Destaques

segunda-feira, 31 de julho de 2017

Nas Américas, apenas 4% das pessoas com hepatite C recebem tratamento

Nas Américas, 2,8 milhões de pessoas apresentam infecção crônica pelo vírus da hepatite B e 7,2 milhões, pela hepatite C. Quando considerados os indivíduos que vivem com esse último tipo da doença, três em cada quatro desconhecem ter a patologia. Ambas as hepatites causam cerca de 125 mil mortes por ano, tirando mais vidas que a tuberculose e o HIV. Dados foram divulgados em julho pela Organização Pan-Americana da Saúde (OMS).

Clínica em Manaus promove ações de prevenção de hepatite. Foto: OPAS

Nas Américas, 2,8 milhões de pessoas apresentam infecção crônica pelo vírus da hepatite B e 7,2 milhões, pela hepatite C. Quando considerados os indivíduos que vivem com esse último tipo da doença, três em cada quatro desconhecem ter a patologia. Ambas as hepatites causam cerca de 125 mil mortes por ano, tirando mais vidas que a tuberculose e o HIV. Dados foram divulgados em julho (28) pela Organização Pan-Americana da Saúde (OMS).
A agência da ONU elogiou o compromisso dos países americanos para combater a doença, mas chamou atenção para os desafios persistentes na área de diagnóstico.

“É uma epidemia silenciosa, pois muitas pessoas que têm a doença não apresentam sintomas até que o fígado esteja danificado. Por isso, devem-se redobrar esforços para alcançar a meta de eliminar as hepatites como problema de saúde pública até 2030 na região”, apontou o chefe da Unidade de HIV, Hepatite, Tuberculose e Infeções Sexualmente Transmissíveis da OPAS, Massimo Ghidinelli.

Conquistas
Segundo um estudo da OPAS realizado em maio deste ano, ao menos 21 dos 25 países pesquisados criaram estruturas dentro dos seus Ministérios da Saúde que abordam a implementação de medidas de resposta à hepatite.

A região das Américas também tem empreendido esforços para ampliar a vacinação contra a hepatite B: todos os países vacinam crianças menores de um ano contra a doença, e já são 22 os que aplicam essa vacina nas primeiras 24 horas após o nascimento, tal como recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Além disso, em 24 de 31 nações avaliadas, há iniciativas de monitoramento sistemático de hepatites entre mulheres grávidas. A hepatite B pode ser transmitida de mãe para filho no momento do parto, bem como de outras formas. A vacinação em todos os recém-nascidos pode prevenir a infecção em 95% dos casos, além de proteger as futuras gerações de contraírem essa infecção ao longo suas vidas.

Acesse ao tratamento
Apesar dessas conquistas, das 7,2 milhões de pessoas que vivem com hepatite C crônica nas Américas, apenas 300 mil recebem tratamento, ou seja, em torno de 4% do total.

A OPAS lembra que novas terapias para enfrentar a doença já estão disponíveis — e têm o potencial de curar mais de 90% dos indivíduos infectados com o tipo C da patologia, além de reduzir os riscos de morte de câncer de fígado ou cirrose. Todavia, apenas 18 países financiam esses tratamentos, de acordo com um levantamento publicado em janeiro desse ano pela OPAS.

Em fevereiro, o Fundo Estratégico da OPAS incorporou medicamentos de alto custo para o tratamento da hepatite C com preços acessíveis. Com isso, os países das Américas podem ter acesso às alternativas terapêuticas mais eficazes para enfrentar esse tipo de hepatite. O Fundo Estratégico é um mecanismo solidário de compras conjuntas de medicamentos essenciais e suprimentos de saúde estratégicos para os Estados-membros do organismo regional.

Em 2015, os ministros da Saúde das Américas definiram uma série de medidas para prevenir e controlar as hepatites virais. As orientações foram incorporadas ao Plano Regional da OPAS para as Hepatites Virais 2015-2019, com destaque para os tipos B e C da infecção.

Entre outras ações, o plano propõe que os países desenvolvam planos nacionais; estendam a vacinação contra a hepatite B para todas as crianças menores de um ano e grupos populacionais de alto risco e vulneráveis; realizem campanhas de informação; e busquem opções para ampliar o acesso aos medicamentos.



0 comentários:

Postar um comentário

Calendário Agenda