Tecnologia e desemprego
A preocupação com o desemprego
que será gerado com uso de tecnologias na indústria do Brasil foi tema de
debate durante o Fórum Indústria 4.0, realizado pela Câmara
Americana de Comércio (Amcham), em São Paulo.
O conceito Indústria
4.0 também é chamado de Quarta Revolução Industrial, alavancada pelos robôs,
sensores e tecnologia da informação.
Contudo, além dos ganhos de
produtividade e qualidade, a nova onda tecnológica afetará o emprego.
João Alfredo Delgado, diretor
de tecnologia da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e
Equipamentos, disse que os profissionais precisarão de qualidades como talento
e raciocínio, e não apenas conhecimentos técnicos estanques.
"Vai ter outro tipo de
emprego e aí está o problema. Teremos um estoque de pessoas, talvez não
qualificadas", afirmou ele com referência aos trabalhadores brasileiros.
Para Delgado, pode-se fazer
uma relação com a mecanização da agricultura, onde até os tratores passaram a
dispensar um condutor humano: "Nas cidades, sofremos com milhões de
pessoas entrando sem emprego. É um sério problema social. O Brasil vai sofrer
mais porque o país tem um contingente de trabalhadores despreparados."
Investimento na educação
Segundo Fernando Pimentel, da
Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), seu setor
poderá ser fortemente afetado pela tecnologia. Do total de 1,5 milhão de
empregos, 1,2 milhão atua na manufatura do vestuário.
Pimentel defende que não haja
retrocessos por receio de aumento no desemprego e que o país invista na
educação. "Não podemos esperar o Brasil ficar pronto. A solução é o país
ter políticas macroeconômicas mais consistentes," disse.
Márcio Girão, diretor de
inovação da Finep, citou a necessidade de atualização nos currículos das
escolas técnicas e de engenharia: "Há um abismo na educação, precisamos de
mais inclusão digital."
Com informações da Agência
Brasil
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