O possível acordo entre o Mercosul e a União
Europeia poderá resultar em um aumento de 3% a 4% no Produto Interno Bruto
(PIB) brasileiro. A avaliação foi feita pelo ministro da Indústria,
Comércio Exterior e Serviços, em entrevista ao Portal Planalto.
Na presidência do Mercosul, o Brasil se esforçará
para avançar as negociações comerciais com a União Europeia com objetivo de
anunciar o acordo ainda neste ano. “Nós no Mercosul estamos colocando
força, estamos colocando disposição para que avance (a negociação)”, afirmou o
ministro.
Importante relação bilateral, a abertura de um
acordo de livre comércio com a União Europeia é uma das prioridades do governo
brasileiro no âmbito do comércio exterior.
De acordo com o Ministério da Indústria, Comércio
Exterior e Serviços, o volume de exportações da UE ao Mercosul chega em média a
66 bilhões de euros por ano. A previsão é de que esse valor seja dobrado com a
criação de regras mais flexíveis de comércio.
No caso do Brasil, os ganhos com o acordo devem
gerar um salto de 3% a 4% no Produto Interno Bruto, com a entrada de
mercadorias nacionais na União Europeia, onde vivem 500 milhões de
consumidores. Do lado das importações, o País também pode se beneficiar do
maior acesso à tecnologia e inovação.
Negociações avançadas
Para o ministro, o aumento do protecionismo em
outras potências globais também funcionará como um estímulo para que a União
Europeia aceite um acordo comercial com o Mercosul.
“A própria União Europeia também quer que avance...
O aumento do protecionismo fez com que a União Europeia se movimentasse e
impulsionasse as negociações”, avaliou Pereira, que também classificou as
negociações com o bloco como avançadas.
Na avaliação do ministro, o Brasil terá um papel
relevante nesse processo, diante da responsabilidade de presidir o Mercosul até
o final do ano. Segundo ele, o governo brasileiro trabalha para fechar um
acordo com a União Europeia, pelo menos em nível político, até dezembro.
Rodadas
Neste mês ocorreu a terceira rodada de negociações
para a definição do acordo. Ainda há mais dois encontros previstos para este
ano: em outubro, em Brasília, e em setembro, em Bruxelas.
O documento deve abranger diversas áreas, como
comércio de bens, medidas sanitárias e fitossanitárias, instrumentos de defesa
comercial, comércio em serviços, compras governamentais, propriedade
intelectual e indicações geográficas.
Produtos
"Para além dos ganhos mensuráveis, a maior
exposição à competição deve trazer mais dinamismo, competitividade e qualidade
às nossas empresas", afirmou Pereira. Um estudo da Escola de Economia da
Fundação Getúlio Vargas aponta que em 2030 deve ocorrer um aumento de 12,3% nas
exportações e de 16,9% nas importações brasileiras como efeito do acordo com a
União Europeia.
Já o Mercosul representa um mercado de 250 milhões
de consumidores ao bloco europeu. “A conclusão desse acordo vai ser positiva
para todos os envolvidos. Tenho certeza de que esta será mais uma importante
contribuição para a retomada do crescimento econômico brasileiro”, disse
Pereira.
Os principais produtos comercializados no ano
passado pelo Mercosul à UE foram soja, minerais, café, máquinas, combustíveis,
carne, celulose e hortaliças. Já o Mercosul, por sua vez, importou máquinas e
equipamentos, produtos farmacêuticos, máquinas e material elétrico, veículos e
aviões.
Fonte: Portal Planalto
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