A Comissão de Defesa dos
Direitos da Pessoa Idosa debateu o tema em audiência pública nesta quarta-feira
Leandre: o Congresso precisa
garantir verbas para uma política nacional de atendimento a doenças
relacionadas à demência e, em especial, ao Alzheimer
A deputada Leandre (PV-PR)
afirmou que o Congresso Nacional, ao elaborar o Orçamento da União, deve levar
em conta o aumento dos casos de demência no País e garantir dinheiro para as
políticas públicas de prevenção dessas doenças, em especial do Mal de Alzheimer.
"Recursos para que a
gente possa estabelecer de verdade uma política nacional de atendimento a
doenças relacionadas à demência e, em especial, ao Alzheimer, porque só quem
vive isso pode entender a magnitude do problema", disse a deputada.
Por sugestão da parlamentar, o
tema foi discutido nesta quarta-feira (9) em audiência pública na Comissão de
Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara dos Deputados.
Entre as políticas públicas
sugeridas na audiência estão a criação de unidades especializadas no
atendimento das demências e de centros de convívio para os pacientes. Também
foi destacada a necessidade de ações governamentais para capacitar cuidadores
para os portadores dessas doenças.
O geriatra Otavio Castelo
lembrou que as causas do Alzheimer ainda são desconhecidas e que os remédios
amenizam os sintomas, mas não revertem a doença. "A doença de Alzheimer e
as demências em geral são uma epidemia urgente. É um problema de saúde pública
de proporções enormes no mundo inteiro, principalmente no Brasil. E já há um
atraso enorme do que nós podemos fazer em relação a isso", declarou.
A Organização Mundial da Saúde
(OMS) já recomendou que as demências sejam prioridade na saúde pública. Segundo
especialistas, 1 caso aparece no mundo a cada 3 segundos. Com o envelhecimento
da população, essa velocidade só tende a aumentar.
Diagnóstico precoce
A presidente da Associação Brasileira de Alzheimer, Maria Leitão Bessa, relatou o preconceito que ainda existe em relação às demências. E reforçou a importância de políticas públicas para promover, por exemplo, o diagnóstico precoce. "É na atenção básica que eles vão detectar os primeiros sinais e onde estão as famílias que mais necessitam", disse.
A presidente da Associação Brasileira de Alzheimer, Maria Leitão Bessa, relatou o preconceito que ainda existe em relação às demências. E reforçou a importância de políticas públicas para promover, por exemplo, o diagnóstico precoce. "É na atenção básica que eles vão detectar os primeiros sinais e onde estão as famílias que mais necessitam", disse.
Os médicos afirmam que, quando
sintomas como a perda de memória aparecem, é sinal de que a doença já existe há
pelo menos dez anos. E só parte dos fatores de risco das demências podem ser
revertidos. Entre eles estão o tabagismo, a hipertensão e a obesidade. A ideia,
então, é atrasar ou amenizar os sintomas. Por isso, a prevenção é tão
importante.
Durante a audiência pública,
foram apresentados dados sobre os custos das demências. Elas absorvem até 169%
do orçamento da família do doente. E a perspectiva é que, em 2018, sejam gastos
1 trilhão de dólares em todo o mundo.
Reportagem – Cláudio Ferreira,
Edição – Pierre Triboli, Foto - Leonardo Prado/Câmara dos Deputados
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