O Instituto de Tecnologia do
Paraná (Tecpar) e a Prefeitura Municipal de Maringá assinaram a escritura do
terreno de 95,5 mil metros quadrados onde será implantando o Parque
Biotecnológico da Saúde do instituto na cidade. Além da escritura, foi assinado
também o protocolo de intenções para que o processo licitatório da construção
do empreendimento seja iniciado em breve.
A escritura do terreno foi
assinada nesta quinta-feira (10) entre o diretor-presidente do Tecpar, Júlio C.
Felix, e o prefeito de Maringá, Ulisses Maia, na sede da prefeitura municipal.
Em um primeiro momento, o Tecpar vai construir uma fábrica de finalização de
medicamentos e vacinas, que dará suporte à produção da vacina antirrábica, já
produzida pelo instituto, e aos demais medicamentos biológicos que serão
produzidos.
A unidade de fill and
finish tem como objetivo realizar a formulação, envase, embalagem e
armazenamento de medicamentos injetáveis produzidos pelo instituto. Nos
próximos anos, novas plantas biológicas serão instaladas no local. O Parque
Biotecnológico do Tecpar vai ocupar dois terrenos constituídos pelas quadras 18
e 19, ambas localizadas na quarta parte da zona fiscal 61 do Parque Industrial
Cidade de Maringá, com áreas respectivas de 51,3 mil metros quadrados e 44,1 mil
m².
O diretor-presidente do Tecpar
ressaltou que a assinatura da escritura vai descentralizar ainda mais a atuação
do instituto e transformar Maringá em um polo farmacêutico biotecnológico.
“Estamos na cidade há quase 30 anos e pretendemos reforçar ainda mais os laços
com o município. O parque vai gerar empregos e absorver mão de obra qualificada
na área da saúde”, ressalta.
O prefeito destacou que o
momento representa a celebração de um processo de transformação que o município
atravessa na área da inovação, da ciência e da tecnologia. “Esse esforço foi
feito pelo Poder Executivo e pela Câmara Municipal para garantir que sejam
gerados empregos qualificados em Maringá e que a cidade continue se
desenvolvendo”, justifica Maia.
Produção de biológicos
O Tecpar se tornou responsável
por fornecer novos medicamentos ao Ministério da Saúde após publicação do órgão
no Diário Oficial da União, no dia 4 de agosto de 2017. Um dos produtos que
serão fabricados em Maringá é o Trastuzumabe, medicamento usado para o tratamento
do câncer e que hoje é importado pelo Brasil. O acordo para a transferência de
tecnologia foi assinado no início de agosto pelo governador Beto Richa, o
ministro da Saúde, Ricardo Barros, e o secretário de Estado de Ciência e
Tecnologia, João Carlos Gomes, com o laboratório Roche e a empresa brasileira
Axis Biotec.
O acordo de transferência de
tecnologia é uma das etapas do programa de Parcerias para o Desenvolvimento
Produtivo (PDP), do Ministério da Saúde. O programa visa fortalecer a indústria
farmoquímica nacional e estimular a produção no Brasil de medicamentos
distribuídos no SUS.
A empresa detentora da patente
do Trastuzumabe é a suíça Roche, uma das maiores companhias de medicamentos do
mundo. No acordo assinado, o laboratório suíço transferirá a tecnologia para o
Tecpar e para a Axis Biotec, empresa brasileira.
O Tecpar foi aprovado junto ao
Ministério da Saúde para fornecer outros quatro produtos biológicos
estratégicos para o SUS, que até então eram importados: Infliximabe,
Rituximabe, Adalimumabe e Bevacizumabe.
Ainda em julho, o Tecpar
submeteu no Ministério da Saúde sete novos projetos de Parcerias para o
Desenvolvimento Produtivo (PDP) para as prioridades elencadas para 2017 na
Portaria 704/17, que apresenta a lista de novos produtos estratégicos para o
SUS. Dos sete projetos, três são de biológicos, três de medicamentos sintéticos
e hemoderivados.
Foto: Cary Bertazzoni/PMM
O Tecpar atua agora na entrega
de projetos de Encomenda Tecnológica, ferramenta do Complexo Econômico
Industrial da Saúde para realizar atividades de desenvolvimento de produtos que
envolvam risco tecnológico ou para a entrada de inovação tecnológica no SUS. Os
projetos em estudo são de plataformas viral, de vacina e de biológicos
inovadores para o tratamento de câncer (em complementaridade aos demais
projetos de biológicos já entregues)
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