produtividade e competitividade no
mercado.
Promoção comercial
Apex-Brasil: oficinas de Negócios Brasil Trade;
CNI/Fiemg: Projeto Comprador Internacional e Projeto Comprador Minas
Trend Preview;
MRE: videoconferência com os Setores de Promoção Comercial (Secoms) das
embaixadas dos mercados prioritários para entender quais são as peculiaridades
do país para a entrada de produtos brasileiros.
Comrcialização
Sebrae: curso ‘Condições de Venda para os Mercados Externos’; e curso
‘Procedimentos para Exportação’;
Senac: curso de aperfeiçoamento sobre desembaraço aduaneiro; Banco do
Brasil: capacitação sobre cartas de crédito e financiamento às exportações.
Fonte: MDIC
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