Em cerimônia online foi
lançado nesta sexta-feira (8) o Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (NAPI)
Energias Renováveis – Biogás. O objetivo é efetivar e perenizar a produção do
biogás e as energias originadas das suas aplicações e de seus derivados, por
meio da criação de uma Rede Paranaense de Laboratórios de Biogás (Labiogás-PR).
Rede que será organizada e articulada conjuntamente pela Superintendência Geral
de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), Fundação Araucária, Instituto
de Tecnologia do Paraná (Tecpar), Secretaria da Agricultura e Abastecimento, e
pelo Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás).
A Rede Labiogás contará com um
investimento de R$ 750 mil, a ser disponibilizado pela Fundação Araucária. O
Plano de Trabalho, que inclui o desenvolvimento de uma plataforma digital para
gestão da rede, implantação do laboratório experimental de biogás no Tecpar e
estabelecimento de cooperação com a Universidade de Hohenheim na Alemanha, será
desenvolvido em 18 meses.
O superintendente da Seti,
Aldo Bona, disse que a partir da rede Labiogás-PR será possível articular os
diversos ativos do Estado nesta área, tanto em termos de recursos humanos
quanto de estrutura física existente, presentes no poder público estadual e na
iniciativa privada, que podem potencializar a ação do Estado no setor de
energias renováveis.
“Sabemos que o Paraná tem um
conjunto importante e volumoso de matéria-prima que permite a transformação e
utilização da produção de biogás e que, portanto, também resolvem o problema de
adequada destinação de resíduos orgânicos extraindo deles o melhor em favor do
desenvolvimento sustentável”, disse Aldo Bona. Segundo ele, é possível com essa
tríplice hélice, unindo o poder público, a academia e a iniciativa privada,
agregar as potencialidades existentes em cada uma das unidades que compõem essa
rede de modo a favorecer não só a produção como a criação de uma política específica
para o incentivo à produção de biogás no Paraná.
O diretor-presidente do
Tecpar, Jorge Callado, explicou que o termo de cooperação assinado entre as
instituições envolve, da parte do instituto, o credenciamento e certificação
dos laboratórios que irão compor a Rede Paranaense de Laboratórios de Biogás e
o desenvolvimento da plataforma digital para manutenção e monitoramento dos
dados gerados.
Segundo ele, a parceria com
instituições de referência irá promover o compartilhamento de informações
estratégicas para o fortalecimento da cadeia de energia renováveis no Paraná.
“Para isso, o Tecpar irá disponibilizar instalações e equipamentos, além de sua
experiência na área, para apoiar o setor de biogás”.
O presidente da Fundação
Araucária, Ramiro Wahrhaftig, falou da importância de fortalecer a articulação
institucional e apoiar os ativos técnico-científicos, professores e
especialistas para oferecer apoio técnico às diversas cadeias de suprimento do
Biogás.
“Temos um dos sistemas de
ciência e tecnologia mais bem distribuído em todo o Estado, se compararmos com
a estrutura de outras regiões do país”, afirmou. Disse que o Paraná tem uma
relação doutor/habitantes de quase 20 doutores para cada 100 mil habitantes.
“Uma das melhores do país”, disse. “Por isso, alinhados ao Plano de Governo do
Estado, adotamos esta estratégia de trabalhar com os Novos Arranjos de Pesquisa
e Inovação para fortalecer estes ativos. Temos certeza que podemos formar,
também na área de biogás, uma das maiores forças-tarefas de trabalho”,
acrescentou.
O secretário estadual da
Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, reafirmou o grande potencial
que o Paraná tem na área de biogás e que muito está sendo desperdiçado.
“Precisamos evoluir no setor de energias renováveis e esta integração entre as
instituições é o caminho para avançarmos”, disse o secretário. “Esta é uma
fonte de energia com um potencial muito grande de inclusive gerar riquezas aos
pequenos produtores rurais e nós vamos a campo para estimular os agricultores a
investirem nesta ideia”.
NAPI – Como
estratégia de apoio à Rede Labiogás-PR, optou-se pela constituição de um Novo
Arranjo de Pesquisa e Inovação. A criação de NAPIs está prevista no Plano de
Gestão 2019-2022 da Fundação Araucária visando essencialmente o fortalecimento
dos ecossistemas de inovação de interesse do Estado.
Ao explicar a modalidade de
trabalho dos NAPIs, o diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fundação
Araucária, Luiz Márcio Spinosa, destacou que o setor de energia caracteriza-se
como estratégico para o desenvolvimento do Paraná. “A escassez de energia ou a
incapacidade de aumentar a produção para acompanhar o crescimento econômico é
um desafio maior para uma política de Estado”, disse ele. Lembrou que o Paraná
possui a sua matriz energética baseada na hidroeletricidade (94,4%), mas tem
potencial para explorar as demais fontes renováveis de energia e garantir o
suprimento energético demandado. “Daí a importância de criarmos o NAPI Energias
Renováveis – Biogás”.
BIOGÁS – O
biogás é um dos produtos de valor econômico produzido em operações de
saneamento ambiental a ser utilizado na biodigestão anaeróbica de resíduos
orgânicos.
Além do valor energético em
si, que pode integrar a matriz energética do Estado como fonte renovável de
energia, em aplicações elétrica, térmica e combustível, o biogás, já na origem,
há expressivo ganho ambiental. Tanto no saneamento urbano, como no mais
importante setor econômico do Estado, o agroindustrial, o biogás possibilita a
esses setores encontrar retorno econômico dos investimentos, possibilitando
realizar o tratamento sanitário de resíduos orgânicos. Isso reduz a poluição
hídrica e de emissões de gases do efeito estufa.
O diretor-presidente do
Cibiogás, Rafael González, reforça que o Paraná é um dos estados com maior
potencial de produção de biogás no Brasil e afirma que a criação e o
desenvolvimento do NAPI representam um posicionamento de caráter progressista e
inovador por parte do Governo do Estado. “Valorizar o biogás e os estudos para
promover tecnologia e viabilidade econômica desta fonte, empreende valor ao
setor do agronegócio como propulsor de práticas sustentáveis, tanto
economicamente quanto relacionado ao desenvolvimento social e tratamento de
resíduos orgânicos. Com isso, o Paraná acompanha tendências mundiais em avanço
e modernização da matriz energética nacional”, afirmou.
De acordo com a nota técnica
Panorama do Biogás no Brasil de 2019, o Paraná é o terceiro estado que tem
maior volume de produção de biogás no país, com 110 plantas operando com fins energéticos.
Participaram do evento, que
contou com 130 pessoas, representantes das universidades estaduais e federais,
Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Senai, Sebrae,
Fiep, Sanepar, Copel, Biopark, Embrapa, Iapar, Paranacidade, Parque Tecnológico
Itaipu, Portos do Paraná, Faep, Compagás, InvestPR, Abiogás, PUCPR e Unesp.
Fonte:Portal Tecpar
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