O vice-diretor da Fiocruz
Brasília, Wagner Martins, coordenou a mesa Desenvolvimento e Inovação
em Saúde – a sustentabilidade da vida, no último dia da Feira Soluções para
a Saúde – Zika, realizada na tarde da última quinta-feira (10/8), em Salvador.
Participaram como palestrantes o vice-presidente de Produção e Inovação em
Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, o coordenador da Agenda 2030 na Fiocruz, Paulo
Gadelha, o coordenador das Ações de Prospecção da Fiocruz, Carlos Gadelha, além
de representantes do Programa das nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD),
Rômulo Paes e do Senai/Cimatec, Roberto Badaró.
Ex-presidente da Fiocruz,
Paulo Gadelha relembrou as ações da Fundação durante a crise internacional
provocada pelo vírus zika (Foto: Sérgio Velho)
Ao falar sobre os objetivos
estratégicos da Organização das Nações Unidas (ONU) para combater o ebola, o
representante do PNUD Rômulo Paes disse que era fundamental criar meios para
tratar os possíveis infectados, garantir serviços essenciais, prevenir surtos
em países ainda não afetados e foi enfático. “A grande questão não é criar um
muro e achar que vamos conseguir evitar que os problemas se espalhem pelas
fronteiras, o importante é saber qual a capacidade do Estado e da sociedade de
resolver esses problemas”, afirmou.
O coordenador da Agenda 2030
na Fiocruz, Paulo Gadelha, começou a sua fala elogiando o formato e a
programação do evento. “Estou emocionado com tudo o que está acontecendo aqui e
curioso para saber o que está acontecendo nesse momento nas outras salas. Além
disso, tenho uma relação muito próxima com a epidemia de zika que vivenciamos
porque eu estava à frente da Presidência da Fiocruz quando tudo aconteceu”,
recordou.
Paulo Gadelha também lembrou
que a Fiocruz estava preparada para enfrentar os desafios da epidemia de zika
por diversos motivos, entre eles pelo fato de já possuir expertise com
arboviroses. “A Fiocruz também estava bem posicionada e de forma bem articulada
para trabalhar internamente e externamente com diversos parceiros”, salientou.
Paulo Gadelha também falou sobre a Agenda 2030 do Desenvolvimento Sustentável e
do papel estratégico da Fiocruz no fornecimento de subsídios na área da saúde.
Em seguida, o coordenador das
Ações de Prospecção da Fiocruz, Carlos Gadelha, falou sobre Soluções,
Saúde e Desenvolvimento no Conjunto Econômico Industrial da Saúde e
começou a sua fala elogiando o evento e afirmando que a saúde é parte endógena
do desenvolvimento social. “Partimos da hipótese central de que a natureza de
um capitalismo dependente e periférico e de um padrão global e local não
sustentável de desenvolvimento se manifestam de modo avassalador no campo das
doenças transmissíveis e, em particular, nas arboviroses”, destacou. Ele também
ressaltou que a saúde deve ser encarada como uma área estratégica da sociedade
de conhecimento e citou alguns desafios a serem enfrentados. “É preciso mostrar
que é possível sair de uma agenda econômica limitada de alocação de recursos
escassos em favor de uma agenda de criação de valor, de direitos, de riqueza
social e de recursos públicos”, afirmou.
Já o vice-presidente de
Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, fez um retrospecto do
papel da Fiocruz frente ao enfrentamento das arboviroses ao longo da sua
história e lembrou da atuação da instituição no combate à febre amarela, na
produção do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz)
e do trabalho realizado dentro do Instituto de Tecnologia em Fármacos
(Farmanguinhos/Fiocruz). “Vale dizer que a Fiocruz é referência na produção de
remédio contra a malária viral”, comentou.
O encerramento da mesa ficou
por conta do diretor do Instituto de Tecnologia da Saúde (ITS) do
Senai/Cimatec, Roberto Badaró, que falou sobre o futuro da medicina nos
próximos 20 anos. Roberto Badaró citou as lacunas do complexo industrial da
saúde e dos altos gastos do Ministério da Saúde na aquisição de medicamentos.
“Para a saúde superar o déficit no Brasil, precisamos investir mais em
prevenção”, avaliou.
Fernanda Miranda (Fiocruz
Brasília)
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