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quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Mal de Alzheimer - deputada pede recursos para políticas públicas de prevenção e tratamento

A Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa debateu o tema em audiência pública nesta quarta-feira

Leandre: o Congresso precisa garantir verbas para uma política nacional de atendimento a doenças relacionadas à demência e, em especial, ao Alzheimer

A deputada Leandre (PV-PR) afirmou que o Congresso Nacional, ao elaborar o Orçamento da União, deve levar em conta o aumento dos casos de demência no País e garantir dinheiro para as políticas públicas de prevenção dessas doenças, em especial do Mal de Alzheimer.

"Recursos para que a gente possa estabelecer de verdade uma política nacional de atendimento a doenças relacionadas à demência e, em especial, ao Alzheimer, porque só quem vive isso pode entender a magnitude do problema", disse a deputada.

Por sugestão da parlamentar, o tema foi discutido nesta quarta-feira (9) em audiência pública na Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara dos Deputados.
Entre as políticas públicas sugeridas na audiência estão a criação de unidades especializadas no atendimento das demências e de centros de convívio para os pacientes. Também foi destacada a necessidade de ações governamentais para capacitar cuidadores para os portadores dessas doenças.

O geriatra Otavio Castelo lembrou que as causas do Alzheimer ainda são desconhecidas e que os remédios amenizam os sintomas, mas não revertem a doença. "A doença de Alzheimer e as demências em geral são uma epidemia urgente. É um problema de saúde pública de proporções enormes no mundo inteiro, principalmente no Brasil. E já há um atraso enorme do que nós podemos fazer em relação a isso", declarou.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) já recomendou que as demências sejam prioridade na saúde pública. Segundo especialistas, 1 caso aparece no mundo a cada 3 segundos. Com o envelhecimento da população, essa velocidade só tende a aumentar.

Diagnóstico precoce
A presidente da Associação Brasileira de Alzheimer, Maria Leitão Bessa, relatou o preconceito que ainda existe em relação às demências. E reforçou a importância de políticas públicas para promover, por exemplo, o diagnóstico precoce. "É na atenção básica que eles vão detectar os primeiros sinais e onde estão as famílias que mais necessitam", disse.

Os médicos afirmam que, quando sintomas como a perda de memória aparecem, é sinal de que a doença já existe há pelo menos dez anos. E só parte dos fatores de risco das demências podem ser revertidos. Entre eles estão o tabagismo, a hipertensão e a obesidade. A ideia, então, é atrasar ou amenizar os sintomas. Por isso, a prevenção é tão importante.

Durante a audiência pública, foram apresentados dados sobre os custos das demências. Elas absorvem até 169% do orçamento da família do doente. E a perspectiva é que, em 2018, sejam gastos 1 trilhão de dólares em todo o mundo.

Reportagem – Cláudio Ferreira, Edição – Pierre Triboli, Foto -  Leonardo Prado/Câmara dos Deputados


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