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segunda-feira, 31 de julho de 2017

Os números da hepatite viral no Brasil

Incidência da doença é maior na região norte do país, mas mortalidade atinge principalmente a região sul. Veja em gráficos no link para matéria: https://www.nexojornal.com.br/grafico/2017/07/28/Os-n%C3%BAmeros-da-hepatite-viral-no-Brasil

INCIDÊNCIA DE HEPATITE VIRAL

MORTALIDADE POR HEPATITE VIRAL

A cada 100 mil habitantes, por região mortes a cada 100 mil 2,5 2,0 SUL SUDESTE 1,5 NORTE BRASIL 1,0 CENTRO-OESTE NORDESTE 0,5 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

INCIDÊNCIA POR TIPO DE HEPATITE VIRAL Entre 2007 e 2015 em mil 0 25 50 75 100 125 C B A B e C B e D A e B A e C E * as categorias “B e C”, “B e D”, “A e B”, “A e C” se referem a casos em que o paciente tem dois tipos simultaneamente São consideradas hepatites as inflamações do fígado originadas por diversos motivos, entre eles o uso de remédios e o consumo de álcool e drogas, bem como a infecção por certos tipos de vírus ou a existência de doenças metabólicas, genéticas ou autoimunes. As hepatites são doenças muitas vezes silenciosas cujos sintomas — como tontura e enjoo, vômitos, dores abdominais, febre, urina escura e pele e olhos amarelados — podem muitas vezes não se manifestar.

Os tipos de hepatites virais mais comuns no Brasil são as A, B e C, mas existem ainda os tipos D e E.

Um dos principais riscos associados às hepatites (sobretudo aos tipos B, C e D) é de a doença tornar-se crônica — ou seja, persistir por mais de seis meses — e danificar o fígado, causando outros problemas como cirrose e câncer de fígado.

As hepatites são diagnosticáveis por diferentes tipos de exames de sangue e com tratamentos específicos para cada tipo de vírus (veja ao fim deste gráfico as diferenças e características principais de cada tipo).

TOTAL CASOS DE HEPATITE VIRAL POR MEIO DE TRANSMISSÃO* Sexual Alimento/Água Uso de Drogas Injetáveis Transfusional Outros Domiciliar* Tratamento Dentário Tratamento Cirúrgico Pessoa/pessoa* Vertical* Hemodiálise Acidente de Trabalho * “Domiciliar” consiste na transmissão doméstica, como por exemplo via compartilhamento de objetos (como escovas de dentes e lâminas de barbear),“Pessoa/pessoa” é a transmissão direta entre indivíduos sem relação sexual e “Vertical” é a transmissão da mãe para o bebê.

PROPORÇÃO DOS TIPOS DE TRANSMISSÃO DE HEPATITE VIRAL POR GÊNERO Sexual Alimento/Água Uso de Drogas Injetáveis Transfusional Outros Domiciliar Tratamento Dentário Tratamento Cirúrgico Pessoa/pessoa Vertical Hemodiálise Acidente de Trabalho

TIPOS DE HEPATITE VIRAL Hepatite A É uma doença contagiosa com baixa mortalidade, que em boa parte das vezes não apresenta sintomas e não se torna crônica. A doença é autolimitada, mas pode ser necessário tratamento de sintomas, em especial em casos mais graves. Sua vacina foi introduzida para crianças no Brasil em 2014.

MEIOS DE TRANSMISSÃO: Oral e fecal, através de água ou alimentos contaminados, e contato com saliva de pessoas doentes. A transmissão sexual é possível por via anal/oral.

Hepatite B É uma doença sexualmente transmissível contagiosa que só costuma apresentar sintomas em estágios avançados. Os recém-nascidos devem ser vacinados ainda na maternidade. A vacina é disponibilizada para a população gratuitamente pelo SUS e deve ser tomada em três doses.

MEIOS DE TRANSMISSÃO: Por contato com o sangue infectado, leite materno, fluídos vaginais e seminais, sangue menstrual, entre outros. É considerada uma doença sexualmente transmissível (DST), mas sua transmissão também se dá por transfusão sanguínea, compartilhamento de materiais perfurantes (como lâminas e seringas) e transmissão vertical, da mãe para o bebê.

Hepatite C É uma doença contagiosa que evolui para a fase crônica em 80% dos casos, com 20% de chance de evoluir para cirrose hepática, destes, até 5% de chance para câncer no fígado. Seu tratamento depende de aspectos do paciente, do grau de comprometimento do fígado, de tratamentos prévios e do subtipo do vírus. Não existe vacina para a doença e a prevenção é feita evitando possíveis meios de transmissão, como sexo desprotegido e compartilhamento de materiais perfurocortantes.
Pessoas que receberam transfusão ou foram submetidas a cirurgias antes de 1993 devem ser testadas. Para pessoas com maior risco de aquisição da doença, os testes devem ser periódicos.

MEIOS DE TRANSMISSÃO: É transmitida pelo contato com sangue infectado e pelo compartilhamento de objetos perfurocortantes, bem como pela relação sexual por via anal/oral. Há também a transmissão vertical, com menos frequência. Hepatite D O contágio pelo vírus da hepatite D só pode ocorrer na presença da infecção do vírus da hepatite B. A infecção pode ser simultânea (contraindo os dois tipos ao mesmo tempo) e apresentar sintomas idênticos aos da hepatite B, ou pode ocorrer após o contágio pelo tipo B e provocar danos severos ao fígado, como cirrose. A maioria dos casos no Brasil acontecem na região norte.

MEIOS DE TRANSMISSÃO: Por só existir na presença anterior (ou simultânea) da hepatite B, o tipo D tem os mesmos métodos de transmissão. Hepatite E Mais comum na Ásia e na África e de rara ocorrência no Brasil, a hepatite E é similar ao tipo A, com os mesmos sintomas, métodos de tratamento e meios de transmissão. Mais leve, pode até mesmo ser curada sem tratamento pelo organismo.

MEIOS DE TRANSMISSÃO: Tem os mesmos meios de transmissão da hepatite A, pela via oral/fecal.

Fonte: Datasus, Ministério da Saúde, Aids.gov.br; OMS (Organização Mundial da Saúde) * Observação: Considera-se o meio de transmissão como aquele que provavelmente levou à infecção pelo vírus.

Gabriel Zanlorenssi, Rodolfo Almeida e Vitória Ostetti
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